A princípio, trabalhar em cruzeiro é visto como um mundo cor-de-rosa, onde se ganha para viajar e conhecer os quatros cantos do mundo – e claro que essa é uma das vantagens de passar mais da metade do ano a bordo. Vida de tripulante: conheça os bastidores de um cruzeiro Fernanda Frozza Quarenta e oito mil toneladas de aço atravessam o oceano. Dentro, 539 pessoas que estão a bordo dia e noite se dividem para atender os 1.700 hóspedes que passam pelo navio Grand Mistral, da Ibero Cruzeiros, a cada viagem. Para os visitantes, o cruzeiro é uma forma de sair da rotina e curtir piscina, teatro, cassino e SPA em roteiros que duram, em média, uma semana. Já para os funcionários, o passeio em alto mar é muito mais longo e pode durar até nove meses por ano. A princípio, trabalhar em cruzeiro é visto como um mundo cor-de-rosa, onde se ganha para viajar e conhecer os quatros cantos do mundo – e claro que essa é uma das vantagens de passar mais da metade do ano a bordo. Mas, por outro lado, é preciso abrir mão de casa, lidar com a saudade da família e aprender a dividir a vida com desconhecidos. O Terra viajou a convite da Ibero para conhecer os bastidores de um navio, desde a cozinha ao camarim dos dançarinos. Ali, tudo funciona como um quebra-cabeça, onde cada peça exerce um papel importante: para o chef, a habilidade de cozinhar para mais de 50 nacionalidades diferentes; para os bailarinos, o desafio de fazer shows que agradem a todos os públicos; para o capitão, a responsabilidade de manter a viagem tranquila; por fim, para os tripulantes, as delícias e dificuldades de viver em alto-mar. Confira a seguir. Prazer, tripulante! Ganhar dinheiro para viver em alto mar, conhecer vários cantos do mundo e ter uma festa quase toda noite sem sair de casa pode parecer o emprego dos sonhos – e para algumas pessoas até é -, mas trabalhar em cruzeiro não é para qualquer um. Em média, os contratos dos tripulantes duram de quatro a nove meses, com três horas de folga por dia. Em algumas áreas do navio, o expediente tem horário fixo, mas a maioria dos funcionários trabalha com horários flexíveis. Tanto que, não é difícil ver o mesmo garçom do café da manhã servir o almoço e o jantar. Depois de um tempo, o difícil é se acostumar a ficar em casa por um longo período. “A diferença é que no navio tudo funciona muito rápido. Se eu tenho um vazamento no nono andar, ligo para alguém do quarto, ele sobe e arruma. Quando vou para casa, se acontece algum problema, eu ligo, o encanador tem que pegar um carro, enfrentar trânsito, chegar até minha rua...tem todo um processo. Tudo demora muito. A bordo, a gente se acostuma com instantaneidade”, explica Rafael Florio Castro, diretor de Relações Públicas do Grand Mistral. A solução rápida vem acompanhada da chance de conhecer lugares turísticos dentro e fora do País, mas engana-se quem pensa que toda parada vale uma visita. Em cada porto, é obrigatório que 25% dos funcionários permaneçam no navio para atender os hóspedes. Ainda mais no Brasil, em que os passageiros gostam mais da viagem do que do destino Foto: Fernanda Frozza/Terra “Brasileiro gosta muito do navio, tanto que se o tempo estiver bom, a piscina fica espremida. O interesse não é tanto viajar, mas desfrutar do cruzeiro. Os portos não são tão legais como para clientes de outras nacionalidades. Brasileiro chega ao local, desce, dá uma volta e retorna a bordo para desfrutar dos nossos serviços. Logicamente isso gera mais trabalho e mais dedicação. Não tem momento de descanso para os tripulantes”, completou o capitão Antonio Francisco Toledo. Além disso, no navio, a regra é clara: vida de hóspede é vida de hóspede e vida de tripulante é vida de tripulante. As duas não se misturam. Como o tempo a bordo