Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Balão gástrico: como funciona e quem pode usar o novo método

Tecnologia que não precisa de endoscopia para introdução no organismo promete perda de 15% do peso

7 abr 2023 - 05h00
Compartilhar
Exibir comentários
Ilustração de um balão gástrico no estômago
Ilustração de um balão gástrico no estômago
Foto: Reprodução/ Gástrica.com.br

Em meios aos avanços nas medicações e métodos que visam o emagrecimento, chegou ao mercado brasileiro um novo tipo de balão gástrico. O equipamento da Allurion foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), promete a perda de até 15% do peso em cerca de 16 semanas e já começou a ser utilizado por clínicas com um custo que passa de R$ 20 mil.

Chamado de "balão intragástrico ingerível", o método consiste na ingestão de uma cápsula, que, uma vez no estômago do paciente, será inflada por meio de um cateter com 500 a 550 ml de líquido. Como explica o gastrocirurgião Marcon Censoni A. Lima, esse balão vai ocupar espaço, gerando a esperada sensação de saciedade até ser esvaziado e eliminado nas fezes em média após quatro meses.

Seu diferencial em relação ao modelo já em circulação, portanto, é a forma de introdução. O método já disseminado exige uma endoscopia para implantação do balão e outra para a retirada.

"Os efeitos colaterais e a quantidade de perda de peso é semelhante, então a grande vantagem seria não necessitar das duas endoscopias. É mais prático e mais confortável para o paciente que não precisa tomar sedação", frisa o endocrinologista Márcio Mancini, diretor do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) em entrevista ao Terra.

Sendo assim, as condições para que um paciente esteja apto a fazer o procedimento não mudam. O gastrocirurgião listou as exigências:

  • avaliação por equipe experiente 
  • não ter hérnia hiato maior do que 5,0 cm 
  • não ter Esofagite grau III ou Esôfago de Barret
  • não ter Cirrose hepática ou Insuficiência renal crônica 
  • não ter doença ulcerosa gástrica 

“Os mecanismos de funcionamento continuam os mesmos: restrição à ingestão de comida, pois o balão ocupa parte do espaço dentro da câmara gástrica. E não influencia na parte metabólica”, acrescenta Lima. Mas para ele, dispensar a endoscopia prévia pode representar até um risco, pois há prevalência de doenças no trato gastrointestinal superior em pacientes com obesidade, o que o exame pode checar.

Quem pode usar o balão gástrico

Em entrevista ao jornal O Globo, Benoit Chardon, executivo da Allurion, ressaltou que a autorização da Anvisa é para pessoas com IMC acima de 30, o que exclui pacientes apenas com sobrepeso do público-alvo no Brasil.

A também endocrinologista Claudia Chang especifica: o procedimento pode ser adotado por pessoas com obesidade grau I, cujo IMC seja entre 30 e 34,9, ou grau II, com IMC entre 35 e 39,9. 

Como explica a médica, o IMC é recomendado internacionalmente para avaliar o estado nutricional de adolescentes, adultos e idosos e, quanto maior o índice, maior também é o risco de desenvolvimento de doenças crônicas associadas ao sobrepeso e obesidade, a exemplo de hipertensão e diabetes.

"Usualmente indicamos quando há falha no tratamento clínico (somente com medicações). E quando o paciente se beneficiaria muito de uma perda de peso mais rápida, no caso, por exemplo, de um indivíduo que esteja limitado sob o ponto de vista articular e, com isso, não possa se locomover ou fazer exercícios", detalha a especialista, pós-doutora em Endocrinologia e Metabologia, membro da SBEM e coordenadora da pós-graduação em Endocrinologia do Instituto Superior de Medicina (ISMD).

A avaliação de Mancini é complementar. O endocrinologista afirma que a obesidade tem uma abrangência grande, por isso é necessário avaliar o grau do paciente, entre outras condições, antes de optar por esse tratamento.

Ele acredita que o uso do balão pode ser mais efetivo para pessoas que tiveram ganho de peso em um momento específico, e não como um quadro constante. "A efetividade do balão não vai levar um paciente com IMC muito elevado a uma perda de peso satisfatória. Nesse paciente, que tem o IMC muito elevado, o balão pode ser útil como uma ponte, fazendo com que o paciente perca um pouco de peso antes de fazer uma cirurgia bariátrica, por exemplo", analisa o médico.

Balão gástrico oferece riscos?

Mancini lembra que nenhum tratamento funciona como mágica, sendo assim, há taxas de insucesso. Ele estima que 10% dos pacientes que optam pelo procedimento fazem a retirada antes do previsto porque o organismo não tolera. 

Daí a necessidade de um acompanhamento médico multidisciplinar, com endocrinologista, nutricionista, psicólogo e outros profissionais que possam auxiliar no tratamento. "Isso é importante não só para garantir perda máxima de peso, bem como ter suporte frente às dificuldades que podem surgir durante o uso e após a retirada", destaca Claudia.

Reações já esperadas são risco de vômitos e dor na região abdominal nos primeiros dias após a implantação do balão. Outros efeitos citados pela médica são o surgimento de úlceras no câmara gástrica e lesões no esôfago por piora do refluxo. Raramente, o procedimento pode ter como consequência a pancreatite e a migração do balão para o intestino delgado, o que pode provocar obstrução intestinal.

Fonte: Redação Terra Você
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade