Plutão e trauma: como ressignificar padrões antigos unindo Astrologia e Psicologia
Entenda como Plutão e a Psicologia do trauma ajudam a compreender medos profundos, padrões extremos e caminhos de renascimento
A jornada para entender por que certos padrões emocionais se repetem — reações intensas, medos profundos, sensação de tudo ou nada — pode ser olhada por diferentes lentes. Plutão e trauma são duas delas.
Na Astrologia, Plutão descreve experiências de extremos, perda, medo e reconstrução. Na Psicologia, especialmente na abordagem da Experiência Somática, o trauma é visto como uma carga de estresse que ficou presa no corpo, moldando respostas automáticas e relações.
Quando unimos essas duas visões:
- Plutão no Mapa Astral aponta áreas da vida em que a pessoa tende a viver 8 ou 80.
- O trauma mostra onde o corpo ainda guarda registros de medo, humilhação ou impotência.
- Astrologia e Psicologia, juntas, oferecem caminhos para ressignificar esses padrões antigos e abrir espaço para escolhas mais livres no presente.
Neste artigo, escrito pelo casal Maria Cristina Gomes, psicóloga, e por Yub Miranda, astrólogo, você vai entender como plutão e trauma se conectam, como essas dinâmicas aparecem no corpo e no Mapa Astral e de que forma esse olhar integrado pode apoiar a sua transformação.
Como Plutão e trauma se conectam?
Plutão e trauma falam, cada um à sua maneira, de:
- experiências que parecem maiores do que a própria capacidade de lidar;
- sentimentos de perda, humilhação ou impotência;
- movimentos de tudo ou nada, fuga ou obsessão;
- crises que, com o tempo, podem ser vividas como portais de transformação.
Na prática:
- Plutão mostra onde na vida a pessoa tende a encontrar essas situações-limite.
- O trauma mostra como o corpo registrou essas experiências e como isso continua a atuar, mesmo quando a mente "já entendeu".
Plutão, obsessão e a ferida da perda
Na Astrologia, Plutão simboliza uma atração absolutamente fascinante. É um planeta que está ligado a:
- medo de ter e perder
- medo de ter e se perder
Esse tipo de medo se manifesta na área da vida (ou seja, na Casa astrológica) onde Plutão está no seu Mapa Astral.
É nessa área que você pode oscilar entre dois extremos:
- fugir da situação
- ou ser completamente obcecada/compulsiva por ela.
Essa dinâmica de 8 ou 80 é central na experiência plutoniana.
Onde você é 8 ou 80?
Para entender o que o seu Plutão indica sobre os seus traumas, veja no seu Mapa Astral em qual Casa astrológica (cada um está relacionada a uma área da vida) o planeta está.
É só seguir o passo a passo:
- Abra seu Mapa Astral Personare.
- Inclua seus dados de nascimento.
- Abaixo da mandala do seu Mapa, veja a lista de planetas e procure por Plutão.
- Confira em qual signo e em qual casa está Plutão no seu Mapa.
Por exemplo, a imagem abaixo revela uma pessoa com Plutão em Libra na Casa 1:
Agora que você sabe em qual Casa tem Plutão, entenda o que isso pode significar sobre seus traumas.
Os traumas de cada Plutão
- Plutão na Casa 1 (Identidade/Iniciativa): Pode oscilar entre fugir de qualquer oportunidade de se tornar independente ou ser obcecado por autonomia, liderança e ter uma aparência forte.
- Plutão na Casa 2 (Recursos/Segurança): Pode levar a fugir de lidar com dinheiro e trabalho ou ser obcecado por trabalho, dinheiro, saúde e segurança. Este ponto está profundamente ligado ao medo de perder a segurança.
- Plutão na Casa 4 (Raízes/Família/Emoções): Pode causar o medo de ter uma família ou casa própria, ou a obsessão por segurança emocional e imóveis. O medo subjacente é o de ser humilhado nessas experiências ou de conquistar algo e perder.
- Outras Casas: Essa oscilação se repete em todas as áreas:
comunicação e estudos (Casa 3),
prazer, exposição e filhos (Casa 5),
produtividade e saúde (Casa 6),
relacionamentos e dependência emocional (Casa 7),
intimidade e poder psíquico/financeiro (Casa 8),
crenças, viagens e conhecimentos (Casa 9),
status, poder e autoridade (Casa 10),
grupos e ideologias (Casa 11),
até a introspecção e terapia (Casa 12).
Em todas essas áreas, Plutão e trauma podem aparecer como:
- medo de viver algo pleno;
- tentativa de controlar tudo para não ser ferida;
- repetições intensas de padrões que parecem difíceis de mudar.
A raiz do trauma astrológico
Muitas vezes, essa ferida plutoniana está ligada a uma situação de humilhação, perda ou sentimento de impotência que os pais (ou antepassados) podem ter passado na área simbolizada pela casa de Plutão no seu nascimento.
Assim, você é convidado a chegar à mesma "encruzilhada" que seus pais enfrentaram e fazer uma escolha diferente.
