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Veja oito dicas para tirar proveito do desemprego

29 mai 2009 - 12h35
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Patricia Zwipp

O período livre é ideal para os estudos e cursos de reciclagem
O período livre é ideal para os estudos e cursos de reciclagem
Foto: Getty Images



O pesadelo do desemprego tira o sono de muitas pessoas, principalmente em períodos como o atual, em que a crise bate na porta de muitas empresas. É claro que ficar sem trabalho passa longe de ser algo agradável, mas apenas reclamar da situação não ajuda em nada. O período livre pode ser bem aproveitado e usado a seu favor para aumentar as chances de uma nova colocação.



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A jornalista Monica Cruz, de 24 anos, passou quatro vezes por essa experiência e não se deixou abater. Muito pelo contrário, arregaçou as mangas. Participou de cursos, workshops e tratou de se atualizar. "Com bastante tempo livre, passava a tarde acessando sites de noticiários. Comecei a estudar inglês por conta própria e, depois, consegui entrar em um curso do idioma."

Durante o desemprego, um fator limitou as possibilidades de atualização: o dinheiro. "Os cursos oferecidos eram sempre muito caros. Contei com a ajuda de meus pais quando precisava, mas não gostava de abusar deles." A saída foi garimpar opções gratuitas.

De acordo com os profissionais ligados ao recrutamento, a atitude da Monica é a ideal, mas não só por colaborar com a questão de carreira. "As estatísticas apontam que o período de desemprego atual costuma durar, em média, seis meses. Em termos psicológicos, é muito ruim ficar sem alguma atividade durante tanto tempo, podendo levar até a depressão", alerta o psicólogo e consultor organizacional Felipe Pierry.

Portanto, se está desempregado, nem pense em passar o dia assistindo à TV e lamentando da vida. Planeje o tempo de forma que consiga melhorar o currículo e não cair na armadilha da ociosidade. "Esse é o momento em que o profissional deve se dedicar ao máximo, investindo ao menos quatro horas de seu dia em sua recolocação", recomenda a consultora de recursos humanos Glaucia da Costa Santos, da Catho Online.

Confira abaixo a lista de práticas que colaboram, e muito, com a busca por um trabalho. Depois, basta colocá-las em ação e contar com uma ajudinha da sorte.

1 - Atualização
Manter-se atualizado sobre o que acontece no mundo é fundamental. "Favorece não só para que o profissional consiga melhores posições no mercado de trabalho, mas também para que tenha conhecimento para melhor gerenciar sua carreira, identificando as áreas promissoras e as diretrizes a serem seguidas", afirma a consultora Glaucia.

A lista de fontes de informação é grande. Conta com rádio, televisão, internet, jornal, revista. Até conversar com amigos e conhecidos vale, porque colabora com o desenvolvimento de diferentes visões sobre determinados fatos.

Ler livros, sem dúvida, é um ponto positivo, mesmo que eles não sejam especificamente da sua área. Aliás, tudo que melhorar o português é bem-vindo. Muitas vezes, as pessoas investem no estudo de idiomas diferentes e acabam se esquecendo do essencial: o do seu próprio país. Lembre-se de que erros gramaticais ou de ortografia são eliminatórios em processos seletivos.

2 - Networking
A rede de contatos, chamada de networking, tem de continuar ativa. Converse, mande e-mail ou telefone para as pessoas com quem trabalhou ou estudou. Informe os colegas da procura por um novo emprego. "O contato precisa ser regular, a cada 15 dias ou uma vez por mês", indica Pierry.

A jornalista Monica não esqueceu desse detalhe e conseguiu alguns empregos por conta da indicação de conhecidos, inclusive o atual. "Os contatos eram mantidos principalmente pela internet. Muitos me indicavam vagas ou me informavam sobre cursos e palestras que poderiam ser interessantes."

Além de manter o vínculo com quem já conhece, nada melhor do que ampliar o leque de possibilidades, certo? A consultora Glaucia recomenda participar de feiras e eventos voltados para o seu setor de atuação, que oferecem oportunidades de se aproximar de outros profissionais.

A internet é outra grande aliada. Pode-se publicar o portfólio em sites de trabalho, entrar em grupos de discussão.

3 - Cursos
A falta de qualificação é um dos maiores problemas que as empresas enfrentam para encontrar quem se enquadre no perfil desejado. Portanto, a saída é investir em cursos, workshops e palestras direcionados à área em que atua ou ao cargo desejado. "Todo conhecimento é válido, no entanto, caso o curso realizado pelo profissional não possua relação alguma com a sua área, será mais difícil tirar proveito. Nesse caso, não é recomendado citá-lo no currículo, pois pode demonstrar falta de foco na carreira", complementa Glaucia.

