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Do campo à mesa: os riscos e fraudes que cercam o mel

Mel falsificado ameaça saúde e confiança do consumidor, enquanto fraudes no leite expõem riscos, adulterações químicas e fiscalização ainda falha

13 dez 2025 - 12h03
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O mel aparece com frequência em relatórios internacionais sobre fraudes em alimentos. Diversos levantamentos apontam o produto entre os mais adulterados do mundo. O interesse econômico explica parte do fenômeno. O litro de mel puro possui alto valor de mercado. Já os xaropes açucarados usados para adulteração custam pouco. Essa diferença cria espaço para esquemas que buscam lucro rápido, muitas vezes sem controle sanitário adequado.

Nos últimos anos, laboratórios e órgãos de fiscalização endureceram os testes. Mesmo assim, novas formas de fraude surgem de maneira constante. Empresas e atravessadores utilizam tecnologias para mascarar adulterações. Em muitos casos, o mel chega às prateleiras com aparência e sabor preservados. Porém, a composição interna apresenta alterações relevantes, difíceis de identificar sem análise técnica.

Por que o mel é considerado um dos alimentos mais fraudados?

A principal razão está na facilidade de diluição e mistura. O mel aceita inclusão de xaropes de açúcar sem grandes mudanças visuais. Produtos à base de milho, arroz, beterraba ou cana entram na fórmula. Esses ingredientes elevam o volume e reduzem o custo. Dessa forma, o frasco mantém cor, densidade e doçura. O consumidor enxerga um produto aparentemente regular.

Além disso, a cadeia do mel envolve muitos intermediários. Pequenos apicultores vendem para cooperativas ou atravessadores. Em seguida, empresas de envase assumem o controle da mercadoria. Em vários pontos, o produto pode receber aditivos, misturas e filtragens excessivas. Sem rastreabilidade clara, torna-se difícil apontar o elo responsável pela adulteração.

Relatórios de comércio internacional também ajudam a entender o cenário. Alguns países exportam grandes volumes de mel com preços abaixo do custo médio de produção. Esse dado indica forte probabilidade de mistura com xaropes baratos. Assim, o produto desembarca em outros mercados já fraudado na origem. Em seguida, passa por novos envasamentos e chega ao consumidor como se fosse mel legítimo.

mel – depositphotos.com / Atakan Divitlioglu
mel – depositphotos.com / Atakan Divitlioglu
Foto: Giro 10

Principais tipos de fraude no mel

As adulterações seguem padrões recorrentes em diferentes regiões. Técnicas variam, porém mantêm objetivos semelhantes. A lista a seguir resume práticas observadas por laboratórios e órgãos reguladores:

  • Adição de xaropes baratos: mistura com glicose, frutose ou xarope de milho para aumentar o volume.
  • Alimentação artificial das abelhas: oferta constante de açúcar refinado durante a produção, que altera a composição natural.
  • Mel ultra-filtrado: remoção quase total do pólen para dificultar o rastreamento de origem.
  • Rotulagem enganosa: uso de termos como "puro" ou "orgânico" sem comprovação técnica.
  • Mistura de méis de diferentes países: combinação de lotes com qualidades distintas sob um mesmo rótulo.

Em muitos casos, essas práticas acontecem de maneira combinada. Uma mesma embalagem pode reunir mel verdadeiro, xarope industrial e pólen residual. O resultado mantém sabor agradável e textura padronizada. Porém, o produto deixa de representar o alimento natural que o consumidor imagina ao comprar o frasco.

Como identificar e reduzir o risco de mel fraudado?

Nenhum teste caseiro substitui a análise laboratorial. Mesmo assim, algumas estratégias ajudam a reduzir riscos. A observação do rótulo oferece pistas iniciais. Informações claras sobre origem, CNPJ e tipo de florada indicam maior compromisso com a rastreabilidade. Já rótulos genéricos, com poucos dados e design padronizado, levantam dúvidas.

Outro caminho envolve a escolha de canais de compra. Muitos consumidores optam por mel de pequenos produtores conhecidos. Esse movimento aproxima campo e mesa. Dessa maneira, a cadeia fica mais curta e transparente. Feiras locais, associações de apicultores e cooperativas regionais ganham espaço nesse contexto.

Órgãos governamentais, por sua vez, ampliam esforços de fiscalização. Ações recentes incluem coleta de amostras em supermercados e fronteiras. Também surgem parcerias com universidades para desenvolver métodos de análise mais precisos. Entre eles, destacam-se técnicas que identificam a origem botânica e geográfica do mel. Assim, especialistas comparam o produto com bancos de dados e verificam a autenticidade.

Quais são os impactos da fraude no mel para o consumidor e para o setor?

A adulteração afeta diretamente a confiança do público. Quando casos de fraude vêm à tona, todo o mercado sente os efeitos. Apicultores sérios enfrentam queda nas vendas. Marcas comprometidas com boas práticas precisam explicar diferenças de preço. Enquanto isso, produtos adulterados pressionam valores para baixo e distorcem a concorrência.

Do ponto de vista nutricional, o problema também merece atenção. O mel verdadeiro oferece compostos bioativos naturais. Entre eles, destacam-se pequenas quantidades de enzimas, minerais e antioxidantes. Já os xaropes adicionados concentram basicamente açúcares simples. Assim, o frasco rotulado como mel pode entregar perfil nutricional semelhante ao de um xarope comum.

Em 2025, o debate sobre fraudes em alimentos ganha ainda mais visibilidade. Consumidores buscam transparência, e o mel entra no centro dessa discussão. A combinação de fiscalização, pesquisa científica e escolhas mais informadas tende a reduzir brechas para adulterações. Dessa forma, o setor apícola pode fortalecer a própria imagem e aproximar novamente o público do produto genuíno.

Giro 10
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