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Jornal explica por que remédios não funcionam para todos

28 mai 2013 - 11h44
(atualizado às 11h44)
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Seu amigo ou parente aprova determinado analgésico, mas o remédio não faz efeito nenhum para você? O antidepressivo prescrito não mostra resultado? Confira abaixo os motivos de determinados remédios não funcionarem para todos, de acordo com o jornal Daily Mail:

Tratamentos de alergia

Os anti-histamínicos são o tratamento habitual para alergias. Eles suprimem a ação da histamina, uma substância química produzida pelo corpo que leva a sintomas alérgicos, como coceira e respiração ofegante. Às vezes, porém, os níveis alérgicos são tão altos que os anti-histamínicos não são suficientes. Nesse caso, o composto de montelucaste pode ser prescrito, pois ele pode parar parte do processo que leva à liberação de histamina.

• Não funciona? O montelucaste não funciona para um terço dos pacientes. “Parece haver uma razão genética”, disse o médico Adam Frosh, especialista em ouvido, nariz e garganta. Um pequeno estudo do Hospital Frimley Park, no Reino Unido, publicado neste ano, constatou que montelucaste reduziu os sintomas de urticária (vermelhidão, erupção cutânea com comichão, provocada por alergia) em 12 pessoas. No entanto, não teve nenhum efeito em outras 11 e, em duas, agravou os sintomas.

• O que tentar? Sprays de esteroides são muitas vezes um tratamento eficaz para a coriza e irritação associada a uma alergia, como febre. As alergias podem ser tratadas com formas mais especializadas de terapia: como dessensibilização, na qual pequenas quantidades de alérgenos são injetadas no corpo ao longo do tempo até que ele construa uma tolerância. 

Analgésicos

A codeína é um analgésico popular e uma das drogas opioides (que também incluem a morfina). Trabalha ajudando a diminuir os sinais de dor enviados dos nervos para o cérebro, reduzindo o desconforto. É usado para dor moderada em curto prazo, como a dor dental.

• Não funciona? Cerca de 15% das pessoas não recebem benefício dessa droga. Isso porque têm uma variação genética de uma enzima chamada citocromo P450 2C9.“Codeína precisa ser metabolizada pelo organismo em morfina para aliviar a dor, mas as pessoas com essa variação genética não têm essa enzima”, disse o professor de farmácia Jayne Lawrence. “Isso significa que eles recebem pouco ou nenhum alívio da dor”, completou.

• O que tentar? Paracetamol ou ibuprofeno funcionam. Se a dor for mais grave, analgésicos à base de opiáceos, como a morfina, podem ser prescritos.

Enxaqueca

As drogas triptano foram saudadas como uma grande esperança para quem sofre de enxaqueca, quando foram introduzidas nos anos 1990. Trabalham no aumento dos níveis de serotonina, o que pode reduzir o número de sinais de dorenviados a partir do nervo trigeminal. A serotonina também pode ajudar a aliviar outros sintomas, como náuseas e distúrbios visuais.

• Não funciona? Estudos descobriram que cerca de 30% a 40% das pessoas não apresentam redução de sintomas com triptanos. “Nós não sabemos ao certo o porquê disso”, disse Andrew Dowson, diretor de serviços de dor de cabeça no Hospital Kings College, na Inglaterra. Uma teoria é que o efeito da serotonina sobre enxaqueca varia de pessoa para pessoa.

• O que tentar? “Às vezes, achamos que dar anti-inflamatórios não-esteroides, como o ibuprofeno, ao mesmo tempo que triptanos melhora a chance de sucesso”, afirmou Dowson. O medicamento também pode ser combinado a algum gástrico. As enxaquecas podem retardar o movimento dos alimentos e do líquido no estômago, retardando a absorção da droga. Outra opção é tratar cada sintoma individualmente, como remédio para prevenir náuseas e outro para reduzir tontura.

<p>Fatores como etnia, peso e variações genéticas podem tornar a pessoa mais ou menos sensível a determinado tipo de medicamento</p>
Fatores como etnia, peso e variações genéticas podem tornar a pessoa mais ou menos sensível a determinado tipo de medicamento
Foto: Getty Images
Hipertensão

Se não tratada, a hipertensão pode levar a ataques cardíacos e derrames. Há muitos tipos de medicamentos utilizados para combater a doença.

• Não funciona? Se a sua pressão arterial não está sob controle, pode ser que você precise de medicação diferente. “Idade, excesso de peso e etnia influenciam na eficácia de pílulas de pressão arterial”, contou Neil Poulter, professor de medicina cardiovascular preventiva no Imperial College London, na Inglaterra. Isso é devido principalmente ao hormônio renina, que contrai os vasos sanguíneos, contribuindo para a pressão arterial elevada. No entanto, se você já tem baixos níveis desse hormônio, outros fatores podem estar causando a sua pressão arterial elevada. As pessoas mais velhas e as de descendência africana tendem a ter níveis mais baixos desse hormônio, por isso as drogas-padrão não funcionam tão bem.

• O que tentar? Pacientes provavelmente irão precisar de bloqueadores dos canais de cálcio, como amlodipina. Cálcio diminui os vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial. Se a medida não funcionar, então também podem ser prescritos diuréticos, que ajudam a reduzir a quantidade de fluido no sangue, reduzindo a pressão.

Antidepressivos

São projetados para aumentar os níveis de substâncias de bem-estar no cérebro.

• Não funciona? Cerca de metade de todos aqueles que tentam encontrar antidepressivos constata que eles não funcionam. Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association, em 2010, concluiu que os antidepressivos são um pouco melhor que uma pílula de açúcar para o tratamento de depressão leve. Os pesquisadores disseram que, quanto mais grave a depressão, maiores os efeitos.

• O que tentar? Terapias, como a cognitivo-comportamental, que tentam mudar a maneira como a pessoa vê o mundo, podem ajudar. “Outra coisa importante a fazer é evitar a solidão e se manter ocupado”, receitou o psiquiatra Paul Blenkiron. “Exercite o corpo e a mente. Tente fazer exercícios físicos duas ou três vezes por semana. Até mesmo um passeio irá ajudar.”

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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