Buscar especialização, como pós-graduação, não fica de fora das possibilidades. "É preferível opções noturnas, porque pode ser contratado no meio do curso. Vale lembrar que um eventual novo emprego faz com que queira mostrar mais trabalho para corresponder à expectativa do empregador, perdendo tempo de lazer e estudo", cita o consultor Pierry. O valor do investimento também deve entrar na balança na hora de tomar a decisão.

Não se pode deixar de citar a importância de dominar as facilidades que o computador proporciona. Aprenda o pacote Office (Excel, Word, Access, Power Point) e invista em aulas de softwares específicos para a sua atuação.

4 - Idiomas
Os idiomas fazem parte dos requisitos esperados de um candidato. O inglês continua sendo fundamental, principalmente a partir do nível avançado. Conhecimento de uma ou mais línguas é um diferencial bastante relevante.

Aliás, cursos de idiomas em outros países agregam muitos pontos no currículo. "Há alguns com duração de um mês ou até de um ano. Pode-se aproveitar o período mais imediato de desemprego para fazer a viagem, quando a disponibilidade financeira é maior por conta da indenização. Mas tem de ser algo planejado e feito apenas se possível, já que envolve muitos gastos", aconselha Pierry.

5 - Currículo
O currículo é a sua apresentação. Merece cuidados especiais, já que pretende causar boa impressão, certo? Aproveite o período de desemprego para torná-lo mais atraente. Quando for estruturá-lo, tenha em mente três regras básicas: seja claro, objetivo e honesto. O ideal é que tenha, no máximo, duas páginas.

Liste seus dados pessoais (apenas nome, endereço e contatos), objetivo (mencione a área e o cargo pretendidos, tomando cuidado para não ser amplo ou restritivo demais), atividades de destaque (por meio de, no máximo, dez frases curtas); formação escolar (cite o curso de especialização, graduação e técnico, o nome da instituição e o ano de conclusão), experiências profissionais (nome da empresa, período e cargo), idiomas (nível de conhecimento), cursos de especialização (nome do curso, entidade e carga horária) e informática (nível de conhecimento na área).

"Caso o profissional não tenha concluído seu curso de formação, permanecido por curtos períodos nas empresas em que atuou, inglês básico ou mais de 45 anos, é recomendado que omita tais informações do currículo, deixando para explicitá-las na entrevista de emprego. A omissão evita que seja eliminado de um processo seletivo logo no início, sem ter a chance de participar de uma entrevista", sugere Glaucia.

6 - Entrega de currículo
Com o currículo pronto, a etapa seguinte é entregá-lo. Mas para quem? Mande para ex-colegas de trabalho, amigos e locais em que gostaria de trabalhar. "Não entregue pessoalmente o currículo na empresa. Essa atitude mostra certo desespero, além de trazer gastos com o deslocamento. A internet é a melhor opção", recomenda Pierry. Sites de empregos são uma alternativa, mas sempre invista em opções renomadas e confiáveis.

Gláucia dá a dica de elaborar cartas de apresentação, com um resumo de sua carreira e destaque de seus pontos fortes. Em seguida, basta enviá-las às empresas junto com o currículo.

7 - Rotina
Manter uma rotina, além de favorecer uma melhor adaptação aos horários após conseguir um novo emprego, também colabora com o cumprimento das tarefas para incrementar seus conhecimentos. Programe-se.

E não se esqueça de reservar um tempinho para o lazer e prática de atividades físicas. Não sair ou não se exercitar para guardar dinheiro é desculpa. Faça caminhadas pelas ruas e parques, procure opções gratuitas de entretenimento.

8 - Entrevista
Passou pela triagem de currículos e foi chamado para uma entrevista? Parabéns! Agora tem de saber "vender" suas qualidades aos recrutadores.

A idéia de que "a primeira impressão é a que fica" se encaixa às etapas presenciais. Por isso, prestar atenção à aparência é fundamental. Use roupas discretas, evitando decotes ou peças muito justas e curtas. O make deve ser o mais básico possível. Nada de acessórios chamativos.

Responda claramente às perguntas, sem se limitar ao "sim, não ou talvez". Fale de determinado assunto, como cursos e experiências, apenas quando o recrutador solicitar. Comente só os aspectos positivos de sua carreira, evitando queixas ou tom de arrependimento. Seja um bom ouvinte e não interrompa o entrevistador.

Outras dicas são certificar-se da data, local e horário da entrevista; não atrasar, estudar seu currículo; procurar informações sobre a empresa contratante; agir com naturalidade e não se surpreender com as questões.

Fonte: Especial para Terra
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