A beleza pura e simples de suas dúzias de povoados, as limpas paisagens de colinas de chá, arrozais e flores amarelas, e certamente a amabilidade de suas pessoas, transformaram Wuyuan em uma das comarcas mais recomendadas para se visitar na China, quando há uma década era um lugar esquecido da zona rural do país.
Ao visitá-la, qualquer um se maravilha que durante tanto tempo o lugar não tenha sido incluído nas rotas turísticas pelo centro e leste da China. Não só por sua beleza intrínseca, com os típicos povoados da bacia do Yang Tsé com telhados escalonados, mas porque se encontra muito perto (80 quilômetros) de um dos lugares mais conhecidos pelo turismo chinês: Huangshan, a mítica Montanha Amarela, a qual já era visitada pelos imperadores há séculos.
De fato, ao pé dessa montanha ficam dois povoados muito similares aos de Wuyuan, chamados Xidi e Hongcun que, desde 2000, estão na lista de Patrimônio Mundial da Unesco e aparecem em algumas cenas do filme O Tigre e o Dragão.
Wuyuan, com povoados de similar aspecto a Xidi e Hongcun, não tem nada a invejar destes, embora talvez a fronteira provincial entre ambos tenha dificultado as comunicações entre as duas regiões durante anos.
Casas típicas mudadas para o turismo
A situação, no entanto, mudou na última década: povoados de Wuyuan como Wangkou, Xiaoqi, Xixiyancun e Jiangling têm pequenos hotéis, na realidade casas das famílias mudadas para o turismo, lojas de souvenires e bares com o tradicional vinho de arroz fermentado mijiu para os visitantes, preferencialmente chineses, já que o inglês ainda é pouco falado na região.
O desenvolvimento turístico também fez com que, para entrar nestes povoados, se tenha que pagar um passe especial, que serve para todos os povoados e com descontos para estudantes, algo que choca os turistas estrangeiros mas que, na realidade, é um costume repetido em praticamente todos os povoados pitorescos da China, incluindo outros mais famosos como Pingyao (norte) e Lijiang (sudoeste).
Tudo são indicadores de que Wuyuan saiu do ostracismo e já é uma comarca popular e visitada por muitos turistas chineses, especialmente procedentes de Xangai, pois graças a novas estradas ela fica a seis horas de ônibus da metrópole, um tempo relativamente curto para os padrões chineses.
No futuro ainda poderia melhorar sua acessibilidade, já que se está construindo uma linha de alta velocidade entre Pequim e Fuzhou (cidade do sudeste chinês) que passará pela região e a unirá à agora distante capital nacional em apenas quatro horas, até 2015.
De fato, a tranquilidade da comarca se vê de vez em quando interrompida por explosões distantes: são construtores dinamitando montanhas para abrir passagem às vias da alta velocidade.
Região de origem de Jiang Zemin
Uma das principais razões de Wuyuan ter ascendido meteoricamente como destino turístico na China é política, já que a família do ex-presidente da China, Jiang Zemin, é originária de um dos mais belos povoados da região, Jiangwan, onde praticamente todos os moradores tem sobrenome Jiang, como o ex-líder.
O presidente da China entre 1993 e 2003 visitou durante seu mandato a comarca e prometeu então a seus "parentes distantes" que os ajudaria a fazer com que o lugar fosse conhecido entre os turistas, mediante a construção de infraestruturas e a promoção nacional, como assim aconteceu e continua ocorrendo.
A visita a Wuyuan costuma começar em um dos povoados mais belos da comarca, Likeng, talvez o mais dotado de infraestruturas turísticas, como pequenos hotéis familiares e inclusive conexões gratuitas à internet para os visitantes.
O povoado é cortado por um pequeno canal com pontes de pedra e madeira, e fica ao pé de uma colina, por isso que um passeio até o local permite uma soberba vista, com a observação do por do sol. O ideal é tomar o chá que se cultiva na região, em uma das casinhas de madeira que há no alto.
Lugares sem aglomerações
Após visitar o povoado dos Li, pois assim são chamados todos em Likeng, muitos turistas alugam uma moto ou um táxi para visitar os terraços de Jiangling, cortados por pequenas aldeias tranquilas e pitorescas.
No alto dos terraços de Jiangling, se o turista visita a região no final de março ou princípio de abril, contempla o espetáculo de um Mar Amarelo de flores de colza (canola) que se estende pelas encostas e pelo vale por quilômetros e quilômetros, talvez a imagem que tornou a comarca de Wuyuan mais famosa.
Após estas paradas quase obrigatórias, o leque de possibilidades se abre em grande estilo: se pode visitar Jiangwan, com seu peculiar culto ao ex-presidente Jiang em fotos penduradas em toda a cidade. Ou Wangkou, encaixada no meio de um rio, outro lugar inigualável para ver o por do sol.