é bem longo, os relacionamentos amorosos entre tripulantes estão liberados e são muito comuns. Mas basta um flerte com um passageiro para que o funcionário seja obrigado a desembarcar Foto: Fernanda Frozza/Terra Para quem trabalha no cruzeiro, há um andar exclusivo com cabines, onde dormem de duas a quatro pessoas por quarto, e um espaço reservado para festas mensais. Por ali, claro, a entrada de visitantes é proibida – e não há conversa que convença. “Você não ia querer conhecer. É uma bagunça“, brincou a esteticista Flávia Nicolette, de 33 anos. Atenciosa, ela atende a reportagem do Terra com sorriso no rosto. “Veio falar com a pessoa certa. Eu sou famosa nesse navio“, disse. Enquanto fazia um pequeno tour pelo SPA, onde passa boa parte do dia, ela apresentou a lista de tratamentos oferecidos e contou o quanto gosta de viver a bordo. A gente sempre aproveita para descer nos portos. Esse é terceiro cruzeiro em que eu trabalho - passei até pelo Concordia - e conheci muitos lugares que eu não conseguiria se tivesse um trabalho comum. Vale muito a pena“ Foto: Fernanda Frozza/Terra Para aproximar e integrar os funcionários, são realizadas festas temáticas, de acordo com a nacionalidade dos tripulantes. “Acontece mais ou menos uma festa por mês. A gente ganha uma fichinha com um limite de duas cervejas. Ninguém pode ficar bêbado porque, se acontecer uma emergência, é preciso estar em condições para orientar os hóspedes”, disse Flávia Nicolette Foto: Fernanda Frozza/Terra Longe de casa Nem os amigos de infância, endereço fixo ou a saudade dos pais fazem Flávia repensar em encarar tanto tempo no cruzeiro. ”No começo, sentia muita falta de casa, mas agora não ligo. Tem gente que sofre bastante nas primeiras semanas, mas aqui a gente se acostuma a perder pessoas. Até porque, a cada nova temporada, fazemos novos amigos, mas quando a gente começa a se apegar, logo se separa”, contou. Quem vai aprende a lidar, mas nem sempre quem fica tem a mesma sorte. Tripulante da área de limpeza do navio, Marinete Lima (foto), de 29 anos, sabe bem o que é isso. Moradora da Praia Grande, no litoral paulista, ela conhece os dois lados da moeda e conta que só começou a trabalhar em cruzeiro por saudade do marido, que tinha passado oito meses a bordo em sua última temporada. “Como o navio para no porto de Santos, a gente se encontrava de vez em quando, mas trabalhando perto é bem mais fácil. O bom é que conseguimos tirar folga no mesmo horário”. Foto: Fernanda Frozza/Terra Há dois meses navegando, ela lista uma série de lugares que já conheceu sem gastar nada, como Málaga e Portugal. A sorte não para por aí. A amiga que divide a cabine com Marinete também vive um relacionamento no navio. Os maridos, que dividem um cômodo, facilitam o rodízio. “Fica mais fácil. A gente troca à noite”, contou sorrindo. Assim como para Marinete e Flávia, faz parte da vida de tripulante aprender a viver longe de casa. “A vida a bordo é viciante. Normalmente, o intervalo entre contratos é de três meses. Na primeira semana em que volto para casa, só como e durmo. Na segunda, quando já descansei, quero ver meus amigos. Mas aí percebo que nem todo mundo pode sair numa quarta à tarde, porque a rotina é diferente. Aí, na terceira semana, já começo mandar e-mail e ligar para saber quando vou voltar. É muito maluco isso”, disse Rafael Florio Castro, diretor de Relações Públicas do Grand Mistral". Foto: Fernanda Frozza/Terra Cozinha para todos os gostos Se preparar o jantar para uma visita já é difícil, imagine para mais de 2 mil convidados? Esse é o desafio do chef espanhol Abdeslam González, que comanda as três cozinhas destinadas às refeições dos hóspedes e mais uma aos tripulantes no Gran Mistral. No geral, os cardápios