Transmitir felicidade através de um coquetel inovador, uma carta de bebidas criativa e fazer com que cada cliente se sinta único são os segredos do Artesian Bar, em Londres, considerado o Melhor Bar do Mundo segundo a prestigiosa lista da publicação Drinks International.
Essa proposta foi explicada em entrevista à Agência Efe pelo italiano Simone Caporale, um dos professores de coquetelaria deste luxuoso estabelecimento que fica no Langham Hotel e conta entre seus clientes com membros da família real britânica.
Para ele, o segredo de um coquetel é "superar as expectativas do cliente, fazê-lo o mais feliz possível, brincar com a surpresa, oferecer inovação e dar à bebida um sentido, uma história, uma razão para que as pessoas a consumam".
Na carta do Artesian Bar se destacam sua oferta de rum e combinações como o The Langham Martini (com aromas de yuzu, alfazema e ruibarbo, entre outros ingredientes), diferentes tipos de gim-tônica, os coquetéis clássicos - nas receitas tradicionais ou revisadas - e criações para que os clientes se sintam confortáveis ou sexy.
Para não errar na escolha, um mapa do sabor guia o cliente para optar entre quase 40 opções, que viajam desde o sabor leve ao vibrante, passando pelos frutados e os secos.
Ao escolher um coquetel, recomenda Caporale, é preciso se deixar levar pelo estado de ânimo, além do gosto pessoal. "Em uma tarde fria, prefiro algo reconfortante, como um Manhattan, e um Martini com sua explosão de sabor na primavera", diz este bartender nascido em Como (Itália).
A revolução da coquetelaria, liderada por Londres e Nova York, se viu beneficiada pelo processo também experimentado pela alta gastronomia, já que os dois ramos têm "cada vez mais pontos em comum". "Novos ingredientes, técnicas, jogos de texturas ou o uso de ervas frescas são tendências em gastronomia e coquetelaria", e as descobertas viajam de um a outro âmbito sem passaporte.
Caporale defende uma "maior unidade no trabalho" no mundo da hotelaria: "Cozinheiros, coqueteleiros e sommeliers devemos compartilhar técnicas e conhecimentos, porque esta evolução não pode parar".
A apresentação ganha maior importância a cada dia, segundo o especialista italiano. "Utiliza-se gelo seco para criar efeitos de ar com aroma, a bebida pode ser servida dentro de um livro ou em um copo que recria uma pata de vaca, há detalhes que convidam à brincadeira, como um diamante de açúcar", explica o bartender do Artesian, que disse ser "estupendo ver os clientes brincando como crianças".
Como na parte sólida, no mundo das combinações de bebidas "a revolução nasce a partir das ideias", por isso triunfam os que "praticam novas técnicas e tipos de combinações, os que buscam a inspiração nas coisas novas", segundo Caporale.
Assim, a equipe do Artesian criou uma técnica de envelhecimento dos coquetéis em barris pequenos de vidro, "onde descansam e se misturam com todos os sabores", e trabalha com "tipos de gelo de diferentes temperaturas".
Perguntado sobre quais seriam as "Mecas" da coquetelaria para turistas, Caporale disse que Londres e Nova York continuam a ter mais destaque, mas ele aposta em outros destinos que estão sendo revelados, como Barcelona, Berlim e Moscou.
