Cuidados com a alimentação na praia evitam intoxicação
Escolhas simples à beira-mar ajudam a prevenir viroses e problemas gastrointestinais durante as férias
Os cuidados com a alimentação na praia ganham ainda mais importância durante o verão. Altas temperaturas, férias e o aumento do fluxo de turistas no litoral criam um ambiente propício ao lazer, mas também elevam o risco de viroses gastrointestinais e intoxicações alimentares.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, apenas nos primeiros meses de 2025, o Brasil registrou cerca de 64 mil atendimentos por intoxicação alimentar.
O número é superior ao observado no mesmo período do ano anterior e está associado, em grande parte, ao consumo de alimentos mal conservados em ambientes quentes e com grande circulação de pessoas.
Em cidades litorâneas, especialmente durante o fim de ano e o mês de janeiro, são frequentes os relatos de diarreia, náuseas e vômitos após um dia de praia.
O calor intenso, aliado à manipulação inadequada dos alimentos e ao consumo de produtos de procedência duvidosa, favorece a proliferação de bactérias e vírus.
Por que o risco de intoxicação aumenta no verão?
As altas temperaturas aceleram a deterioração dos alimentos, principalmente daqueles que precisam de refrigeração constante. A exposição prolongada ao sol e o transporte sem controle térmico aumentam ainda mais o risco de contaminação.
Segundo o nutrólogoDr. Daniel Magnoni, da Rede de Hospitais São Camilo, preparações com molhos e cremes estão entre as mais perigosas quando ficam fora da geladeira por longos períodos.
"Os alimentos que devem ser evitados são aqueles que levam molhos ou cremes, pois apresentam maior risco de contaminação. Maionese, cremes brancos e molhos com mel entram nessa lista. Doces com recheio cremoso, frutos do mar e petiscos mergulhados em molhos também devem ser evitados", explica o especialista.
Ele ressalta que o risco começa ainda no transporte e aumenta conforme o tempo de exposição ao calor.
"Esses molhos se contaminam com facilidade, inclusive durante o transporte, e o risco aumenta ainda mais depois de ficarem muito tempo expostos na praia", alerta Magnoni.
Quais alimentos exigem mais atenção à beira-mar?
Além dos molhos, pastas cremosas como requeijão, ricota e creme de leite também exigem cuidado redobrado. Fora da refrigeração adequada, esses alimentos se deterioram rapidamente e se tornam um risco à saúde.
Para reduzir a chance de contaminação, o nutrólogo recomenda atenção ao armazenamento.
"O ideal é transportar os alimentos em sacolas térmicas, junto com bolsas ou pacotes de gelo reutilizáveis, para manter a temperatura adequada e reduzir o risco de contaminação", orienta.
O que priorizar para uma alimentação mais segura na praia?
Para quem leva lanches de casa, a orientação é apostar em opções simples, frescas e mais resistentes ao calor. Legumes crus, como cenoura, pepino, rabanete e tomatinhos-cereja, são boas escolhas e facilitam a digestão.
"Quando se pensa em petiscos para a praia em dias de calor, é importante considerar que a pessoa vai passar muito tempo exposta ao sol. Cenoura, pepino, rabanete e tomatinhos-cereja são boas escolhas", afirma Magnoni.
Queijos em pequenas porções, como muçarela tradicional ou de búfala, podem ser consumidos desde que bem acondicionados. Biscoitos integrais também são alternativas práticas. Para beber, a recomendação inclui água, água de coco, sucos em embalagens individuais e chá-mate, reforçando a importância da hidratação.
No caso das crianças, o cuidado deve ser ainda maior.
"Para os pequenos, o ideal são sanduíches naturais. É possível preparar sanduíches de berinjela ou abobrinha, com queijo fatiado, sem molhos ou cremes, utilizando pão integral e cortando em pequenos pedaços", orienta o nutrólogo.
Prevenção faz a diferença nas férias
No verão, pequenas escolhas alimentares têm grande impacto na saúde. Evitar alimentos de alto risco, garantir armazenamento adequado e priorizar opções mais seguras ajudam a prevenir viroses e intoxicações.
Esses cuidados simples permitem aproveitar os dias de praia com mais tranquilidade, reduzindo problemas que podem comprometer as férias e afetar a saúde a longo prazo.