A ponte do Arco Íris (Caihongqiao), uma antiga ponte de pedra e madeira de 140 metros e com mais de mil anos de história, pois foi construída na antiga dinastia Song, também é outro local que vale a pena conferir.
São muitas as atrações de Wuyuan, mas talvez a maior seja a tranquilidade, em um país onde os destinos turísticos são inevitavelmente invadidos por hordas de visitantes, uma das desvantagens de um país superpovoado.
Em Wuyuan ainda é possível que os locais o convidem a um jantar, uma xícara de chá ou um cigarro, enquanto te contam, com o típico sotaque sulista de Yang Tsé, como os Guardas Vermelhos destruíram as decorações de madeira de sua casa.
A revista americana Travel + Leisure listou os 20 lugares sagrados mais visitados do mundo. Segundo a publicação, milhões de pessoas de todo o mundo viajam até igrejas, templos e santuários em busca de enriquecimento cultural e espiritual.Conheça a lista dos 20 locais que mais inspiram turistas e devotos por todo o mundo
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1. Santuário Meiji e Templo Sensoji, TóquioVisitantes por ano: 30 milhões Construído há 100 anos em homenagem ao Imperador Meiji e à Imperatriz Shoken, o Santuário Meiji Shinto é cercado por uma floresta sagrada com mais de 100 mil árvores e um belo jardim. Erguido em 628, o Templo Sensoji, também em Tóquio, é dedicado a Bodhisattva Kannon, o Buda mais compassivo, e possui iluminação especial durante as noites
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2. Templo Kashi Vishwanath, Varanai, Índia Visitantes por ano: 21,9 milhõesDo lado oeste do rio Ganges, o lugar é um dos mais sagrados para o Hinduísmo. Os fiéis chegam ao local para tomar banho nas águas e purificar sua alma, diminuindo as chances de reencarnação
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3. Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, Cidade do MéxicoVisitantes por ano: 20 milhõesA Antiga Basílica, finalizada em 1709, é contrastada pelo novo edifício, construído na década de 1970, e lembra uma arena de esportes. Na verdade, ela foi desenhada para abrigar 50 mil pessoas que chegam em massa para ver uma imagem da Virgem Maria que, diz a história, apareceu em um avental no século 16
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4. Templo Tirupati Tirumala Devasthanams, Andhra Pradesh, ÍndiaVisitantes por ano: 18,2 milhõesUma corrente hindu chamada Vaishnavism, que enfatiza a igualdade e o amor, começou esta grandiosa construção, provavelmente há 1,2 mil ano. Lendas mencionam a área e muitos peregrinos e visitantes ainda aparecem para conhecer ou venerar muitos templos locais e estátuas
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5. Catedral de Notre Dame, ParisVisitantes por ano: 13,6 milhõesA atração mais visitada na França quase não tem espaços sem estátuas de santos e anjos, magníficos vitrais com histórias bíblicas ou símbolos geométricos representando o infinito e o finito. Tendo sido renovada diversas vezes desde a sua abertura, em 1345, a catedral é hoje um local de devoção e uma galeria de arte
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6. Basílica de Sacré Coeur, ParisVisitantes por ano: 10,5 milhões Druidas, gauleses e romanos que veneravam seus deuses, Mercúrio e Marte, escolheram está colina estratégica para construir seus templos. A basílica branca, feita no século 19 no estilo romano-bizantino, repousa no topo da Colina dos Mártires com a intenção de purificá-la de um passado violento enquanto encanta os turistas com uma vista panorâmica de Paris
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7. Templo Naritasan Shinshoji, Chiba, JapãoVisitantes por ano: 10 milhões A proximidade com o Aeroporto Internacional de Narita faz do Templo Budista Esotérico Shingon, fundado em 940, uma parada fácil para os turistas. Pagando uma taxa, videntes prometem revelar o futuro para os visitantes, que podem também aproveitar alguns dos rituais tradicionais que acontecem todos os dias para o deus do fogo, homenageado no templo
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8. Santuário Tsurugaoka Hachimangu, Kanagawa, JapãoVisitantes por ano: 10 milhões Os jardins de cerejeiras com portões torii (construção japonesa com dois pilares verticais e uma trave horizontal) e lagos japoneses compõe o santuário, construído no século 12 em reverência ao deus da guerra. O Jardim das Peônias é tão especial quanto o santuário e floresce entre abril e maio; contudo, cerca de 500 mudas surpreendem a todos com suas florações em janeiro
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9. Templos Kiyomizu-dera e Kinkaku-ji, KyotoVisitantes por ano: 10 milhões e 6 milhões, respectivamenteTombado pela UNESCO, Kiyomizu-dera, ou "Templo das Águas Puras", está ao lado da montanha Otowa, onde peregrinos buscam as águas sagradas da cachoeira para beber. Do outro lado da cidade, folhas de ouro cobrem o templo zen budista Kinkaku-ji, construído originalmente no século 15. Visitantes não podem entrar e ver as estátuas sagradas, mas podem apreciá-las de fora
