Gripe aviária H5: por que o vírus voltou ao centro das preocupações globais
Pandemia de gripe aviária H5 pode ser mais grave que a covid-19: conheça riscos, falta de anticorpos e ações do Instituto Pasteur
O cenário das pandemias virais ganhou destaque em todo o mundo nos últimos anos, especialmente após o surgimento da covid-19. No entanto, enquanto diversos vírus assolaram a humanidade, a preocupação com a gripe aviária H5 cresce devido ao seu potencial pandêmico e diferenças marcantes em relação a outros agentes infecciosos respiratórios. Esse vírus, originalmente detectado em aves, agora desperta atenção pela sua capacidade de afetar mamíferos e humanos.
Entre as principais questões sobre o avanço do vírus H5 está o fato de que a população mundial não possui defesas naturais contra ele. Diferente do que ocorre com cepas sazonais da gripe comum, como H1 e H3, a gripe aviária H5 encontra pessoas sem imunidade prévia, o que pode tornar sua circulação significativamente mais perigosa, especialmente se o vírus sofrer mutações que aumentem sua transmissão entre humanos.
O que torna a gripe aviária H5 uma ameaça global?
A gripe aviária H5N1 representa um risco elevado devido à sua capacidade de infectar diversas espécies animais e, ocasionalmente, humanos. Ao longo dos últimos anos, houve registros de transmissão do H5N1 em granjas de aves e, de forma menos frequente, de casos humanos após contato direto com aves infectadas. Em 2025, a preocupação intensificou-se após ser identificado o primeiro caso de H5N5 em humanos nos Estados Unidos, um episódio que resultou em morte e trouxe à tona o debate sobre vigilância e prevenção.
Ao contrário da covid-19, que afetou principalmente pessoas consideradas vulneráveis, os vírus influenza da família H5 já demonstraram capacidade de causar quadros graves também em indivíduos previamente saudáveis, incluindo crianças. Isso ressalta a necessidade de medidas rigorosas para impedir uma possível pandemia causada pelo H5N1 ou por outras variantes emergentes desse subtipo.
Por que não existem anticorpos humanos contra a gripe aviária H5?
Os vírus de gripe presentes em circulação sazonal, como H1N1 e H3N2, são familiares ao sistema imunológico da maioria das pessoas, pois infecções anteriores ou vacinação promovem certa proteção através de anticorpos específicos. No caso da gripe aviária H5, a exposição humana é extremamente rara, e por isso não há geração de resposta imune natural ou coletiva. Esse cenário favorece uma rápida disseminação caso o vírus adquira capacidade eficiente de transmissão entre pessoas.
- Ausência de imunidade: Pessoas não foram expostas a vírus H5 anteriormente.
- Alto potencial de gravidade: A infecção pode afetar saudáveis e vulneráveis de forma semelhante.
- Mutações preocupantes: Alterações genéticas podem permitir maior adaptação a humanos.
O aprendizado com pandemias anteriores mostra que vírus pouco conhecidos pelo sistema imune humano criam condições favoráveis a surtos intensos e de rápida expansão. Por isso, monitorar a circulação do H5 em aves, mamíferos e possíveis casos humanos se tornou prioridade para organismos internacionais.
Como mitigar o risco de uma pandemia de gripe aviária?
As estratégias de controle do vírus H5N1 envolvem ações preventivas rigorosas, incluindo vigilância epidemiológica, detecção precoce em aves e mamíferos e o desenvolvimento de vacinas candidatas. O compartilhamento de dados e protocolos de testagem, como ocorreu no início da pandemia de covid-19, é fundamental para que países possam agir rapidamente em caso de emergência sanitária global.
- Investimento em pesquisa e desenvolvimento de vacinas específicas para o subtipo H5.
- Monitoramento sistemático de surtos em aves, especialmente em regiões de alto risco.
- Educação da população sobre formas de contato seguro com animais.
- Intercâmbio de informações entre laboratórios internacionais e autoridades de saúde.
Mesmo em um cenário onde a gripe aviária ainda não se tornou amplamente transmissível entre humanos, a colaboração internacional e atualização constante dos protocolos de biossegurança são essenciais para evitar que um novo desafio pandêmico surpreenda as comunidades globais. A experiência recente demonstrou que preparação e resposta rápida podem reduzir os impactos de futuras ameaças à saúde pública.