Perguntas e respostas: por que é importante tomar vacina contra a gripe
CONTEÚDO ABERTO PARA NÃO-ASSINANTES: Imunizante não serve para o coronavírus, mas a recomendação é manter a carteira de vacinação em dia
O novo coronavírus traz para os países um cenário de alto número de pessoas doentes, internações, falta de leitos e óbitos. As outras doenças que podem ser prevenidas com vacinas continuam em circulação e ter a população infectada por elas vai sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde.
Quais vacinas devem ser tomadas pela população?
A maioria das vacinas recomendadas está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Só para as crianças até 10 anos, são 15 imunizantes, entre eles: BCG (que protege contra a tuberculose), poliomielite, pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) e tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). Há calendários ainda para adultos com doenças crônicas, gestantes e idosos.
Meu filho tem vacinas de rotina para tomar. Devo levá-lo ao posto de vacinação?
Até o dia 15 de abril, quando estará ocorrendo a imunização de idosos e profissionais da saúde contra a gripe, a recomendação do Ministério da Saúde é que os pais esperem o fim da campanha para levar as crianças, pois elas e os jovens podem estar com sintomas leves da doença e infectar os idosos, que formam o grupo de risco. Nas regiões com disseminação do sarampo e da febre amarela, as vacinas devem ser aplicadas seguindo critérios para evitar aglomerações.
Posso tomar vacina se estiver resfriado?
A principal estratégia adotada para evitar a propagação do novo coronavírus é o isolamento social. Logo, quem estiver resfriado ou com sintomas como tosse, febre e diarreia, deve adiar a vacinação por 14 dias para evitar passar a doença para as demais pessoas e os profissionais de saúde.
Como evitar aglomerações ao me vacinar?
Nas filas, as pessoas devem manter uma distância de mais de 1 metro das outras. Algumas cidades, como São Paulo, implementaram o sistema "drive-thru", com pessoas sendo vacinadas dentro dos carros.
As vacinas são realmente eficazes?
A maioria das vacinas tem eficácia de mais 95%. As vacinas contra o HPV e o tétano têm 100% de eficácia. Fatores como idade podem interferir na eficácia das vacinas. No caso da vacina da gripe, a eficácia é perto de 90% para as crianças, de 70% para adultos e chega a 40% entre idosos. No entanto, é fundamental que as pessoas que fazem parte do grupo de risco para esta doença sejam imunizadas, como crianças, idosos e gestantes, pois a vacinação protege contra a gripe e evita que os pacientes evoluam para formas graves que podem levar a internações ou à morte.
O que é falha vacinal?
Para a maioria dos imunizantes, 3 a 5% da população não responde. É a falha vacinal primária e por isso há o reforço de algumas vacinas.
Quais são as etapas para elaboração de uma vacina? Por que demora tanto?
Os critérios para criação de uma vacina são muito rigorosos. Até chegar ao uso em humanos, são realizados testes in vitro, com cobaias, grupos pequenos de pessoas e em larga escala com pessoas. Também é feita uma análise pós-vacinação. Segurança, toxicidade e eficácia são pontos observados. Os estudos são longos e podem durar meses e até décadas.
Pesquisadores de vários países, como a Holanda, avaliam o uso da vacina contra a tuberculose para aumentar a resposta imunológica e proteger as pessoas contra o novo coronavírus. O que já se saber sobre isso?
Até o momento, há publicações, mas ainda não existem evidências científicas de que isso será eficaz. A opção ainda precisa ser testada e estudada.