Desidratação vira risco à saúde com calor extremo no Brasil
Alerta laranja e recordes de temperatura exigem atenção redobrada à hidratação diária
A desidratação tornou-se um risco real à saúde diante do calor extremo que atinge o Brasil na reta final de 2025.
Com cerca de oito estados sob alerta laranja e recordes históricos de temperatura em São Paulo, o aumento da perda de líquidos pelo corpo acende um sinal de alerta, sobretudo para gestantes, crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
Em regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, o calor intenso se combina à baixa umidade do ar, criando um ambiente que favorece a perda acelerada de água pelo suor e pela respiração.
Em atividades ao ar livre, essa perda pode chegar a até 1,5 litro por hora.
Ainda assim, pesquisas indicam que mais de 60% dos brasileiros não consomem a quantidade mínima recomendada de água diariamente, um comportamento que se agrava no verão.
Por que o calor extremo aumenta o risco de desidratação?
Quando a temperatura sobe, o organismo intensifica mecanismos para regular o calor corporal, principalmente por meio do suor. Esse processo, embora essencial, leva à eliminação rápida de líquidos e sais minerais.
Além disso, o calor favorece uma respiração mais rápida e superficial, o que também contribui para a perda hídrica.
Entre os idosos, o risco é ainda maior. Dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostram que esse grupo representa cerca de 40% das internações por desidratação.
A sensação de sede reduzida com o envelhecimento faz com que a ingestão de água seja insuficiente, mesmo em condições extremas.
Qual a quantidade ideal de água em dias muito quentes?
Segundo a endocrinologista e metabologista Dra. Elaine Dias JK, a hidratação deve ser prioridade em períodos de calor intenso.
"A recomendação diária de ingestão de água gira em torno de 2 a 3 litros, mas, diante das atuais condições climáticas, é fundamental aumentar esse consumo para compensar a perda de líquidos pelo suor e pela respiração. Altas temperaturas e respiração mais rápida e superficial favorecem a eliminação de água pelo organismo, o que pode levar rapidamente à desidratação", explica.
Uma forma prática de estimar a ingestão adequada é consumir entre 30 e 40 mililitros de água por quilo de peso corporal.
Em dias de calor extremo, a orientação é ultrapassar o mínimo recomendado e manter atenção constante aos sinais do corpo, como cor da urina e nível de cansaço.
Quais sinais indicam que o corpo já está desidratado?
- Sede excessiva
- Boca seca
- Diminuição do volume urinário
- Urina escura
- Tontura
- Fadiga
- Aceleração dos batimentos cardíacos
Esses são os principais sintomas que indicam que o organismo já entrou em desequilíbrio hídrico e precisa de reposição imediata de líquidos.
Em casos leves, a recomendação é ingerir água em pequenos goles, priorizar alimentos ricos em água e suspender atividades físicas intensas.
No entanto, se surgirem sintomas como confusão mental, dificuldade para respirar ou alterações no ritmo cardíaco, é fundamental buscar atendimento médico imediato.
Prevenção é essencial em períodos de calor extremo
Manter a hidratação adequada é uma das principais estratégias para preservar a saúde durante ondas de calor.
Portanto, observar os sinais do corpo, adaptar a ingestão de líquidos às condições climáticas e agir precocemente pode evitar complicações graves e internações, protegendo o organismo em um cenário cada vez mais frequente de temperaturas extremas