Um único treino já estimula a produção de substâncias anticâncer, aponta estudo
Pesquisadores da Universidade Edith Cowan descobriram que exercícios intensos aumentam a concentração de miocinas, proteínas responsáveis por combater a doença
Se você não é adepto de atividades físicas, esta nova descoberta, com certeza, vai mudar sua percepção sobre elas. Uma pesquisa publicada na revista científica Breast Cancer Research and Treatment revelou que um único treino já é capaz de induzir o corpo a produzir substâncias anticâncer. Os exercícios, conforme apontou o levamento, não somente previnem, como impedem a proliferação da doença.
"Os resultados deste estudo são excelentes motivadores para incluir as atividades como cuidado padrão no tratamento", ressaltou o autor principal, Francesco Bettariga, em comunicado.
Treinos e substâncias anticâncer
Em busca de entender o real potencial dos exercícios no combate à enfermidade, pesquisadores da Universidade Edith Cowan contaram com o apoio de 32 pessoas que já haviam enfrentado o diagnóstico de câncer de mama. Uma parte dos voluntários, então, foi submetida a atividades de alta intensidade, com intervalos para descanso ou práticas mais tranquilas.
Enquanto isso, outros seguiram um treino de resistência, baseado na utilização de pesos. Mas, antes da musculação, eles também passaram por exames de sangue. O processo ainda se repetiu logo após os exercícios e cerca de 30 minutos depois. Assim, foi possível constatar que as atividades físicas ocasionaram o aumento da produção de miocinas, proteínas com eficácia anticâncer.
Ademais, de acordo com os profissionais, o experimento mostrou que, com apenas um único treino, o corpo humano consegue impedir o crescimento de tumores. "É uma medida para reduzir a incidência, que pode fornecer um ambiente menos favoreceu à progressão, levando a um risco menor de recorrência e mortalidade em sobreviventes de câncer de mama", explicou.
Como reduzir o risco doença?
Para além da prevenção e do combate, segundo um levantamento divulgado na revista científica British Journal of Sports Medicine, os exercícios também ajudam a amenizar os impactos do tratamento. Por isso, entidades, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), recomendam praticar diariamente 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de treinos intensos.
"O exercício surgiu como uma intervenção terapêutica no manejo do câncer. Há um vasto conjunto de evidências que mostram a segurança e a eficácia do exercício como medicamento, tanto durante quanto após o tratamento do câncer", esclarece o cientista.