vêm com quatro opções de entrada, prato principal e sobremesa, que variam de acordo com o país pelo qual o navio passa. “Os produtos usados no Brasil são os mesmos usados na Europa, o que muda é a elaboração da comida”, contou Foto: Fernanda Frozza/Terra Enquanto circula e apresenta a cozinha à reportagem, ele fica atento ao relógio para não se atrasar na supervisão do almoço. A facilidade de Gonzáles para entender e falar português vem do convívio com brasileiros, que junto com outras nacionalidades somam uma equipe com 95 pessoas nas cozinhas do cruzeiro. Trabalhando pela terceira temporada em um navio, ele já passou pelo Brasil algumas vezes e sabe na ponta da língua as preferências nacionais. “Feijoada, batata frita e sobremesa extremamente doce”. Foto: Fernanda Frozza/Terra No geral, as cozinhas do navio se dividem em três departamentos: comida fria (salada, frutas, sanduíches), comida quente (sopa, molho, assado, massa) e sobremesa. Por ali, alguns funcionários uniformizados dividem a chapa, empilham a louça, preparam as refeições e organizam em prateleiras os pratos já prontos para serem levados aos restaurantes. “Em todos os pontos têm brasileiros que ajudam, trabalham e dão dicas nos pratos quando estamos aqui”, disse Gonzáles. Ao todo, são feitos entre 4 a 5 mil pratos de comida por dia Foto: Fernanda Frozza/Terra Assim como em uma casa, o navio também tem uma dispensa, que armazena toneladas de alimentos. Semanalmente, o chef faz um pedido de tudo o que vai precisar e, todo dia, uma quantidade de ingredientes sobe da dispensa para a cozinha. Foto: Fernanda Frozza/Terra A elaboração do menu começa em um escritório, fora do navio, onde um chef corporativo decide o que será servido em cada viagem. “Esse é um artigo de luxo como antigamente, mas agora todo mundo pode fazer um cruzeiro. Por isso, temos uma comida que tem que agradar a todos. Antigamente, trabalhávamos com pratos internacionais, mas agora não posso chegar ao Brasil e não servir feijoada”, conta Gonzáles sobre a escolha do cardápio. “Outra coisa é que brasileiro gosta de sobremesa bem doce. Enquanto aqui eles comem um brigadeiro ou quindim inteiro, na Europa eles não comem nem a metade”, explica Foto: Fernanda Frozza/Terra Cinquenta jeitos de fazer comida A tripulação tem uma cozinha exclusiva e um cardápio bem diferente do que é servido no navio. Isso porque, do mesmo jeito que brasileiro não consegue passar muito tempo longe de arroz e feijão, outras nacionalidades sentem falta da “comidinha de casa”. No navio, há pratos típicos das Filipinas, Índia, Indonésia, Brasil, América Central e Europa. “Dentro da minha equipe, há uma equipe pequena que trabalha só para a tripulação. Quando preparo o menu para o passageiro brasileiro, faço comida nacional, um pouquinho de comida mediterrânea e mais um pouquinho de comida internacional, que é o que agrada. Mas sabe quantas nacionalidades distintas existem na tripulação? São mais de 50 nacionalidades a bordo. O menu tem 50 modos diferentes de pensar”, disse Gonzáles Foto: Fernanda Frozza/Terra No comando A primeira impressão que se tem ao entrar na ponte de comando é a de estar em um filme, com homens vestindo uniformes brancos, monitores quase incontáveis indicando no mapa os navios mais próximos, velocidade e mais uma série de luzes e números que só os especialistas no assunto conseguem interpretar. O Grand Mistral tem o comando do capitão espanhol Antonio Francisco Toledo. Há oito anos nessa função, ele costuma ficar a bordo por quatro meses e folgar dois. “Já perdi as contas de quantas temporadas eu fiz, mas já vim tantas vezes para cá que eu brinco que quase nasci no Brasil”, disse Foto: Fernanda Frozza/Terra Num corredor cheio de distintivos que leva