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OMS alerta para o crescente aumento da obesidade infantil

Relatório mostra que probabilidade de morrer por doenças não contagiosas no Brasil é de 19% entre os 30 e 70 anos

10 jul 2014 - 18h29
(atualizado às 20h46)
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Foto: Getty Images

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira (10) para o crescente aumento da obesidade infantil ao divulgar um relatório que reflete o dramático impacto das doenças não contagiosas. "Nossas crianças estão engordando em todas as regiões do mundo", afirmou a diretora geral da OMS, Margaret Chan, em um fórum na sede da ONU para falar sobre as políticas oficiais que buscam combater doenças como o câncer e o diabetes.

Esta preocupação sobre a obesidade infantil, acrescentou, é uma "sinal de alarme" que indica "um sério problema" sobre a saúde mundial, que entre outras consequências gera uma forte carga financeira sobre os sistemas públicos de saúde.

A OMS publicou um relatório que aponta que a cada ano morrem 38 milhões de pessoas em decorrência de doenças não contagiosas, algumas delas que podem ser evitadas com a suficiente prevenção.

"As políticas públicas de saúde devem mudar da cura para a prevenção, da gestão de curto prazo para outra de longo prazo", afirmou Chan em um discurso perante a Assembleia Geral da ONU, onde se analisou este tema.

Chan lembrou que a história mundial esteve marcada pela luta contra as doenças infecciosas, que foram diminuindo enquanto crescia a qualidade de vida.

"Hoje está ocorrendo o contrário. O progresso socioeconômico de fato está criando as condições que favorecem as doenças não contagiosas", insistiu Chan, ressaltando que estes males representam "enormes" desafios para os países.

O relatório divulgado hoje destaca que das 38 milhões de vítimas destas doenças, 14 milhões morrem entre os 30 e os 70 anos, e deles 85% são moradores de países em desenvolvimento.

"Estas mortes prematuras são em grande parte evitáveis com medidas governamentais que reduzam os fatores de risco", sustenta o preâmbulo do relatório, assinado pelo diretor-geral adjunto da OMS, Oleg Chestnov.

O relatório recolhe as respostas oficiais para lutar contra estes males em 194 países.

"Não vejo uma falta de compromisso, mas uma falta de capacidade para atuar, especialmente nos países em desenvolvimento", disse Chan perante a Assembleia Geral da ONU. A máxima autoridade da OMS declarou que as tendências estão gerando uma "profunda preocupação", especialmente nos locais mais pobres.

Ao referir-se à obesidade, Chan disse que se trata de uma epidemia que está se desenvolvendo cada vez mais nas últimas três décadas. "As práticas da indústria (alimentícia), especialmente na comercialização de comidas não saudáveis e refrigerantes para as crianças, estão exercendo um papel importante", opinou.

Chan lamentou que a comida saudável "não é acessível em vastas partes do mundo o desenvolvimento. Infelizmente, a comida menos saudável é normalmente a mais barata e mais conveniente".

O relatório apresentado hoje não fixa um ranking mundial quanto à mortalidade das doenças não contagiosas, mas apresenta os dados de cada país separadamente. Por exemplo, no Brasil 31% das mortes se deve a problemas cardiovasculares e 17% ao câncer. No país, a probabilidade de morrer por doenças não contagiosas é de 19% entre os 30 e 70 anos.

No México, um país com altos níveis de obesidade infantil, as doenças cardiovasculares representam 24% das mortes e o câncer 12%, com 16% de probabilidade de morrer por males como esses entre os 30 e 70 anos.

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EFE   
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