Como a mordida errada pode levar à perda de dentes
Descubra por que a embocadura dos dentes pode levar à perda dentária e saiba como corrigir mordida e prevenir problemas bucais graves
A forma como os dentes se encontram ao morder, chamada de embocadura ou oclusão dentária, influencia diretamente a saúde de toda a boca. Quando essa relação não está equilibrada, o esforço feito para mastigar, falar e até engolir é distribuído de maneira desigual, o que pode provocar desgaste excessivo, dor e, em alguns casos, perda dentária. Esse processo costuma ser lento, mas tende a piorar com o passar dos anos se não houver acompanhamento odontológico.
Em 2025, muitos atendimentos em consultórios estão ligados a problemas de mordida desajustada, como dentes que não se tocam direito, mordida cruzada ou muito profunda. Nesses casos, a embocadura dos dentes causa pequenas agressões repetidas ao longo do tempo, que afetam não só o esmalte, mas também a gengiva, o osso de suporte e a articulação da mandíbula. Entender como isso acontece ajuda a prevenir situações em que o dente fica tão comprometido que acaba sendo perdido.
O que é embocadura dos dentes e por que ela é tão importante?
A embocadura dos dentes, também conhecida como oclusão dentária, é a forma como os dentes superiores e inferiores se encaixam quando a boca está fechada ou durante a mastigação. Uma embocadura considerada equilibrada distribui a força mastigatória entre vários dentes, evitando sobrecargas em pontos específicos. Quando há algum desajuste, alguns dentes passam a receber boa parte da pressão sozinhos.
Entre os tipos de mordida alterada estão a mordida aberta, a sobremordida exagerada, a mordida cruzada e o desalinhamento generalizado. Essas alterações podem surgir por fatores genéticos, hábitos como roer unhas e chupar o dedo, bruxismo, perda precoce de dentes ou restaurações mal adaptadas. Independentemente da causa, o resultado costuma ser semelhante: mais pressão em áreas específicas da boca e maior chance de problemas estruturais.
Como a embocadura dos dentes pode levar à perda dentária?
Quando a embocadura é desajustada, alguns dentes funcionam como "pontos de impacto" constantes. Com o tempo, isso pode gerar microfraturas, rachaduras no esmalte e desgaste da camada protetora. Sem o esmalte íntegro, o dente fica mais exposto a cáries profundas e sensibilidade, favorecendo inflamações na polpa e necessidade de tratamento de canal ou até extração.
Outro ponto relevante é o impacto sobre a gengiva e o osso ao redor dos dentes. A sobrecarga em determinadas regiões pode agravar doenças periodontais, provocando retração gengival e perda de suporte ósseo. Quando o osso que sustenta a raiz é reabsorvido de forma intensa, o dente começa a ficar amolecido. Em estágios avançados, a única saída pode ser a remoção desse dente.
Em muitos casos, o corpo tenta se adaptar à embocadura alterada apertando ou rangendo os dentes, especialmente durante o sono. Esse hábito potencializa o desgaste, acelera fraturas, reduz a altura dos dentes e pode causar dor na articulação temporomandibular. Quando essa combinação se mantém por anos sem tratamento, o risco de perder um ou mais dentes aumenta de forma significativa.
Quais sinais indicam que a embocadura está prejudicando os dentes?
Nem sempre a pessoa percebe de imediato que a maneira de morder está causando danos. Alguns sinais comuns de que a oclusão dentária pode estar comprometida incluem:
- Dentes que parecem "gastar" rápido, ficando mais curtos ou com bordas irregulares;
- Rachaduras frequentes em restaurações, coroas ou facetas;
- Desconforto ao mastigar alimentos mais firmes;
- Sensibilidade ao frio, ao calor ou ao toque;
- Dores na região da mandíbula, pescoço ou cabeça ao acordar;
- Estalos ou travamentos na articulação próxima ao ouvido.
Outro indício é a dificuldade em manter próteses ou implantes estáveis. Quando a embocadura não está ajustada, esses elementos são submetidos a forças inadequadas, o que pode levar à soltura de próteses e a falha de implantes ao longo do tempo. A gengiva também pode reagir com inflamações recorrentes em áreas de maior pressão.
Como proteger os dentes dos efeitos de uma embocadura desequilibrada?
O acompanhamento regular com o cirurgião-dentista é fundamental para identificar cedo qualquer alteração na mordida. Em muitos casos, o tratamento envolve a associação de diferentes abordagens, que podem incluir:
- Ajustes oclusais: pequenos desgastes controlados em pontos de contato exagerados, feitos pelo profissional, para equilibrar a mastigação.
- Ortodontia: uso de aparelhos fixos ou alinhadores transparentes para alinhar dentes e corrigir a relação entre as arcadas.
- Placa de bruxismo: dispositivo em resina usado principalmente à noite para distribuir melhor a força e proteger o esmalte.
- Tratamentos periodontais: limpeza profunda e cuidados específicos para preservar gengiva e osso de suporte.
- Reabilitação oral: trocas de restaurações, próteses bem adaptadas e, quando necessário, implantes planejados levando em conta a oclusão.
Além do tratamento, a mudança de hábitos também contribui para preservar os dentes. Evitar roer objetos, controlar a tensão emocional que favorece o apertamento da mandíbula e buscar orientação ao notar qualquer alteração na forma de morder são atitudes que reduzem o risco de perda dentária.
Embocadura dos dentes e prevenção a longo prazo
A relação entre a embocadura dos dentes e a perda dentária mostra que não se trata apenas de estética ou conforto ao mastigar. Uma oclusão bem ajustada ajuda a manter o esmalte íntegro, a gengiva saudável e o osso firme em torno das raízes. Por isso, a avaliação da mordida passou a fazer parte de rotinas preventivas em consultórios, ao lado da limpeza profissional e do controle de cáries.
Quando a pessoa compreende que um dente raramente se perde de um dia para o outro, mas sim por um conjunto de fatores repetidos ao longo dos anos, torna-se mais fácil aceitar tratamentos que envolvem correção da mordida. Dessa forma, o cuidado com a embocadura se transforma em uma estratégia importante para conservar os dentes naturais pelo maior tempo possível, preservando a função mastigatória e a saúde bucal como um todo.