à ponte de comando ficam as cabines do capitão e de sua equipe de oficiais, com plaquinhas douradas que indicam os nomes nas portas. Dependendo da rota, eles dormem de dia e trabalham à noite ou dormem à noite e trabalham de dia. “Não tem muita rotina, não tenho horário e não tenho metas definidas. O mais concreto é a manobra que deve ser feita na ponte de comando, mas não tenho uma função específica no resto do dia. Minha missão é fazer com que os chefes de cada departamento a bordo funcionem perfeitamente e trabalhem unidos”, contou Foto: Fernanda Frozza/Terra Se para os hóspedes é a piscina que rouba a cena na viagem, a manobra de chegada e partida é o momento mais importante para o capitão. Em silêncio, ele vai para a lateral do navio e decide a quantidade de rebocadores e força que deve ser aplicada para empurrar o cruzeiro. A partir de então, só se ouve diálogos em códigos dentro da ponte de comando Foto: Fernanda Frozza/Terra As laterais são vigiadas com binóculos o tempo todo por oficiais, mesmo quando o navio está parado em porto. “Apesar de ter todos os aparelhos de radar e de sonar, ainda assim a conferência analógica, o olho humano, é sempre necessária”, explicou Rafael, que acompanhou a reportagem durante a partida do Porto de Santos, às 18h de um domingo Foto: Fernanda Frozza/Terra A manobra é rápida, dura entre 10 e 20 minutos. Para olhos leigos, o que mais impressiona é o prático, um profissional que conhece as características geográficas e ambientais do porto e faz a intermediação entre rebocadores e o capitão. Assim que o cruzeiro começa a se locomover, um barco o acompanha, do porto até o mar. Quando a manobra é finalizada, o prático se despede dos oficiais, deixa a ponte de comando e pula no barco com o navio em movimento Foto: Fernanda Frozza/Terra Se é perigoso? Sem dúvidas. ”É uma manobra de risco e já aconteceram acidentes, mas hoje em dia é mais difícil. Além de ser experiente, o prático só sai do navio quando se sente seguro. Isso pode durar até uma hora”, detalhou Rafael. Nesse caso, porém, o processo durou menos de três minutos – mais do que suficiente para os passageiros curiosos registrarem o momento com fotos da varanda de suas cabines Foto: Fernanda Frozza/Terra Shows, balé e campeonato de barrigada “Bom dia, bom dia, bom dia! Hoje eu estou tão feliz”. Esse é o bordão que ecoa nas caixas de som espalhadas pelo navio todas as manhãs, seguido por uma música cantarolada no microfone, informações sobre os passeios do dia e a despedida que vira hit entre os passageiros no final da viagem: “tchau, tchau, tchau, tchau”. A voz é de Mauricio Justiniano, diretor de entretenimento do Grand Mistral. “É quase impossível um dia em que eu acordo mal humorado. Tem passageiro que fica irritado de acordar cedo. Hoje de manhã, por exemplo, estava todo mundo cantando no corredor e um senhor ficou bravo e jogou o boné no chão, mas depois saiu rindo. O meu maior desafio é agradar o público” Foto: Fernanda Frozza/Terra Na hora de escolher a música para acordar os hóspedes, vale o que vier na cabeça. “Um dia eu canto Frank Sinatra, outro recito um poema e, se eu acordo muito inspirado, pode ser alguma coisa como ‘É a dança no maxixe. É a dança do maxixe. É um homem no meio com duas mulheres fazendo sanduíche’”, falou pausadamente aos risos. Foto: Fernanda Frozza/Terra Mauricio é responsável por todas as atividades do navio, desde os shows que acontecem à noite no teatro, até as atividades da piscina, como o concurso de pernas sexies e o campeonato de barrigadas – que, acredite, deixa a área da piscina lotada de espectadores e jurados. Foto: Fernanda Frozza/Terra O entretenimento acompanha o gosto dos hóspedes. Então não há dúvida que, assim como o público, a