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Cidades com alta incidência recorrem a drones para atacar mosquito da dengue em SP

Veículos aéreos não tripulados permitem à fiscalização atingir locais inacessíveis aos agentes de saúde

26 mar 2019 - 16h23
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SOROCABA - Cidades com alta incidência do mosquito transmissor da dengue estão recorrendo à tecnologia dos drones para atacar o Aedes aegypti, no interior de São Paulo. Os veículos aéreos não tripulados permitem à fiscalização atingir locais inacessíveis aos agentes de saúde. Além de possibilitar o levantamento dos possíveis focos, por meio de filmagem aérea, os drones já podem ser equipados com dispersores de inseticidas para o ataque direto ao transmissor.

Prefeitura de Araraquara usa drone para espalhar inseticida em 'cemitério' de vagões com criadouros
Prefeitura de Araraquara usa drone para espalhar inseticida em 'cemitério' de vagões com criadouros
Foto: Prefeitura de Araraquara/Divulgação / Estadão

Foi o que aconteceu em Araraquara, no último sábado, 23. Os agentes recorreram a um drone para lançar inseticidas e larvicidas numa área que abriga um "cemitério" de vagões, na Vila Xavier. As composições, abandonadas há anos na região, acumulam água e se transformam em criadouros do Aedes. "Não há como subir nesses vagões sem correr risco, então o drone acaba sendo um recurso eficaz. Com o equipamento, os focos são visualizados e a aplicação é feita de forma direta", disse o coordenador de Vigilância em Saúde, Rodrigo Ramos. O equipamento deve ser usado até o fim da epidemia que atinge o município. Conforme a última atualização, Araraquara tem 3.824 casos confirmados e quatro mortes por dengue.

Em Limeira, o drone é usado para multar quem não combate o mosquito, a partir da identificação de potenciais criadouros. As equipes utilizam o aparelho para fazer a fiscalização de imóveis onde o acesso é difícil. Após a identificar dos pontos de acúmulo de larvas, o proprietário é notificado para fazer a limpeza e eliminar os criadouros em três dias. O próprio equipamento, usado em parceria entre a Guarda Civil Municipal (GCM) e a divisão de Controle de Zoonoses, volta ao local para conferir se o trabalho foi realizado. A não obediência acarreta multa que varia de R$ 795 a R$ 3,9 mil. Na cidade, houve 60 casos confirmados até fevereiro.

Em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, o drone auxilia as ações de nebulização feitas com o "fumacê". O equipamento voador ajuda a identificar os locais com possíveis criadouros. Com esse apoio, segundo o Centro de Controle de Zoonoses, o nebulizador ganha em eficiência, podendo atingir até 40 quarteirões por dia. O drone também permite a identificação de focos em casas de temporada, que permanecem fechadas na maior parte do tempo. A cidade teve 326 casos de dengue notificados este ano, dos quais 35 foram confirmados.

MORTES - Apesar dos esforços no combate ao mosquito, a dengue continua avançando no interior. Em Bauru, a Secretaria de Saúde confirmou nesta terça-feira, 26, mais duas mortes pela doença - agora são 12 confirmadas este ano. Outros oito óbitos são investigados. O número de casos subiu para 7.511. Em Birigui, foram confirmadas as duas primeiras mortes por dengue, este ano, na segunda-feira, 25. A cidade está em alerta com 622 casos positivos da doença e 867 em investigação. A Secretaria de Saúde de Nova Europa, na mesma região, confirmou nesta terça a primeira morte por dengue - a vítima é um idoso de 66 anos.

Estadão
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