Hobbies criativos ajudam a manter o cérebro jovem por mais tempo, diz estudo
Pesquisas mostram que atividades criativas retardam o envelhecimento cerebral e fortalecem a memória, o foco e a capacidade de aprendizado
Pegar o pincel esquecido, se inscrever em uma aula de dança ou até aprender um novo jogo pode ser mais benéfico do que parece. Um estudo internacional publicado na revista Nature Communications revelou que hobbies criativos ajudam o cérebro a envelhecer mais devagar, preservando a memória, a atenção e a capacidade de aprender.
A pesquisa analisou mais de 1.400 pessoas em 13 países, comparando a idade biológica e cronológica do cérebro. Entre os participantes estavam músicos, dançarinos, pintores e jogadores de videogame. O resultado foi claro: quem praticava atividades criativas regularmente apresentava um cérebro até sete anos mais jovem do que a idade real.
O que a ciência descobriu
Os pesquisadores usaram modelos chamados brain clocks ("relógios cerebrais") para avaliar o envelhecimento neurológico. O grupo de dançarinos de tango se destacou: seus cérebros pareciam, em média, sete anos mais jovens.
Mas os benefícios não se limitam à dança. Um experimento com voluntários que jogaram o game de estratégia StarCraft II mostrou resultados semelhantes: após 30 horas de prática, eles tiveram melhor desempenho cognitivo e redução do envelhecimento cerebral, em comparação a quem jogou jogos mais simples.
Criatividade como exercício para o cérebro
De acordo com os cientistas, a explicação está na forma como as atividades criativas ativam múltiplas áreas cerebrais ao mesmo tempo, especialmente a região frontoparietal, responsável pelo planejamento, pela memória de trabalho e pela resolução de problemas - uma das mais afetadas pelo envelhecimento natural. Essas práticas não apenas preservam as conexões neurais, mas também estimulam a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar e criar novas ligações.
A boa notícia é que os efeitos positivos surgem rapidamente, mesmo para quem nunca teve contato com práticas artísticas. A neuroplasticidade funciona até o fim da vida, e para isso é preciso ter apenas curiosidade e disposição. O segredo é escolher algo que desperte prazer e envolvimento, seja dançar, cozinhar, desenhar ou cantar.
Pequenos hábitos, grandes transformações
Incorporar atividades criativas à rotina é simples e pode começar com gestos leves, como:
- Dançar por alguns minutos ao som da sua música preferida;
- Experimentar novas receitas;
- Desenhar, pintar ou fazer artesanato;
- Aprender um instrumento ou cantar;
- Jogar videogames de estratégia que estimulem o raciocínio e a coordenação.
Esses hábitos, além de divertidos, mantêm o cérebro ativo e ajudam a prevenir o declínio cognitivo. Mais do que um passatempo, a criatividade é um exercício de liberdade mental. Não importa se você dança, canta, pinta ou joga. Cada nova experiência é um estímulo que mantém o cérebro jovem, curioso e vivo.