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Infecção polimicrobiana: entenda quadro de saúde do Papa Francisco

Segundo comunicado do Vaticano, o pontífice está em uma "situação clínica complexa"

17 fev 2025 - 16h58
(atualizado às 19h18)
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Papa Francisco durante evento no Vaticano no dia 1 de fevereiro de 2025
Papa Francisco durante evento no Vaticano no dia 1 de fevereiro de 2025
Foto: Ciro De Luca / Reuters

O Papa Francisco foi diagnosticado com infecção polimicrobiana e está internado para tratamento, com estado de saúde estável, de acordo com comunicado do Vaticano desta segunda-feira, 17. O boletim médico informa que o pontífice enfrenta uma bronquite, e exames recentes indicaram a presença de múltiplos agentes infecciosos, o que exigiu ajustes na abordagem terapêutica.

A infecção polimicrobiana ocorre quando um paciente é acometido por mais de um tipo de microrganismo simultaneamente, como vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Segundo um artigo publicado na revista científica The Lancet, esse tipo de infecção pode se desenvolver porque a presença de um agente patogênico cria condições favoráveis para a colonização por outros organismos.

O infectologista Carlos Starling, mestre em Medicina, vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e consultor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que o grande desafio no diagnóstico é distinguir quando os microrganismos estão, de fato, causando a infecção ou se são apenas colonizadores, ou seja, estão presentes no organismo sem desencadear um quadro clínico significativo.

"Nem sempre a presença de múltiplos microrganismos significa uma infecção polimicrobiana. Alguns podem ser apenas colonizantes, sem impacto real na evolução da doença", ressalta.

Essas infecções podem ocorrer em diversas partes do corpo, sendo mais comuns em pacientes politraumatizados, vítimas de grandes queimaduras ou submetidos a cirurgias abdominais extensas. No trato respiratório, elas afetam principalmente pessoas com doenças pulmonares pré-existentes, como enfisema e DPOC, ou pacientes imunossuprimidos.

"Extremos de idade, como recém-nascidos de baixo peso e idosos com múltiplas comorbidades, também são grupos de risco para esse tipo de infecção", acrescenta o especialista.

No caso do trato respiratório, uma infecção viral pode abrir caminho para infecções bacterianas secundárias, que, ao serem tratadas, podem levar à seleção de microrganismos mais resistentes, incluindo fungos. "Os antimicrobianos de amplo espectro eliminam bactérias, mas expõem o organismo à colonização por fungos resistentes. Esse é um dos desafios no tratamento de pacientes graves", destaca Starling.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico e tratamento dessas infecções têm avançado com o uso de testes moleculares, que permitem identificar genes de resistência em bactérias e fungos, auxiliando na escolha do antibiótico ou antifúngico mais adequado.

"O ideal é sempre um tratamento direcionado ao patógeno específico, pois o uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro pode provocar alterações na microbiota e selecionar microrganismos mais resistentes", alerta o infectologista.

Diferentemente do que ocorre com infecções específicas, como as pulmonares ou urinárias, não há diretrizes médicas padronizadas para o tratamento de infecções polimicrobianas. "O manejo depende do local da infecção e da condição clínica do paciente. O importante é avaliar a gravidade do quadro e escolher a abordagem terapêutica mais eficaz para cada caso", conclui Starling.

Fonte: Redação Terra
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