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O que é PMMA, que causou problema em rosto de Maíra Cardi, e o que ele pode causar?

Influenciadora contou que procedimento realizado em 2009 causou uma inflamação permanente em seu rosto e ela está em situação ‘gravíssima’.

6 nov 2024 - 14h10
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Maíra Cardi
Maíra Cardi
Foto: Reprodução / Instagram / Caras Brasil

A influenciadora digital Maíra Cardi, de 41 anos, usou seu perfil no Tiktok para contar aos seguidores que está passando por um momento complicado na vida pessoal. Ela revelou que o uso de polimetilmetacrilato (PMMA) - substância utilizada em procedimentos de harmonização facial e corporal - causou uma inflamação permanente em seu rosto.

“Isso faz com que você vá perdendo a circulação e necrosando. É muito irresponsável dos profissionais fazerem esse procedimento. Vou ter que fazer uma cirurgia e arrancar um pedaço da bochecha porque está gravíssimo [...] Graças a Deus, fiz em minúsculas quantidades, mas ainda assim foi suficiente para me deformar”, afirmou Maíra, que contou que o procedimento foi realizado em 2009.

@cardinigro Gravida? Por que meu rosto esta assim? #Saude #PMMA #Gravidez #Estetica #Dermatologia #viral ♬ som original - Cardi Nigro

O que é PMMA?

O Polimetilmetacrilato, ou PMMA, é uma substância sintética comumente usada na medicina e odontologia devido à sua resistência e estabilidade. Entretanto, seu uso em procedimentos estéticos levanta grandes preocupações e controvérsias, principalmente por conta dos riscos de complicações graves.

Em estéticas, ele é aplicado como um preenchimento permanente para dar volume em áreas do corpo e rosto. No entanto, sua permanência no organismo pode gerar diversas complicações a longo prazo.

“O PMMA não é indicado para preenchimentos estéticos, exceto em casos muito específicos, como para tratar a lipodistrofia em pacientes com HIV/AIDS”, alerta o dermatologista Lucas Miranda, em entrevista ao Terra Você.

Por que o PMMA é arriscado?

As complicações decorrentes do uso do PMMA em estética são variadas e podem ter consequências graves. De acordo com o dermatologista, o uso do PMMA traz riscos significativos, incluindo inflamação, formação de nódulos, necrose tecidual e até morte devido a complicações graves, como embolia pulmonar. 

Essas reações ocorrem devido à permanência da substância no corpo e às respostas biológicas que o organismo pode desenvolver contra o material.

O biomédico, Thiago Martins, explica que as características físico-químicas do PMMA podem influenciar diretamente as reações biológicas no organismo.

 “O tamanho das partículas, a pureza e a estabilidade química do PMMA são fatores cruciais para evitar reações adversas. Impurezas no material, por exemplo, podem intensificar processos inflamatórios ou reações alérgicas”, conta ao Terra Você.

Complicações e riscos de longo prazo

Uma das complicações mais comuns associadas ao uso do PMMA são os granulomas, que são nódulos inflamatórios que podem aparecer após a aplicação do material. Segundo Thiago, “o tamanho das partículas do PMMA pode impactar a resposta inflamatória: partículas menores tendem a ser fagocitadas mais facilmente, gerando uma reação inflamatória mais intensa, enquanto partículas maiores podem reduzir essa resposta.”

Além disso, o risco de migração do produto para outras áreas do corpo é um problema real. 

“A composição e a consistência do PMMA também afetam sua capacidade de se manter estável no local da injeção. Produtos de baixa qualidade ou aplicados inadequadamente podem migrar para áreas adjacentes, levando a resultados estéticos indesejados e a complicações”, complementa o biomédico.

Alternativas mais seguras

Para quem busca opções de preenchimento estético, o ácido hialurônico surge como uma alternativa mais segura e recomendada por especialistas. 

“O ácido hialurônico é biocompatível e oferece um efeito temporário, sendo reabsorvido pelo corpo ao longo do tempo, o que minimiza riscos e permite ajustes conforme necessário”, afirma Miranda. 

Esse tipo de preenchimento temporário ainda permite maior flexibilidade para alterações e uma recuperação mais tranquila, pois o ácido hialurônico é facilmente dissolvido em casos de insatisfação.

Além da escolha do material, a seleção de um profissional qualificado e experiente é essencial para a segurança do paciente. 

“O profissional deve estar apto a realizar o procedimento, conhecer a profundidade correta da injeção e a técnica necessária para evitar atingir vasos importantes”, reforça Martins. 

Ele ainda frisa que o PMMA não deve ser utilizado para fins estéticos, recomendando que as pessoas optem sempre por materiais temporários e com um histórico seguro de uso.

Como são tratadas as complicações do PMMA?

Nos casos onde já houve aplicação de PMMA e surgem complicações, o tratamento pode ser complexo e variar de acordo com a gravidade e localização dos sintomas. O dermatologista explica que, para complicações mais graves, como nódulos inflamados e necrose, podem ser utilizados medicamentos para controle da inflamação, laser, câmara hiperbárica e, em situações extremas, cirurgia para remoção do material. 

“A prioridade é restaurar a função e a estética da área afetada, mas sempre com uma abordagem personalizada para cada paciente”, ressalta o dermatologista.

Antes de decidir por um preenchimento estético, é importante que o paciente seja informado sobre os materiais que serão utilizados e tenha em mente os possíveis riscos. Em uma área onde procedimentos temporários e com alta compatibilidade com o corpo já existem, como o ácido hialurônico, a escolha por materiais permanentes como o PMMA traz riscos desnecessários.

Embora o PMMA ainda seja usado em alguns casos específicos de saúde, ele representa um perigo quando usado de forma indevida para fins estéticos. Avaliar as alternativas disponíveis e conversar com um especialista qualificado são passos fundamentais para garantir segurança e saúde.

Fonte: Redação Terra Você
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