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Elas falam se já deixaram de fazer sexo por vergonha do corpo

Luz apagada, cobertor e a 'proibição' de algumas posições são soluções na hora de esconder o corpo do parceiro

29 ago 2013 - 08h13
(atualizado às 08h13)
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“Vamos fazer com a luz apagada?”. Para muitas mulheres, essa é a frase que dá início a uma noite de amor. Algumas levam para a cama as questões mal resolvidas com o próprio corpo: a temida barriguinha, flacidez ou o tamanho dos seios são alguns dos problemas citados.

Foi o caso da escritora e blogueira Brittany Gibbons, que passou anos insegura sobre o próprio corpo e determinou-se a fazer sexo por um ano com seu marido para tentar descobrir suas próprias preferências entre quatro paredes.

O resultado foi postado recentemente no seu blog, onde ela relata também as principais paranoias que tinha com relação ao próprio corpo. A ausência de segurança parecer ser o problema também das entrevistas do Terra, que tiveram seus nomes preservados. Apesar de o problema estar na cabeça delas - mais do que na deles -, elas acreditam que cuidando do corpo o problema pode ser resolvido.

Nenhuma das entrevistadas chegou a deixar de fazer sexo, mas todas acreditam que a vida sexual é afetada por este tipo de comportamento. É o caso da produtora visual A.C., que conta que sempre teve vergonha do corpo. “Com 19 anos - ainda virgem - fui fazer terapia, pois pesava 55 kg (medindo 1,68) e me sentia extremamente infeliz. O grau da vergonha na hora do sexo sempre variou dependendo do quanto eu estava insatisfeita com meu corpo, em épocas que eu estava realmente mais cheinha, só queria fazer de luz apagada, por exemplo. Meu ex tinha um corpo escultural e o fato de eu não ter me incomodava”, contou.

Atualmente, ela é casada e diz que se incomoda com os comentários do marido sobre o corpo de outras mulheres. "Acredito que ele goste de mim do jeito que sou, sinto isto durante o sexo, mas o que me envergonha é saber que não tenho o corpo que ele e ‘todo homem’  desejaria”, afirma, acrescentando que seus maiores complexos são o tamanho dos seios e a flacidez do bumbum. Os seios acabaram diminuindo depois  que ela parou de amamentar a filha. “Sinto vergonha de tocá-los e principalmente quando ele os toca”, completou.

<p>Os complexos com o corpo acabam sendo levados para a cama e, em muitos casos, atrapalhando a relação</p>
Os complexos com o corpo acabam sendo levados para a cama e, em muitos casos, atrapalhando a relação
Foto: Getty Images

Ela acredita que a paranóia vem, em parte, de um desejo do marido. “Sei que ele me deseja. Mas antes da minha gravidez, tínhamos um ‘projeto’ para que eu colocasse silicone após alguns meses. Já conversamos bastante e ele sabe o quanto eu fico chateada por não poder ser ‘completa’”.

Apesar da vergonha, ela afirma que nunca deixou o sexo de lado. “Mas eu tenho certeza que, se eu me aceitasse como sou, terminaria as transas satisfeita em outro nível, não achando que sempre ficou faltando alguma coisa”.

Para a jornalista D.S, o maior problema é a barriga. “Queria ter uma barriga chapada de capa de revista - essa que é a verdade”, diz, ressaltando que tem “plena consciência” de que o problema está apenas na cabeça dela, e não na do marido. “Agora, se eu der muita importância, ele vai passar a reparar mais. Isso é fato. Talvez por isso eu não fale muito sobre o assunto, prefiro guardar pra mim”, conta.

A assessora de imprensa J.F. também nunca foi satisfeita com o corpo, mas o problema ficou ainda pior depois do nascimento do primeiro filho. Ela engordou 19 quilos e notou o aumento da flacidez.

Ela afirma que, com a insatisfação com as novas curvas, muitas vezes “acaba com o clima”. “Muitas vezes o meu complexo que me impede de curtir a relação. A partir do momento que eu penso só em mim e bloqueio a naturalidade da relação, deixo meu marido e o prazer dele de lado. Mas é algo que eu preciso trabalhar na minha cabeça. Seu eu não mudar, se não fizer algo por mim, a situação será cada dia pior”, acredita.

O fato de o parceiro ter uma relação mais amigável com o próprio corpo agrava a situação. “Meu marido conseguiu emagrecer 17 kg com a prática de exercício, dieta balanceada e muita determinação. E isso faz eu me cobrar ainda mais. Imagino que ter ao lado uma mulher que não segue o mesmo padrão, o mesmo empenho, não é bacana. É uma autocobrança muito grande, embora ele jamais tenha falado algo”, observa.

Truques e soluções

Para A.C., algumas modalidades são proibidas para não salientar ainda mais a sensação de desconforto. “Algumas posições ajudam no quesito quadril. Mas como meu problema maior são os seios, não tenho muito o que fazer”, observa, acrescentando que apostar em um implante faz parte dos seus planos.

D.S. procura evitar os movimentos que expõem demais o corpo, como ficar por cima. “Não deixo ele olhar muito, fico nua mais perto na hora, sem deixar ele 'assistir'".  Ela também já tentou conversar com o parceiro sobre o tema; ele, por sua vez, devolve de forma romântica: “você é linda desse jeito”, diz. Ainda assim, ela está investindo em reeducação alimentar para perder peso. “O segundo passo é ir para a academia, praticar um esporte”, planeja.

Já J.F. prefere esconder o corpo. “Coberta. Sempre a coberta”, diz, acrescentando que também excluiu algumas posições do cardápio do casal. “O que antes era uma aventura e não tinha barreira, hoje é bloqueio. Fico pensando que ele verá a celulite, a barriguinha, a flacidez...e isso acaba com o meu clima”, analisa.

A assessora afirma que as conversas com o parceiro sobre o tema são constantes. Os planos para reverter a situação incluem endocrinologista, aulas de dança e pilates – tudo para recuperar a boa forma e a autoestima. “Sei que meu marido me ama, mas eu também preciso encontrar amor próprio. E o primeiro passo é entender que, emagrecendo ou não, eu devo me curtir. Não adianta perder os quilos se o problema maior está na cabeça”, conclui.

Fonte: Terra
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