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Ronco: problema faz casal dormir separado por quase 1 ano

Depois de noites mal dormidas por causa do ronco, casal decide dormir separado para evitar brigas, mas a solução só piorou a relação

3 dez 2014 - 08h00
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Estudo revela que o ronco prejudica 30% das relações sexuais e que 46,4% dos homens sentem vergonha de roncar
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Foto: Zaretska Olga / Shutterstock

Cássio e Fernanda são casados há três anos, mas, quando estavam juntos há um ano, perceberam que estavam com uma questão séria a ser resolvida. Cássio, que já tinha problemas de respiração e um desvio de septo acentuado, engordou bastante e passou a roncar demais quase todas as noites, para a infelicidade de Fernanda. 

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Como o problema de Cássio só piorava, as brigas entre o casal se tornaram inevitáveis. “Se eu tentava dar um toque nele, na madrugada, ele ficava bravo e resmungava que não fazia de propósito. Se eu passava a noite calada, quem não dormia era eu e aí ficava de mau humor o dia todo e, claro, acabava descontado nele. No dia seguinte, eram os dois impacientes e sonolentos, porque o ronco não deixava nenhum de nós dormir direito”, diz Fernanda. 

“Eu me sentia super mal com tudo isso. Comprei dilatador de nariz, dormia de lado e evitava beber ou comer muito antes de dormir, mas nada adiantava”, diz Cássio. O ronco acontece quando as vias áreas ficam parcialmente bloqueadas ou obstruídas. Quando aparece, raramente indica algo grave, mas, quando passa a ser um problema corriqueiro, é sinal de que há algo errado. 

Pesquisa conclui que 37% dos britânicos que roncam dormem em quartos separados
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Foto: txking / Shutterstock
Medida drástica

Fernanda tomou uma iniciativa radical. “Comecei a descer para dormir na sala assim que começava a sinfonia. Dessa forma, evitava o transtorno de acordá-lo e conseguia dormir bem ou, pelo menos, melhor do que ao lado dele”, diz a Fernanda. 

Magoado com a atitude da esposa, Cássio decidiu que ele é quem deveria dormir na sala, uma vez que era o grande “culpado” da situação. “A partir daí eu já deixei meu travesseiro e cobertores lá embaixo. Dormia na sala direto, sem nem tentar subir para a cama, durante 8 meses. Mas o pior é que parecia que nossa intimidade estava diminuindo e que a quantidade e qualidade das relações sexuais também. E a gente só tinha 1 ano e meio de casados, achava isso o fim”, diz Cássio. 

O relato de Cássio se encaixa no resultado de uma pesquisa britânica divulgada pelo jornal Daily Mail. O estudo revelou que o ronco prejudica 30% das relações sexuais e que 46,4% dos homens sentem vergonha de roncar. E mais, a pesquisa concluiu que 37% dos britânicos que roncam dormem em quartos separados. 

Tratamento multidisciplinar

Preocupado com seu casamento e sua saúde, Cássio procurou ajuda de um dentista, de um otorrinolaringologista e de um nutricionista. “Primeiro fui a um dentista, fiz exames e eliminei algumas hipóteses, como problemas de formação na maxila e mandíbula. Lá ele me indicou um otorrino”, diz Cássio. 

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“Quando um quadro de ronco agressivo é diagnosticado, os tratamentos indicados variam. Mudanças de hábitos, utilização de aparelhos para auxiliar a respiração durante o sono, a aplicação de botox na região do palato mole e até, em alguns casos, uma cirurgia de septo, por exemplo, podem ser uma boa opção”, diz o cirurgião-dentista Júlio Moura Netto.

Cássio acabou operando o desvio de septo, tirou as amídalas e diminuiu o palato (parte superior do céu da boca, perto da garganta), pois sua passagem de ar era estreita e flácida, o que fazia com que esses tecidos vibrassem demais durante a respiração noturna, causando barulho.  

Alguns meses depois, com 18 quilos a menos, uma dieta balanceada, praticando exercícios quase todos os dias e operado, Cássio parou de roncar e o casal voltou a dormir junto. “Parece que agora estamos em lua de mel. Por mais estranho que pareça, dormir de novo com meu marido foi uma novidade. Estava morrendo de saudades”, diz Fernanda. 

Saúde prejudicada

“O ronco pode causar no dia seguinte sonolência, desatenção a atividades comuns do dia-a-dia e mau humor. Em casos mais graves, quando vem junto com a apnéia do sono (que é quando a pessoa faz pausas respiratórias pequenas evitando o fluxo de oxigênio no cérebro), pode causar problemas cardíacos, AVC e hipertensão”, diz Moura Netto.

O especialista ainda ressalta que não é apenas o roncador que sai prejudicado nesta situação. “Segundo alguns relatos de pacientes, o parceiro que não ronca acaba deixando de dormir, em média, uma hora por noite, o que resulta em 7 horas de sono a menos por semana. É quase uma noite por semana sem dormir”, afirma o dentista. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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