Caso Benício: quando o uso de adrenalina pode ser perigoso?
Benício Xavier morreu aos 6 anos após o uso incorreto de adrenalina em hospital
O caso do menino Benício Xavier, que morreu aos 6 anos após receber na veia uma dose de adrenalina por erro médico, causou profunda tristeza e preocupação. A criança deu entrada no Hospital Santa Júlia, em Manaus, com quadro de tosse seca e suspeita de laringite. Logo após a primeira dose, Benício apresentou palidez e começou a passar mal. Ele teve seis paradas cardíacas e não resistiu.
Quais os riscos da administração de adrenalina?
Segundo o Dr. Paulo Telles, pediatra pela SBP, a adrenalina é uma medicação muito importante na pediatria. No entanto, deve ser usada de forma cuidadosa e adequada. "Já que age nos vasos, coração e pulmão, podendo levar a aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e dilatação nos brônquios", diz.
O especialista explica que, se utilizada de maneira incorreta, como aconteceu com Benício, pode provocar efeitos graves como sudorese, vômitos, palidez e problemas cardiovasculares, entre eles arritmia, dor no peito, taquicardia grave e até parada cardíaca.
Quem não pode usar adrenalina?
A principal contraindicação é ter hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da fórmula. "Situações como alguns tipos de glaucoma, hipertensão arterial, hipertireoidismo, insuficiência cardíaca, doenças coronarianas, arritmias cardíacas e uso de medicamentos como diuréticos e medições para coração podem ter contra indicações relativas e o uso deve ser avaliado de forma criteriosa", diz.
O médico afirma que não existem contraindicações absolutas para o uso em situações de emergência que ameacem a vida, especialmente na anafilaxia.
Quando o uso é indicado?
O principal uso da adrenalina em crianças são as reações alérgicas graves, anafilaxia, com aplicação intramuscular.
"Alguns casos de laringite e obstrução das vias aéreas superiores o uso inalatório pode ser indicado.
Para os casos de choque, necessidade de melhora da função cardíaca ou bradicardia grave ou choque anafilático refratário o uso endovenoso da adrenalina é o preferencial", completa.