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Primeira vacina contra chikungunya é aprovada no Brasil

Imunizante foi desenvolvido pela farmacêutica austríaca Valneva e será fabricado na Alemanha; pedido de registro contou com o apoio do Instituto Butantan

14 abr 2025 - 13h12
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A primeira vacina desenvolvida contra chikungunya teve seu registro definitivo aprovado no Brasil nesta segunda-feira, 14, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com o parecer favorável, o imunizante está autorizado a ser aplicado na população acima de 18 anos.

De dose única, a vacina é recombinante atenuada, ou seja, contém microrganismos vivos enfraquecidos para estimular o sistema imunológico sem causar a doença. Ela foi desenvolvida pela farmacêutica austríaca Valneva e será fabricada na Alemanha. O pedido de registro foi feito em parceria com o Instituto Butantan.

De acordo com a Anvisa, estudos clínicos realizados em adultos e adolescentes mostraram que o imunizante ajuda o corpo a induzir a produção de anticorpos neutralizantes contra o vírus. O imunizante já havia sido aprovado por outras autoridades internacionais, como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Para o processo de aprovação, além de considerar os estudos clínicos, a Anvisa acompanhou, como convidada, a avaliação da vacina conduzida pela EMA. Também contou com o apoio de uma avaliação independente realizada por um grupo de trabalho composto por especialistas em arboviroses e desenvolvimento de vacinas.

"A chikungunya é uma doença que atinge o País de maneira significativa. No ano passado, foram registrados mais de 200 mil casos prováveis da doença e mais de 200 mortes. Então, ter uma vacina contra essa doença que teve a participação do Butantan é algo bastante inovador", destacou em nota Gustavo Mendes, diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios Clínicos do instituto.

O Butantan também trabalha em outra versão do imunizante que já está em análise pela agência reguladora. As duas vacinas têm praticamente a mesma composição, mas a versão do instituto usa componentes nacionais e deverá ser empregada no combate da doença na rede pública.

Um estudo clínico de fase 3 realizado com adolescentes brasileiros mostrou que, após uma dose da vacina, anticorpos neutralizantes foram observados em 100% dos voluntários com infecção prévia e em 99,8% daqueles que nunca tiveram contato com o vírus. A proteção foi mantida em 99,1% dos jovens após seis meses. Foram observados efeitos adversos como dor de cabeça, dor no corpo, fadiga e febre, todos classificados como de grau leve ou moderado.

O que é a chikungunya?

De acordo com Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, a chikungunya é uma doença febril aguda que pode causar sintomas com envolvimento das articulações e agravamento de doenças pré-existentes. A doença é transmitida pela picada de mosquitos Aedes aegypti infectados - os mesmos que transmitem dengue e zika. Os países com mais casos da doença são Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia.

Os principais sintomas são febre de início repentino (acima de 38,5 °C) e dores intensas nas articulações de pés e mãos - dedos, tornozelos e punhos. A doença também pode causar dor de cabeça, dor muscular e manchas vermelhas na pele.

"(No momento), o Brasil dispõe apenas do enfrentamento do vetor para combater a doença e alívio do sintoma dos pacientes. A vacina vai permitir a prevenção da doença por meio da imunização", afirmou Kallás. O imunizante é contraindicado apenas para mulheres grávidas, pessoas imunodeficientes ou imunossuprimidas.

Estadão
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