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Mulher ficou paralisada após agachamento com 120 kg; por que lesões na coluna são tão graves?

Especialistas explicam como lesões na coluna podem afetar o corpo humano de maneira severa

16 set 2024 - 15h26
(atualizado em 17/9/2024 às 10h13)
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Henrietta treinava regularmente na academia
Henrietta treinava regularmente na academia
Foto: Reprodução/Daily Mail

A professora de educação física, Henrietta Paxton, de 40 anos, ficou paralisada após escorregar enquanto fazia um agachamento, o que fez com que uma barra de 120 kg esmagasse sua coluna. A britânica costumava usar pesos pesados na academia e nunca havia sofrido uma lesão. 

O acidente aconteceu em maio deste ano. A barra que Henrietta carregava escorregou durante uma série de agachamentos, ficando atrás dos ombros dela. Em entrevista ao Daily Mail, ela conta que tentou reajustar sua postura, mas compensou demais, caindo para a frente e sendo esmagada pelo peso. 

“A dor era indescritível, não há nada com que eu possa compará-la. Foi a maior dor que já senti”, revelou Henrietta.

Ela ainda contou que não usou a barra de segurança para agachamento, um equipamento de ginástica que permite que você devolva o peso para o aparelho com segurança. 

No hospital, os médicos realizaram exames e diagnosticaram que ela havia quebrado parte da coluna e danificado a medula espinhal, ficando paralisada da cintura para baixo. 

“Acho que no fundo eu sabia. Eu ouvi e senti minhas costas quebrando e as pessoas ao meu redor estavam tentando me manter calma e dizendo que as coisas ficariam bem, mas eu soube o que tinha feito imediatamente”, lembra a professora.

Coluna vertebral é a estrutura central do corpo

Em entrevista ao Terra Você, o médico ortopedista especialista em coluna vertebral, Daniel Oliveira, explica que lesões na coluna são frequentemente mais graves devido à presença da medula espinhal, que é responsável pela transmissão de sinais nervosos entre o cérebro e o corpo. 

A coluna vertebral protege essa estrutura vital, e qualquer dano à medula espinhal pode levar a déficits neurológicos permanentes. Além disso, a complexidade anatômica da coluna, com suas diversas articulações, discos intervertebrais e raízes nervosas, torna o diagnóstico e tratamento mais desafiadores. 

O envolvimento da medula espinhal pode resultar em paralisias, perda de sensibilidade e disfunções orgânicas. Fatores como a localização e a gravidade da lesão são determinantes para o prognóstico.

O médico conta que a coluna vertebral é a estrutura central do corpo, e sua integridade é essencial para a movimentação e postura. Lesões na coluna podem comprometer a mobilidade ao afetar diretamente os nervos que controlam os músculos e a sensibilidade. 

“Dependendo da localização da lesão, pode haver perda de função motora nos membros superiores, inferiores ou ambos, além de limitações na capacidade de se mover, levantar peso ou até realizar atividades diárias simples. Mesmo lesões menores podem causar dor intensa, espasmos musculares e rigidez, o que interfere na mobilidade do paciente”, diz o especialista.

O médico neurocirurgião, Felipe Mendes, explica que lesões cervicais podem causar tetraplegia, enquanto lesões torácicas ou lombares podem resultar em paraplegia. 

Além da perda de movimento, essas lesões também podem causar disfunções nos órgãos internos, como dificuldades respiratórias, disfunções intestinais e urinárias, bem como alterações no controle da pressão arterial. 

“As consequências psicológicas são igualmente importantes, já que a perda de independência pode levar a depressão e ansiedade, exigindo um acompanhamento multiprofissional”, destaca.

O médico destaca que algumas lesões na coluna são especialmente graves e difíceis de tratar. As fraturas-luxações, por exemplo, que envolvem tanto a fratura óssea quanto o deslocamento das vértebras, podem causar instabilidade significativa e maior risco de lesão medular. 

As fraturas em explosão, geralmente resultantes de trauma de alta energia, podem causar fragmentos ósseos a pressionar a medula espinhal. Além disso, lesões em regiões como a junção crânio-cervical e a transição toracolombar são desafiadoras pela complexidade anatômica e pela maior probabilidade de envolvimento neurológico. 

O tratamento dessas lesões muitas vezes requer abordagens cirúrgicas complexas e um alto nível de expertise para garantir a estabilização e a preservação neurológica.

Complicações a longo prazo incluem dor crônica, limitação de mobilidade, deformidades, úlceras de pressão, tromboses e infecções de repetição, como infecções urinárias.  

A compressão crônica de raízes nervosas também pode resultar em fraqueza muscular e perda de função.

O neurocirurgião conta que mesmo após o tratamento adequado, a cicatrização do tecido pode levar à formação de aderências ou fibroses, impactando a função dos nervos. A reabilitação intensa e prolongada é fundamental para minimizar esses riscos, bem como o acompanhamento periódico com exames de imagem para monitorar possíveis recidivas ou complicações. 

“Atividades de reabilitação fisioterápica, de readaptação ao novo normal, prevenção de escaras e tratamento precoce de complicações ajudam a melhorar a qualidade de vida e reduzir a morbidade”, indica.

Fonte: Redação Terra Você
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