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Boca seca pode atrapalhar rendimento de atletas

Problema pode acontecer por ansiedade e nervosismo, pouca hidratação ou respiração bucal

1 jun 2016 - 08h00
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Todo mundo sabe que pessoas que praticam esportes precisam ter a saúde em dia, principalmente aquelas que dependem de resultados. Se a saúde bucal não vai bem, infecções podem aparecer e prejudicar todo o trabalho de um período. E a síndrome da boca seca está entre os problemas mais comuns que podem comprometer o rendimento de atletas e esportistas. 

Quem sofre de xerostomia (boca seca) está mais propício ao aumento de infecções bucais e de garganta, mau hálito, favorecimento do aparecimento das placas bacterianas, alteração no paladar, desenvolvimento de doenças gengivais, dificuldade de fala e deglutição e claro, maior probabilidade de aparecimento de cárie. 

O ideal é beber água durante a prática do esporte. No entanto, normalmente é ingerido isotônicos, bebida que altera o pH salivar levando-o a baixos níveis, deixando a boca muito ácida e mais propensa a aparição de cárie
O ideal é beber água durante a prática do esporte. No entanto, normalmente é ingerido isotônicos, bebida que altera o pH salivar levando-o a baixos níveis, deixando a boca muito ácida e mais propensa a aparição de cárie
Foto: Aaron Amat / Shutterstock

Tudo isso porque é a saliva que cuida da limpeza natural da boca. Então, se ela está com problemas (seja por baixa qualidade ou quantidade), todo o meio bucal também fica comprometido.  

Boca seca em atletas

A boca seca em esportistas pode ser causada por várias razões. Ansiedade e nervosismo são algumas delas, pois atletas que vivem de resultados sofrem pressões o tempo todo. “Mas a boca seca também pode decorrer de falta de hidratação correta e/ou respiração bucal”, diz Neide Pena Coto, Coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Odontologia do Esporte e Biomecânica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP)

Como atletas costumam transpirar muito durante a prática esportiva, é fundamental que eles se hidratem melhor durante esse período. A falta de água no organismo é um dos principais motivos de desidratação e boca seca. Mas Neide ressalta que é importante ter cuidado com a bebida que é usada para esse fim. 

“O ideal é beber água durante a prática do esporte. No entanto, normalmente é ingerido isotônicos, bebida que altera o pH salivar levando-o a baixos níveis (deixando a saliva com picos de acidez). A diminuição do fluxo salivar e do pH aumentam o risco de sensibilidade dental e do aparecimento de cáries. E toda a sensação de dor ou desconforto ajuda a comprometer o desempenho do atleta”, diz a especialista. 

Respiração bucal

A respiração bucal também colabora muito para que a condição de boca seca se instale em esportistas. Respirar pela boca resseca a mucosa bucal favorecendo o aparecimento de vários problemas, inclusive o mau hálito, uma vez que o ambiente estará propício para a descamação dos tecidos bucais e depósito de resíduos no fundo da língua (saburra lingual, um dos principais motivos da halitose). 

Porém, esse é o problema mais difícil de resolver. Embora pareça fácil respirar somente pelo nariz, fisiologistas garantem que durante os treinos, somente a respiração nasal não é suficiente e que o atleta pode até ter seu treino prejudicado caso tente fazer isso. A solução para os esportistas, segundo eles, é intercalar os dois tipos de respiração durante os exercícios. Mas isso é uma coisa que só um especialista da área deve ensinar aos atletas.

Apesar disso, Neide destaca mais alguns pontos negativos da respiração bucal para os amantes do esporte. “A respiração bucal favorece o aparecimento de dores abdominais, o que também pode atrapalhar os atletas”, diz Neide. Além disso, ela também faz com que o organismo do atleta use energia (que deveria estar reservada para funções musculares, por exemplo) para realizar o trabalho que deveria ser feito pelo nariz que é filtrar, aquecer e umedecer o ar que entra nos pulmões. 

Para evitar que a síndrome da boca seca prejudique o rendimento do atleta é importante que ele saiba respirar e se hidratar corretamente. “Além disso, ele precisa estar atento a sua saúde bucal fazendo acompanhamento com um cirurgião-dentista especializado na área e mantendo sempre os hábitos de higiene oral bem estabelecidos e frequentes”, diz Neide. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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