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10. Ise Jingu, Ise, JapãoVisitantes por ano: 8,5 milhões Quase todo o terreno deste santuário Shinto é uma floresta de ciprestes japoneses considerada divina. As árvores foram adoradas muito antes da construção do templo, no século 3. Três museus possuem dados sobre a história, agricultura e artes do local, considerado pelo governo japonês um Tesouro Nacional
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11. Basílica de São Pedro, Vaticano, RomaVisitantes por ano: 7 milhões Uma das maiores construções sagradas do mundo e uma das mais sagradas para os católicos, a basílica é ornamentada com ouro, colunas de mármore, pinturas de anjos, estátuas icônicas e trabalhos criados por artistas da Renascença italiana, como Rafale, Brunelleschi, Bernini e Michelangelo. Este esculpiu a estátua de mármore Pietà, exposta na basílica, e ainda desenhou o enorme domo da igeja
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12. Dazaifu Tenmangu, JapãoVisitantes por ano: 6,6 milhões Seis mil ameixeiras de 197 espécies ¿ florescendo em branco, rosa e vermelho em janeiro ¿ cercam este santuário Shinto em honra de Mochizane Sugawara, um poeta e intelectual que foi deificado como o deus da caligrafia e da literatura depois de sua morte, em 903. O local tem árvores de cânfora com mais de 1,5 mil anos, campos com flores de íris e um lago feito no formato do ideograma que significa "coração"
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13. Catedral de Colônia, Colônia, AlemanhaVisitantes por ano: 6 milhões O monumento gótico levou 600 anos para ficar pronto, em 1880. O glorioso interior possui arcos com mais de 40 metros de altura, enquanto suas torres continuam a ser o símbolo mais nobre da cidade. Não perca o santuário para os Três Reis Magos; e suba os 533 degraus para chegar ao topo do edifício e admirar o rio Reno e suas montanhas distantes
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14. Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, Lourdes, FrançaVisitantes por ano: 6 milhões Uma garota de 14 anos chamada Bernadette Soubirous teve 18 visões da Virgem Maria na Gruta de Massabielle, em 1858. Depois, um amigo da menina teve o braço curado pelas águas contidas no local. Agora, a caverna e seus arredores formam o Santuário Católico que inclui a fonte original, duas basílicas, três museus, nove capelas e outros locais para orações
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15. Santuário de Padre Pio, San Giovanni Rotondo, ItáliaVisitantes por ano: 6 milhões A modesta igreja de Santa Maria delle Grazie, construída em 1950, exibe o corpo preservado do santo, enquanto a Igreja de Padro Pio para os peregrinos, completada em 2004, chama a atenção pela fachada de vidro e seus arquitetura moderna
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16. Basílica de São Marcos, VenezaVisitantes por ano: 5-6 milhões Esta obra-prima da arquitetura italiana possui cinco domos e quase 9 m² de mosaicos em ouro cobrindo paredes, arcos, cúpulas, salas e pisos, permanecendo até hoje como um dos mais nobres exemplos da arte bizantina. Muitas das obras, aliás, foram roubadas de Constantinopla e do Império Bizantino durante as Cruzadas
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17.Basílica de São Francisco de Assis, ItáliaVisitantes por ano: 5,5 milhões A basílica gótica do século 13 recebeu afrescos de ninguém menos que Giotto, Cimabue, Lorenzetti e Martini. Duas igrejas no topo de colinas e uma cripta com o corpo intacto do santo atraem peregrinos do mundo todo. O interior suntuoso da igreja principal contrasta com a vida austera que o santo, conhecido por sua poesia, escolheu levar
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18. Catedral de São Patrício, Nova YorkVisitantes por ano: 5,5 milhões A construção gótica, datada da metade do século 19, ocupa um quarteirão inteiro em uma das regiões mais caras do mundo. Localizada próxima da Grande Estação Central da cidade e das Nações Unidas, a igreja de janelas rosáceas importadas da França é um dos marcos arquitetônicos da Big Apple
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19. Muro das Lamentações, JerusalémVisitantes por ano: 5 milhões Um dos locais mais sagrados para o Judaísmo, o muro é uma das ruínas do templo construído pelo rei Herodes em 20 a.C e destruído pelos romanos em 70 d.C. Homens e mulheres têm áreas separadas de adoração e devem usar roupas modestas e discretas
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20. Mesquita Azul, IstambulVisitantes por ano: 5 milhões Uma complexa ilustração feita com azulejos azuis e brancos retratando árvores, frutas, tulipas e escritos do Corão adornam as paredes, colunas, arcos e domos do interior desta mesquita do século 17. Construída pelo Sultão Ahmet com o intuito de se destacar mais do que a Hagia Sophia (que era, originalmente, uma igreja bizantina), a Mesquita Azul permanece como uma das poucas do mundo com seis marinetes