PUBLICIDADE

Com folha e osso: saiba como se limpava o dente antigamente

Sem tecnologia, itens tirados da natureza faziam sucesso na busca pelo sorriso perfeito

Compartilhar

Hoje em dia, na hora de higienizar os dentes, basta pegar a escova com cabo anatômico e cerdas de nylon e aplicar uma pasta fluoretada e com sabor agradável para deixar o sorriso mais limpo e bonito. Mas como a higienização bucal era feita antes de todos esses itens existirem? 

O homem já usou galhos, folha e até palitos de ouro para limpar os dentes
O homem já usou galhos, folha e até palitos de ouro para limpar os dentes
Foto: Shutterstock

Segundo Paulo de Oliveira Bueno, diretor do Instituo Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo, a princípio, a preocupação do homem era com o mau hálito. “Há estudos que mostram que desde muito antigamente o homem já fazia bochechos com uma mistura de hortelã e água para deixar o hálito mais agradável”, diz o especialista. 

Mais para frente, itens tirados da natureza também foram usados para tentar deixar a aparência do sorriso mais bonita. “Alguns povos usavam galhos, folhas de árvores e penas para essa função. Outros, pequenas lascas de madeiras entendidas como ‘palitos’ e há até os que usavam as próprias mãos para fazer a higienização bucal”, diz Sandra Lipas Stuarbell, cirurgiã-dentista e pesquisadora.

O próximo passo da evolução da escova veio graças a um presidiário. “Foi na prisão, que um homem inventou um instrumento que chegou mais perto da ideia de escova que conhecemos hoje. Ele pegou um pedaço de osso de frango e prendeu pêlos de porco nele para limpar os dentes”, diz Paulo. 

Napoleão e a escova de ouro

Depois disso, a escova começou a ganhar seu espaço, e se tornou um objeto de ostentação entre grandes nomes da história. “Na época de Napoleão e de alguns reis famosos, era comum encontrar escovas feitas de ouro ou prata”, diz o diretor.

Daí para frente, os avanços não pararam mais. “A Segunda Guerra Mundial trouxe muita desgraça, mas também muitas descobertas históricas e tecnológicas que nos permitiram chegar até as escovas que usamos hoje em dia”, diz o diretor. 

Pastas cheirosas e abrasivas

Todos os registros antigos de misturas que funcionavam como pastas de dentes mostram que o homem estava mais preocupado com o cheiro de sua boca do que em produzir algo para proteger ou limpar melhor os dentes. 

Não à toa, todos usavam hortelã e menta como base desses produtos. “Pó de juá, flores, sal e água também faziam parte dessas misturas que deixavam a desejar, pois eram sempre muito abrasivas e danificavam o esmalte dental. Até a Princesa Isabel chegou a usar esse tipo de mistura”, diz Paulo. 

Só em 1850 surgiu uma pasta de dente mais próxima das vendidas hoje. “O dentista americano Washington Sheffield inventou um pó para limpar os dentes feito de giz e sal que se tornou muito popular no país, naquela época. A ideia teve uma sacada ainda melhor quando o filho de Sheffield criou um tubo flexível para armazenar o produto fabricado pelo pai”, diz Sandra.

No entanto, a versão fluoretada só surgiu em 1955, com a primeira pasta de dente com flúor, o primeiro produto da história a ser reconhecido no combate contra a cárie.

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade