O novo chip ocular que devolve a visão e está perto de chegar ao mercado
Um novo dispositivo foi testado em pacientes com o objetivo de restaurar parte da visão central perdida devido à atrofia avançada pela degeneração macular. Chip deve chegar ao mercado em 2026. Saiba mais!
Pesquisas recentes trouxeram avanços importantes para pessoas que convivem com a degeneração macular relacionada à idade. Essa doença afeta a retina e representa uma das principais causas de cegueira irreversível em idosos. Um novo dispositivo foi testado em pacientes com o objetivo de restaurar parte da visão central perdida devido à atrofia avançada dessa condição. Trata-se de um chip sem fio implantado diretamente atrás da retina, que devolveu a capacidade de leitura e reconhecimento de formas a diversos participantes do estudo clínico conduzido por instituições internacionais.
A principal novidade do dispositivo, que ganhou o nome de PRIMA, está em seu funcionamento discreto e inovador. Afinal, com apenas 2 milímetros de tamanho, o chip atua no exato local onde ocorre a deterioração dos fotorreceptores — células essenciais para converter a luz em sinais para o cérebro. Em muitos casos de degeneração macular, essas células deixam de funcionar, comprometendo significativamente a visão central das pessoas afetadas. O desenvolvimento do chip ocorreu ao longo de duas décadas por especialistas em oftalmologia e bioengenharia, chegando agora a uma fase de testes avançados com resultados promissores e expectativa de lançamento comercial já em 2026.
Como o chip PRIMA atua na recuperação visual?
A dinâmica do PRIMA compões-se de um sistema integrado de duas partes. Uma microcâmera acoplada a óculos especiais registra as imagens diante dos olhos do paciente. Assim, em tempo real, essa informação é transmitida para o microchip implantado atrás da retina, que transforma os sinais visuais em impulsos elétricos. Esses impulsos, por sua vez, são recebidos pelas células saudáveis que restaram e enviados ao cérebro, permitindo ao usuário distinguir formas, padrões e até retomar a leitura de textos. O estudo, liderado pela Stanford Medicine, foi publicado no dia 20 de outubro no New England Journal of Medicine. Os testes apontaram que entre 32 pessoas testadas, 27 conseguiram voltar a ler após um ano de uso contínuo do sistema.
Quais benefícios o dispositivo ocular pode trazer para pacientes com degeneração macular?
O principal benefício é a possibilidade de restaurar parcialmente a visão central. Com isso, devolve autonomia a idosos que antes dependiam de apoio para tarefas cotidianas. Assim, entre as vantagens observadas durante o ensaio clínico, destacam-se:
- Melhora na capacidade de leitura: Participantes retornaram à leitura de livros, jornais e cartelas de medicamentos de forma independente.
- Reconhecimento de formas e objetos: O chip proporcionou aos pacientes maior confiança na identificação de portas, degraus, rostos e placas.
- Redução do isolamento social: A autonomia recuperada auxiliou na integração familiar e social, promovendo mais convívio e participação em atividades rotineiras.
- Possibilidade de adaptação a novas tecnologias: O sistema é compatível com recursos audiovisuais e pode receber atualizações futuras.
Quais são os desafios e perspectivas para o futuro dessa tecnologia?
Apesar dos resultados encorajadores, há questões a serem aprimoradas na utilização do chip ocular. Um ponto importante é o tempo de adaptação: cada paciente responde de maneira única, exigindo acompanhamento especializado para ajustes e reabilitação visual. O custo inicial do dispositivo também pode ser um obstáculo à ampla disponibilidade, considerando que a tecnologia ainda está em fase inicial de comercialização. Além disso, a expectativa é que, com o lançamento previsto para 2026, novos aprimoramentos surjam para ampliar ainda mais o campo visual e a resolução das imagens percebidas.
A ciência segue em busca de soluções para problemas oftalmológicos antes considerados sem alternativa. O desenvolvimento do chip PRIMA representa mais um passo rumo à inclusão e à qualidade de vida de pessoas com deficiência visual. A expectativa é de que, nos próximos anos, dispositivos como esse se tornem acessíveis a um número crescente de pacientes ao redor do mundo, promovendo avanços contínuos na área da oftalmologia.