O que é AVC transitório que afetou a mulher de Maurício Manieri?
Maurício Manieri revelou que sua esposa, a apresentadora Iza Stein, sofreu um AVC transitório no último dia 4 de dezembro. O comunicado foi feito através das redes sociais. Segundo o cantor, desde o episódio, ela permanece internada na UTI de um hospital em São Paulo. Na última segunda-feira (8), Iza precisou passar por um procedimento cardíaco.
O AVC transitório, conhecido como Ataque Isquêmico Transitório (AIT), é um episódio neurológico temporário causado por uma interrupção do fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro.
"Essa condição pode resultar em sintomas como fraqueza, formigamento, perda de coordenação, ou dificuldade para falar, que geralmente duram menos de 24 horas, mas frequentemente são resolvidos dentro de minutos a horas", explica Dr. Fernando Gomes, neurocirurgião, neurocientista e professor livre-docente da USP.
O especialista diz que, apesar de o AIT não causar danos permanentes ao cérebro, ele é um sinal de alerta importante, indicando um risco elevado de ocorrência de um AVC isquêmico definitivo no futuro.
"O AIT é frequentemente causado por um fenômeno conhecido como embolia cerebral, em que fragmentos de um coágulo sanguíneo se deslocam para a circulação cerebral, bloqueando temporariamente o fluxo sanguíneo. Outras causas podem incluir a formação de coágulos dentro das artérias do cérebro (tromboses) ou a dissecção arterial", diz.
Fatores de risco incluem: hipertensão, fenômenos de coagulação, diabetes, dislipidemias, tabagismo, históricos familiares de doenças cardiovasculares e doenças cardíacas como fibrilação atrial.
"A importância clínica do AVC transitório reside no seu potencial de agravar a condição neurológica do indivíduo. Estudos demonstram que, em até 30% dos casos, um indivíduo que sofreu um AIT poderá ter um AVC definitivo em um prazo de 90 dias após o episódio", conta o médico.
O risco é particularmente elevado nas primeiras 48 horas após o AIT, tornando imperativo que a avaliação e o manejo clínico sejam realizados rapidamente.
"Medidas preventivas, como tratamento com antiplaquetários, manejo rigoroso dos fatores de risco cardiovascular e, em alguns casos, cirurgia (como a endarterectomia carotídea), são essenciais para reduzir a probabilidade de um segundo evento", completa.
O AIT deve ser encarado como um sinal de alerta crítico e, portanto, deve ser tratado como uma urgência médica.
"A identificação precoce dos sintomas e a busca imediata por avaliação e tratamento clínico são cruciais para a defesa da saúde cerebral e a prevenção de complicações futuras", alerta.
Para uma paciente jovem, como a mulher de Maurício Manieri, isso ressalta a importância de um estilo de vida saudável e a monitorização regular da saúde cardiovascular.
"O AIT não é apenas um evento transitório – é uma oportunidade para intervenção e prevenção que pode salvar vidas e melhorar a qualidade de vida", conclui.