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41% das crianças de 6 e 7 anos não sabem ler e nem escrever

O levantamento da "Todos pela Educação" mostrou que o país teve, em 2021, a pior taxa de crianças não-alfabetizadas dos últimos 10 anos

8 fev 2022 - 16h10
(atualizado às 16h12)
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Não é novidade que a educação brasileira é uma área que precisa ser olhada com mais atenção pelo governo, com o objetivo que receba o investimento adequado, no entanto, a pandemia causada pela Covid-19 escancarou ainda mais este problema. Por exemplo, de 2019 para 2021, houve um aumento de 66,3% de crianças de seis e sete anos que não sabem ler e nem escrever, de acordo com a organização "Todos pela Educação".

Criança-com-a-cabeca-baixa-frustrada
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Foto: Predrag Popovski/Getty Images / Bebe.com

A nota técnica da instituição foi divulgada no dia 8 de fevereiro, por meio da análise dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em relação aos últimos dez anos. Enquanto que, segundo o levantamento, 25,1% do público infantil citado não tinha sido alfabetizado em 2019, este número saltou para 40,8% em 2021.

"Em 2020 e 2021, nota-se um aumento expressivo nessa taxa, chegando aos maiores valores nos 10 anos de acompanhamento do indicador", reflete a análise. No primeiro ano da pandemia causada pela Covid-19, já se percebia um aumento significativo deste número: 32,9% das crianças de seis e sete anos não sabiam ler, nem escrever.

reprodução da nota técnica
reprodução da nota técnica
Foto: Todos pela educação/Reprodução / Bebe.com

O reflexo da desigualdade social na educação

Os dados também mostram que os números ficam ainda mais preocupantes quando se analisa o acesso à educação por raça. Em 2021, 35,1% de crianças brancas não estavam alfabetizadas dentro da idade correta (até sete anos), já as pardas contabilizavam 44,5% e as pretas 47,4%.

Percebe-se tamanha diferença também quando se compara o público infantil que reside em locais mais ricos e aqueles que moram em regiões mais fragilizadas. Enquanto que, de 2012 a 2021, a variação foi de 37,8% a 51% entre os mais pobres, a alteração foi de 11,3% para 16,6% entre aqueles que possuem uma renda mais avantajada no país.

"A alfabetização na idade correta é etapa fundamental na trajetória escolar de uma criança. Os danos podem ser permanentes, uma vez que a alfabetização é condição prévia para os demais aprendizados escolares. Precisamos urgentemente de políticas consistentes para a retomada das aulas, para que essas crianças tenham condições de serem alfabetizadas e sigam estudando. É inadmissível retrocedermos em níveis de alfabetização e escolaridade", defende Gabriel Corrêa, líder de políticas educacionais do Todos pela Educação, na nota técnica.

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Bebe.com
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