Navegado, glühwein, ou Glogg: popular na América do Sul, Europa Ocidental e Escandinávia, o navegado, glühwein ou Glogg são variações de vinho quente. A bebida é uma deliciosa maneira de se aquecer durante os meses frios do inverno. O navegado chileno leva açúcar caramelizado e vinho tinto barato. Depois, se adiciona os paus de canela, o cravo e fatias de laranja enquanto a bebida ferve. Na Alemanha, Suíça e Áustria, o vinho quente chamado glühwein pode incluir limão, baunilha e conhaque ou vinho do porto, além de vinho tinto, açúcar, canela e cravo. Os esquiadores dos Alpes muitas vezes recorrem à essa bebida após um longo dia nas pistas geladas. Já o Glogg, apreciado na Escandinávia, incorpora cardamomo e muitas vezes inclui também aquavita, uma bebida destilada feita de batata ou cereais e aromatizado com sementes de cominho
Foto: Getty Images
Sorrel: cultivado na Jamaica desde 1700 e apreciado em Trinidad e Tobago, sorrel é o nome local para a flor de hibisco sabdariffa, também conhecido como Roselle, a partir do qual esta bebida é feita. Depois de colher o sorrel fresco, tarefa muitas vezes dada às crianças, ele é adicionado a uma panela com água fervente. A bebida também leva açúcar, canela em pau e outras especiarias como cravo, pimenta da Jamaica e gengibre. Depois de coado, o líquido é servido no gelo como bebida não alcoólica para as crianças. Na versão adulta o drinque ainda leva rum. Quando não há hibisco fresco, a flor, que é conhecida por melhorar o sistema imunológico, pode ser usada na versão seca ou em pó
Foto: National Libery of Jamaica
Sahlep: durante os invernos turcos os locais se aquecem com sahlep, uma bebida doce e suave feita com raízes de orquídeas selvagens da montanha em pó, produto raro e caro. O pó é cozido com leite e açúcar e polvilhado com canela antes de servir. A bebida quente pode ser encontrada nas ruas de cidades como Istambul, onde vendedores ambulantes a servem em urnas de cobra tradicionais. Sahlep é considerada uma bebida com propriedades medicinais, servida como remédio caseiro para gripe
Foto: Getty Images
Sujeonggwa: o Ano-Novo Lunar é celebrado com receitas tradicionais em toda a Ásia. Na Coréia, a bebida chamada sujeonggwa é frequentemente servida com biscoitos ou bolos de arroz doce, consumidos como forma de pedir um ano cheio de saúde e prosperidade. O sujeonggwa é normalmente servido no dia 1º de janeiro e durante os festivais do ano novo lunar em xícaras de chá decoradas com pinhões. A bebida pode ser feita fora de época com uma combinação de caqui seco, canela em pau e gengibre fervidos em água com açúcar ou mel. Depois de cozinhar a mistura, as especiarias são retiradas e o caqui pode ficar descansando de duas horas a dois dias. Algumas pessoas acreditam que o sugeinggwa é um remédio eficiente para a ressaca, fazendo uma ótima opção de bebida na manhã seguinte ao Ano-Novo
Foto: Wikipedia/reprodução
Gemada: as origens da gemada, popular na América do Norte, podem datar do século 14, quando uma bebida chamada posset era feita na Inglaterra pela mistura de leite quente a vinho ou cerveja com adição de açúcar e especiarias. As bebidas coalhadas saíram de moda, mas quando os ingleses colonizaram os Estados Unidos, uma nova versão surgiu. De acordo com a revista Mental Floss, os ovos eram escassos na Inglaterra devido ao seu preço elevado, mas muitos americanos criaram galinhas tornando o produto acessível. A adição de ovos à mistura de leite quente gerou a bebida cremosa conhecida atualmente como gemada. O nome eggnog (gemada em inglês) pode ter derivado da pequena caneca onde o líquido era servido, chamada noggin. Nos Estados Unidos a bebida é consumida durante as comemorações de Ação de Graças, Natal e Ano-Novo. Ela é feita com ovos batidos açúcar, creme de leite, noz-moscada e uísque, rum ou conhaque
Foto: Getty Images
Atole: os astecas podem ter sido os primeiros a fazerem o atole, bebida quente feita a base milho consumida tradicionalmente no México, nas festas de fim de ano. Muitas vezes consumida durante a manhã, ela é feita a partir da dissolução de farinha de milho em água quente, canela em pau, leite, açúcar ou mel, baunilha, anis e às vezes até pimenta e epazote, uma forte erva mexicana. Em sua versão para sobremesa o atole ainda pode levar chocolate, recebendo o nome de champurrado. Muitas vezes é servido com churros ou outros doces