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Gostar (ou não) de coentro depende de sua genética; entenda

Estudos revelam que a aversão ao coentro tem origem genética: uma variação no gene faz algumas pessoas perceberem o tempero como "sabor de sabão"

6 nov 2025 - 15h23
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Amado por uns e odiado por outros, o coentro é um dos temperos mais polêmicos do mundo. Enquanto muitos não resistem ao aroma fresco da erva, há quem jure que ela tem gosto de sabão. E, ao contrário do que se imagina, essa diferença não é apenas uma questão de gosto ou costume regional - a genética tem tudo a ver com isso.

O coentro divide opiniões por um motivo científico: genética faz com que algumas pessoas interpretem seu aroma como de sabão
O coentro divide opiniões por um motivo científico: genética faz com que algumas pessoas interpretem seu aroma como de sabão
Foto: Reprodução: balouriarajesh/pixabay / Bons Fluidos

O gene que divide opiniões

Pesquisas mostram que a aversão ao coentro está ligada a um gene específico. O OR6A2 é responsável por detectar compostos chamados aldeídos, os mesmos presentes tanto em sabões quanto na erva. Um estudo conduzido pelo professor Nicholas Eriksson, da Universidade de Chicago, com mais de 14 mil participantes de origem europeia, revelou que pessoas com uma variação desse gene tendem a perceber o coentro como algo de sabor "ensaboado" ou até desagradável.

"Os resultados confirmam que há um componente na percepção do sabor do coentro e sugerem que a aversão pode derivar de variantes genéticas em receptores olfativos. Propomos que um gene do conjunto de receptores, o OR6A2, contribui para a detecção de um cheiro de sabão em populações europeias", explica o estudo.

A influência da ancestralidade

De acordo com o professor Geison Souza Izídio, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a sensibilidade ao coentro é mais comum em uma pequena parcela da população mundial. Fatores como origem étnica e região geográfica também interferem na percepção do sabor.

"Nós temos alelos diferentes deste gene (OR6A2), se você tem ascendência asiática, africana ou europeia. No Brasil, devido à nossa grande miscigenação, cada pessoa pode ter um alelo de origem étnica diferente e, consequentemente, diferenças no receptor olfativo, o que a tornaria mais ou menos sensível ao coentro", explica o pesquisador, em entrevista ao Globo Rural.

Essa variação genética explica por que apenas 17% dos europeus e 21% dos asiáticos detestam o coentro. Enquanto isso, em países como o México, onde o tempero é parte essencial da culinária, a rejeição cai para menos de 7%.

Sabor e aroma: uma questão de química

O que chamamos de "sabor" é, na verdade, uma mistura entre paladar e olfato. Quando respiramos, moléculas liberadas pelos alimentos alcançam o epitélio olfatório, uma região no fundo do nariz repleta de neurônios sensoriais. Esses neurônios utilizam cerca de 400 genes diferentes para identificar milhares de cheiros distintos.

O gene OR6A2 é apenas um entre esses 400, mas faz toda a diferença na forma como o cérebro interpreta o aroma do coentro. Em quem possui a variação genética mais sensível aos aldeídos, o tempero é percebido como algo químico, artificial e até repulsivo.

A ciência mostra que o paladar é muito mais do que uma questão de costume ou cultura: ele é, literalmente, escrito nos nossos genes. Então, da próxima vez que alguém torcer o nariz para o coentro, saiba que não se trata de frescura - é apenas o DNA falando mais alto.

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