diversão é bem diferente do que pode ser visto em filmes como Titanic, de 1997. Há 17 anos trabalhando em cruzeiros, Mauricio sente saudade de todo esse glamour Foto: Fernanda Frozza/Terra “Antigamente não se tocava ‘Ai se eu te pego’, não se tocava axé, era só música clássica. A primeira vez que eu embarquei, as mulheres chegavam ao porto com baús de roupas. Hoje elas trazem uma mala pequenininha. Gostaria muito de ver tudo isso novamente, mas hoje em dia a gente tem a noite de gala e as mulheres vêm com um cinturão” Foto: Fernanda Frozza/Terra Por ali, quem é de entretenimento acaba virando celebridade. “Teve uma passageira que colocou cartão no meu bolso com o número da cabine, teve outra passageira bêbada que tentava me agarrar na piscina. Acaba sendo divertido, mas o assédio aumentou muito mais” Foto: Fernanda Frozza/Terra Dançando em alto mar Sim, o navio balança! Até quando o mar está calmo, não é incomum que os passageiros cruzem os corredores dando passos em falso ou encostando um nos outros, o que vira motivo de risadas ou até certa preocupação entre hóspedes de primeira viagem. Agora, se acertar uma coreografia de dança em terra firme já depende de habilidade e muito ensaio, imagine no palco de um teatro dentro de um cruzeiro? Foto: Fernanda Frozza/Terra Esse é o desafio de Ededier Brito, conhecido como Edi, que tira essa barreira de letra. Aos 21 anos, na quinta temporada de um cruzeiro, ele já dançou em países como Grécia e Egito e é quem comanda o balé do navio. Ao todo, são seis tipos de shows temáticos, como Michael Jackson e can-can, realizados duas vezes por noite. “Primeira vez que eu faço a temporada brasileira. A ovação no final dos shows por aqui é muito maior que na Europa”. Enquanto passeia pelo camarim, ele pede desculpa pela bagunça dos figurinos e se mostra bem confortável em frente às câmeras. “Eu era modelo antes de ser dançarino. Adoro tirar foto”. Foto: Fernanda Frozza/Terra Logo atrás do palco, um corredor escuro guarda uma arara de roupas, onde os dançarinos fazem a troca no meio do show. Ao lado, uma escadinha leva a duas salas pequenas, uma com figurino dos homens e outro das mulheres. Tudo é organizado – ou tenta ser - de acordo com as atrações e nomes dos tripulantes Foto: Fernanda Frozza/Terra Os shows e as roupas são escolhidos por um produtor geral. A partir disso, todas as coreografias são passadas para o Edi. “Eu tenho que pegar das mulheres, dos homens, de todo mundo e repassar para os dançarinos. Além disso, tem a parte dos cantores. Não sou cantor, mas fico com o roteiro da música para saber quando tem que entrar no palco ou sair”, explicou. Junto com Mauricio, ele comemora a aceitação dos shows no Brasil, onde se apresenta pela primeira vez. “Os argentinos perguntam pelo show de tango, os espanhóis perguntam por que não tem flamenco, mas o público brasileiro escuta o show do Michael Jackson e se delicia. São muito receptivos”. Foto: Fernanda Frozza/Terra Edi já perdeu as contas de quantos shows fez em cruzeiro, mas aposta em quase 270 apresentações por temporada. “No começo, temos uma base de 5 horas a 6 horas por dia de ensaio, mais os shows noturnos. Com o passar do tempo, quando o show fica melhor, ensaiamos uma hora ou uma hora e meia. Mais para frente, a gente olha os vídeos e ensaiamos só as partes mais equivocadas do show” Foto: Fernanda Frozza/Terra Além dos ensaios, a preparação começa duas horas antes de entrar no palco, com aquecimento, maquiagem e troca de roupa. Não há como negar que a vida a bordo é corrida, mas pelo menos para Edi, ainda deve durar muito. “Eu saí de casa muito cedo e vou querer voltar um dia para o Brasil, mas quero viver tudo isso antes” Foto: Fernanda Frozza/Terra mais especiais de turismo