Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Nicotiana glauca, a 'falsa couve' que pode levar à morte

A Nicotiana glauca, frequentemente chamada de falsa couve, desperta atenção de especialistas devido ao seu aspecto parecido ao de plantas comestíveis e pelo potencial risco tóxico em caso de consumo. Entenda por que isso acontece.

27 out 2025 - 09h03
Compartilhar
Exibir comentários

A Nicotiana glauca, frequentemente chamada de falsa couve, desperta atenção de especialistas devido ao seu aspecto parecido ao de plantas comestíveis e pelo potencial risco tóxico em caso de consumo. Este arbusto, de crescimento rápido e porte variável, pode atingir até sete metros de altura e é encontrado em várias regiões do Brasil. Ademais, sua aparência folhosa e atraente faz com que seja, por vezes, confundida com espécies utilizadas na alimentação. Em especial, por aqueles que não estão familiarizados com suas características botânicas específicas.

A confusão se agrava pela semelhança de suas folhas, que lembram a couve comum em formato e coloração. Por isso, essa aparência inofensiva leva ao erro, sobretudo em áreas rurais e hortas urbanas, onde a identificação de plantas acontece frequentemente apenas por observação visual. No entanto, a Nicotiana glauca pertence à família das Solanáceas, a mesma do tabaco, e reúne uma série de compostos químicos que a tornam extremamente perigosa para humanos e animais.

A toxicidade da falsa couve deve-se à presença de alcaloides potentes. Em especial, a anabasina, substância que atua de maneira semelhante à nicotina presente em outras espécies de Nicotiana – depositphotos.com / weha
A toxicidade da falsa couve deve-se à presença de alcaloides potentes. Em especial, a anabasina, substância que atua de maneira semelhante à nicotina presente em outras espécies de Nicotiana – depositphotos.com / weha
Foto: Giro 10

Quais são os principais riscos da falsa couve?

A toxicidade da falsa couve deve-se à presença de alcaloides potentes. Em especial, a anabasina, substância que atua de maneira semelhante à nicotina presente em outras espécies de Nicotiana. Quando ingerida, mesmo em pequenas quantidades, pode desencadear quadros graves de intoxicação, manifestados por sintomas como tontura, vômitos, dores abdominais, fraqueza muscular e distúrbios respiratórios.

Os efeitos tóxicos podem variar conforme a quantidade ingerida e a sensibilidade de cada indivíduo. Em animais, especialmente bovinos, equinos e caprinos, frequentemente ocorrem episódios de envenenamento devido ao pastoreio inadvertido em áreas onde a Nicotiana glauca predomina. Além disso, casos graves podem evoluir rapidamente e levar à morte se não forem tratados com agilidade. Esse potencial de risco exige atenção redobrada de agricultores, criadores e até mesmo de pessoas que mantêm hortas domésticas.

Como identificar e diferenciar a Nicotiana glauca de outras plantas?

Reconhecer a falsa couve é fundamental para evitar intoxicações acidentais. A planta exibe folhas ovais e alongadas, de cor verde-acinzentada, com textura aveludada ao toque. Outra característica marcante são as flores amarelas em formato de tubo, que surgem principalmente nos meses de clima mais ameno.

  • Folhas: ovais, com margens inteiras e sem dentes, diferentemente das folhas recortadas da couve verdadeira.
  • Talo: levemente lenhoso e com aspecto esbranquiçado em plantas mais maduras.
  • Flores: tubulares e amarelas, que diferenciam a espécie de outras de uso alimentício.

A observação dos detalhes acima pode evitar confusão com vegetais comestíveis. Ao notar qualquer suspeita, recomenda-se não consumir folhas de origem desconhecida, principalmente em regiões onde a Nicotiana glauca se desenvolve facilmente.

Por que a falsa couve se espalha com facilidade?

Outro fator que contribui para a disseminação da falsa couve é sua capacidade elevada de adaptação a diferentes solos e climas. Espécie invasora em muitas áreas, cresce em terrenos baldios, margens de rodovias, pastagens e até mesmo em jardins residenciais. A facilidade com que dispersa suas sementes impede um controle efetivo sem ações concentradas de manejo ambiental.

  1. Produção abundante de sementes ao longo do ano.
  2. Alta resistência a condições adversas, como estiagem e solos degradados.
  3. Ausência de predadores naturais em algumas regiões, favorecendo o crescimento.

Essas características ampliam o risco de contato involuntário com a planta, aumentando a necessidade de campanhas educativas voltadas à identificação da falsa couve e à conscientização sobre seus perigos.

Outro fator que contribui para a disseminação da falsa couve é sua capacidade elevada de adaptação a diferentes solos e climas – Forest and Kim Starr/Wikimedia Commons
Outro fator que contribui para a disseminação da falsa couve é sua capacidade elevada de adaptação a diferentes solos e climas – Forest and Kim Starr/Wikimedia Commons
Foto: Giro 10

Há tratamento para intoxicação por Nicotiana glauca?

No caso de ingestão acidental, o tratamento médico deve ocorrer imediatamente. O manejo depende dos sintomas apresentados, podendo envolver lavagem gástrica, administração de carvão ativado e suporte respiratório, conforme a gravidade do quadro. Não existem antídotos específicos para os alcaloides presentes na espécie, o que reforça a importância da prevenção e do reconhecimento precoce dos sinais clínicos.

A falsa couve segue sendo um desafio tanto para a saúde pública quanto para a agricultura, exigindo atenção redobrada na identificação e manejo, sobretudo em regiões onde sua ocorrência é mais frequente. Orientações corretas e a divulgação de suas características são essenciais para reduzir falhas de identificação e evitar riscos à saúde de pessoas e animais.

Giro 10
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade