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Twitter ajuda jovens a aprender inglês com referências de séries, filmes e tarefas do dia a dia

Com cinema, desafios do cotidiano e cultura pop, rede social se torna uma opção para quem quer ter um contato mais dinâmico com o idioma; veja as dicas

23 mar 2019 - 07h11
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Foi-se o tempo que aprender inglês era uma atividade única e exclusiva de escolas ou aulas particulares. Hoje em dia, com a popularização cada vez maior dos memes e o apego da juventude às séries da Netflix e referências do mundo pop, aprender a língua se tornou algo cotidiano e comum do entretenimento.

Vendo essa tendência, professores passaram a concentrar esforços nas redes sociais para conquistar o interesse dos jovens. "Vejo muita gente que curte Ariana Grande, Lady Gaga e k-pop [pop sul-coreano com referências em inglês] me acompanhando na internet para aprender o idioma", afirma o educador Fabio Emerim, que mantém a página Dicas de Inglês no Twitter com mais de 55 mil seguidores.

Quando Gaga cancelou o show no Rock in Rio há dois anos, por exemplo, ele aproveitou a polêmica para ensinar a expressão "call off", que significa "cancelar".

Para Emerim, qualquer contexto atual que envolve a cultura pop ou os filmes de Hollywood abrem a oportunidade para interagir com seu público na rede social. Em fevereiro deste ano, durante a cerimônia do Oscar, as premiações de Bohemian Rhapsody o levou a ensinar o que significa o nome da música Another One Bites The Dust, do Queen.

"Eu sempre anotei as perguntas mais curiosas que os alunos faziam, porque é esse tipo de coisa que pega e engaja. São coisas que cursos tradicionais não ensinam. A língua inglesa é muito ampla, então mostro as palavras esquecidas", explica. "Então enxergo a importância de usar as mídias sociais como uma via de aprendizado constante. Não tem hora para aprender", completa.

Emerim diz ainda que iniciativas assim vão na contramão da "atenção exagerada" que as escolas brasileiras de educação básica dão à gramática em vez do inglês prático. "O Brasil está atrasado no quesito abrangência. É muito verbo To Be e pouca prática. Se você for para o Uruguai ou Argentina, têm mais pessoas lá falando inglês do que aqui", critica. A afirmação do professor, que dá aulas há quase 20 anos, se associa com a visão da usuária do Twitter Camila Nogueira.

Fã de Ariana Grande e da série Stranger Things, a estudante de Letras de 26 anos conta que as aulas de inglês na escola pública onde estudava, em São Paulo, eram uma "grande enrolação". "Por muito tempo não liguei para o inglês, porque no ensino médio era uma várzea total, desestimulante. Mas comecei a melhorar vendo filmes, séries e lendo o perfil da Ariana Grande no Twitter", relata ela, que usou a ferramenta como incentivo para crescer na carreira de professora.

A interação cada vez maior dos jovens com a língua se reflete nas pesquisas. Funcionários do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) entrevistaram 21 mil estudantes em janeiro deste ano e calcularam que metade pretende aprender uma nova língua neste ano. Além disso, três a cada dez pensaram em fazer um curso extracurricular.

Perfis do Twitter para ler, pensar e conversar em inglês

Apesar de ser, hoje, dono da página com mais dicas e engajamento no Twitter sobre inglês, Fábio Emerim não é o único com iniciativas assim na plataforma. Com uma abordagem voltada para iniciantes, a página "Aprender Inglês" foca em vocabulário e oferece testes básicos para quem ainda não tem muito domínio da língua.

Para quem quer treinar a escuta, o perfil Learn English publica vídeos com cerca de um minuto sobre diversos temas. Além disso, a página traz referências culturais da Austrália e ajuda a fugir de armadilhas da língua - como "insure" (segurar) e "ensure" (garantir). Veja abaixo um exemplo.

Camila ressalta que o Twitter permite ir muito além de perfis educativos para aprender inglês. "Se você gosta de um determinado assunto, pode ter certeza que você vai encontrá-lo no idioma que você quer aprender. Você vai ver várias publicações sobre se pesquisar por uma palavra-chave", explica. Isso porque, segundo ela, o ritmo de postagens dessa rede social é maior que o das outras.

Fabio Emerim concorda com a afirmação da estudante, uma vez que a plataforma permite criar threads (publicações encadeadas umas nas outras), facilitando a maneira pela qual o usuário acompanha o conteúdo das páginas. "Tenho umas 20 threads guardadas para publicar. Só ontem postei quatro. Alguns seguidores mandam foto dos cadernos com as threads copiadas a mão. Elas entram no virtual e passam para o analógico, não esquecem o aprendizado clássico", afirma.

Veja abaixo o comprometimento dos estudantes de inglês da rede social.

*Estagiário sob a supervisão de Charlise Morais

Estadão
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