Shakira e Piqué retomam contato: o que isso ensina sobre convivência saudável para filhos de pais divorciados
Cantora colombiana e ex-zagueiro do Barcelona são pais de Milan e Sasha; suposta retomada de contato entre os dois levanta reflexões sobre coparentalidade, diálogo e proteção emocional de crianças após a separação
Rumores na imprensa internacional de que a cantora Shakira e o ex-jogador do Barcelona e da Seleção Espanhola de Futebol, Gerard Piqué, voltaram a se comunicar diretamente. Após três anos de silêncio, a retomada deu-se, sobretudo, pela rotina dos filhos. Os dois são pais de Milan (12 anos) e Sasha (10 anos). O caso reacende uma discussão central sobre o papel dos genitores separados: a necessidade de reconstruir o diálogo em favor do bem-estar infantil.
Opinião da especialista
Para Patrícia Valle Razuk, sócia do PHR Advogados e especialista em Direito de Família e Sucessões, essa reconciliação simbólica, ainda que parcial, traz um exemplo valioso. "Quando os pais retomam o contato em prol dos filhos, não estão apenas se reconectando como adultos: estão garantindo que as crianças vivam sua infância com mais segurança, estabilidade e referência clara de convivência saudável".
De acordo com a advogada, a reconciliação, mesmo que distante da amizade (como é o caso de Shakira e Piqué) pode reduzir dramaticamente riscos associados à alienação parental, instabilidade emocional e ambivalência familiar. "A comunicação direta, respeitosa e focada nos filhos ajuda a construir um ambiente de co-parentalidade consciente, essencial para o desenvolvimento afetivo e psicológico das crianças. Nesse sentido, o diálogo entre ex-parceiros separados, quando bem conduzido, é uma ferramenta de proteção infantil", afirma.
Como essa reconciliação pode ocorrer?
Ela ressalta, ainda, que nem todo conflito exige reconciliação romântica. Mas a reconstrução do diálogo, pautado no respeito mútuo e na prioridade pelo bem-estar dos filhos, pode fazer toda a diferença. "Não se trata de apagar o passado, mas de reconhecer que existe uma responsabilidade compartilhada para com os filhos. Esse entendimento pode evitar traumas, inseguranças e danos emocionais irreversíveis", argumenta Razuk.
A retomada de diálogo entre pais separados deve ser vista como um compromisso moral e jurídico com as crianças. "Sempre que houver disposição, esse passo deve ser incentivado, em casas, tribunais e na sociedade. Porque, no fim das contas, o que verdadeiramente importa é o bem-estar dos menores", conclui a especialista.
*Fonte: Natasha Guerrize, da M2 Comunicação Jurídica