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No Rio, hospital municipal tem corpos em macas e BO por falta de médico

O hospital está com o quadro de funcionários reduzido porque muitos adoeceram, e também tem registrado a debandada de médicos

29 abr 2020 - 14h31
(atualizado em 4/5/2020 às 17h02)
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RIO - Uma enfermeira do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, registrou um boletim de ocorrência na segunda-feira, 27, para denunciar a falta de médicos na unidade. Isso aconteceu após uma mulher que estava internada na ala dedicada a pacientes com covid-19 morrer quando nenhum profissional estava atendendo no local. O hospital está com o quadro de funcionários reduzido porque muitos adoeceram, e também tem registrado a debandada de médicos - pelo menos sete teriam se demitido. Na segunda, corpos em cima de macas enfileiradas em um corredor do hospital aguardavam vaga no necrotério.

Imagens de cinco macas com corpos foram publicadas pelo Portal UOL. Funcionários dizem que o necotério do hospital está lotado. Um container refrigerado, para armazenar mais corpos, foi adquirido.

Em nota ao Estado, a Secretaria Municipal de Saúde informou que as fotos foram tiradas na segunda-feira, "quando os corpos estavam sendo levados para o necrotério do Hospital Lourenço Jorge", e esclareceu que as macas não estavam paradas num corredor. "A imagem foi feita entre o momento do transporte e a entrada no necrotério. O necrotério do Hospital Lourenço Jorge, que tem 18 gavetas, conta hoje com um contêiner com espaço para mais 12 corpos para auxiliar nesse momento de pandemia. A estrutura atende o hospital, o Cer Barra e outras unidades da região, como a upa da Cidade de Deus. O local recebe corpos de pacientes infectados por covid e também outros casos clínicos e de trauma. No caso de óbitos por covid, o manejo dos corpos segue o protocolo do Ministério da Saúde."

O boletim de ocorrência sobre falta de médicos foi registrado pela enfermeria Priscila Villela, que também pretende acionar o Ministério Público e o Conselho Regional de Enfermagem. "Se os médicos estão pedindo demissão, a prefeitura tem que repor. Não tem como ter uma emergência de paciente de Covid sem médico lá dentro, pra poder prestar assistência. Tem passado plantões 24 horas sem médico lá dentro pra poder dar suporte", disse Priscila à TV Globo.

Estadão
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