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Vacina contra câncer colorretal anunciada pela Rússia é real?

Saiba o que a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica diz sobre o assunto

10 set 2025 - 04h59
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Rússia afirma ter vacina contra câncer colorretal 'pronta para uso'
Rússia afirma ter vacina contra câncer colorretal 'pronta para uso'
Foto: Freepik

Na última semana, a Rússia voltou a chamar atenção ao anunciar avanços em uma possível vacina contra o câncer colorretal. A chefe da Agência Federal de Medicina e Biologia (FMBA), Veronika Skvortsova, declarou que o imunizante desenvolvido no país estaria “pronto para uso” após resultados considerados positivos em testes pré-clínicos.

A notícia, no entanto, tem sido recebida com cautela por especialistas de diferentes partes do mundo. Isso porque, até o momento, não há qualquer publicação em revistas científicas que permita à comunidade médica analisar os dados obtidos. Todas as informações divulgadas estão restritas a comunicados oficiais do governo russo, sem detalhes sobre metodologia ou resultados.

Skvortsova disse durante o Fórum Econômico do Leste, na cidade de Vladivostok, que “a pesquisa (da vacina) durou vários anos, sendo os últimos três dedicados aos estudos pré-clínicos obrigatórios”. Ela ainda afirmou que a dose “agora está pronta para uso, aguardando a aprovação oficial”.

Posição da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) acompanha de perto o anúncio. A entidade destaca que, embora avanços nessa área sejam sempre positivos, ainda faltam evidências concretas para que se possa falar em eficácia e segurança da vacina.

"Até o momento, não há publicações científicas revisadas por pares que permitam à comunidade médica internacional avaliar a segurança, a eficácia e o estágio real de desenvolvimento desse imunizante. Todas as informações disponíveis são oriundas de comunicados oficiais, sem detalhamento dos dados obtidos", disse a SBOC em nota ao ser procurada pela reportagem.

Segundo a coordenadora do Comitê de Tumores Gastrointestinais Altos da SBOC, Dra. Maria Ignez Braghiroli,  é importante esclarecer que:

    •    Sem dados publicados, não é possível afirmar qual seria a eficácia da vacina contra o câncer. Não há transparência sobre os resultados dos estudos pré-clínicos ou se já existem dados em humanos.

    •    Testes em humanos: conforme declarações das autoridades russas, há a previsão de início dos ensaios clínicos, mas não está claro quando e em quais condições.

    •    Outras vacinas em estudo: existem diversas vacinas terapêuticas contra o câncer em fases avançadas de pesquisa, desenvolvidas por instituições e farmacêuticas ao redor do mundo. Todas seguem os protocolos internacionais de registro em plataformas como o clinicaltrials.gov, garantindo transparência e credibilidade.

    •    Rigor científico: para que qualquer nova terapia seja considerada segura e eficaz, é indispensável que passe pelas etapas de estudos clínicos (fases 1, 2 e 3), com divulgação em revistas científicas e avaliação pelas agências regulatórias.

A SBOC reforça que avanços científicos no tratamento do câncer são sempre bem-vindos, mas só podem ser incorporados à prática clínica após demonstração inequívoca de segurança e benefício para os pacientes.

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