O Poder Construtivo de Plutão
Apesar de sua faceta "terrível" (associada à destruição e ao abuso de poder), Plutão também possui um lado "incrível": o poder de renascer naquela área.
Ao tomar consciência desses medos, a pessoa pode desenvolver um poder construtivo, tornando-se uma agente catalisadora de mudança para si e para os outros.
Psicologia e o trauma que fica no corpo
Na Experiência Somática, o trauma é entendido como um evento de estresse muito grande que o sistema nervoso não conseguiu descarregar. Quando isso acontece, o estresse fica preso, deixando o sistema com um excesso de carga ou energia retida.
O Somatic Experiencing® (SE) , desenvolvido por Peter Levine, é uma abordagem corporal voltada para a resolução de traumas e situações de estresse crônico.
Ele nos ensina a restaurar o equilíbrio natural do sistema nervoso, promovendo segurança interna, vitalidade e maior capacidade de presença.
O sistema nervoso e a resposta incompleta
Quando uma pessoa passa por um perigo, o sistema nervoso simpático entra em ação (luta ou fuga).
Se a resposta de defesa não puder ser completada, ou se houver um congelamento (resposta do parassimpático dorsal), essa carga não se esvai, ficando no sistema.
Essa energia retida se torna um registro que vai ditar como a pessoa se relaciona na vida, muitas vezes em extremos.
É o mesmo movimento de extremos que vemos com Plutão e o 8 ou 80: esquiva total ou imersão intensa no padrão.
Trauma de desenvolvimento
Muita gente pensa em trauma como algo ligado apenas a eventos pontuais, como:
- acidentes;
- perdas abruptas;
- situações de violência.
Mas o tipo de trauma mais comum é o trauma de desenvolvimento, que é difuso e se refere a experiências repetitivas, como a forma como os cuidadores tratam a criança. Esse trauma cria um padrão de defesa, deixando o sistema em alerta constante.
Exemplos de experiências associadas a trauma de desenvolvimento:
- críticas constantes;
- ausência emocional;
- falta de acolhimento;
- sensação de não ser vista ou ouvida.
Esse tipo de trauma vai construindo um padrão de funcionamento, no qual o sistema nervoso aprende:
- a estar sempre preparado para o pior;
- a ler o mundo como cenário de ameaça;
- a gastar muita energia em vigilância e controle.
A ilusão do controle como guardião
Uma resposta muito frequente ao trauma é a tentativa de controlar, o que paradoxalmente o oposto da segurança.
O controle atua como um "guardião" ou "protetor" que tenta evitar que a pessoa reviva o medo. No entanto, isso não resolve a carga não processada, que continua "rodando em segundo plano" (como um programa lento em um computador), consumindo energia.
O caminho da ressignificação: corpo, consciência e escolha
O processo terapêutico busca atualizar o sistema nervoso, ou seja, informar ao corpo que o perigo passou e que agora há segurança. Como? Veja o caminho:
- Consciência Corporal: O primeiro passo é reconhecer o corpo como um lugar seguro e escutá-lo. O corpo é um "fofoqueiro" que sinaliza onde a carga ficou retida.
- Segurança (Ventral Parassimpático): É necessário acessar um estado de segurança (via parassimpático ventral, ligado ao engajamento social) para poder lidar com as respostas não completadas. E mesmo sem vínculos seguros isto pode ser feito com sucesso dentro do processo terapêutico.
- Processamento e Integração: A "descarga" da energia retida permite que a pessoa revisite o medo, a raiva ou a tristeza. O objetivo é integrar os "pedaços" que foram dissociados (separados da consciência) como forma de sobrevivência, permitindo que a pessoa se sinta mais inteira e empoderada.
Como Astrologia e Psicologia se complementam?
Embora a Astrologia (Plutão) e a Psicologia do trauma (Experiência Somática) utilizem linguagens e metodologias diferentes, elas convergem na descrição de uma dinâmica fundamental: a reação extrema (fuga ou obsessão/repetição) que nasce de uma profunda insegurança e medo da perda.
Como utilizar esses conhecimentos para transformar os seu traumas?
- Astrologia para identificar a área da vida (Casa astrológica) onde essa crise de poder e transformação está destinada a ocorrer.
- Psicologia para lidar com a carga física e emocional retida que impede a livre escolha.
O objetivo final não é a rigidez do controle, mas a liberdade de escolher com segurança, utilizando a autonomia desenvolvida (o lado "incrível" do trauma/Plutão) como uma potência, e não como uma resposta compulsiva ao medo de sucumbir.
Reconhecer tanto o "terrível" quanto o "incrível" é o caminho para a cura e o empoderamento pessoal.
Afinal, o mais terrível de uma experiência traumática não é vivê-la, mas não conseguir sair dela e deixar uma parte sua escondida ou presa no passado.
Ter alguém que ofereça segurança suficiente para apoiar o processamento e a integração dessa experiência é possível. E isso abre espaço para se sentir inteira de novo.
Aula sobre Plutão e trauma: aprofundando na prática
Para contribuir com a sua jornada, a psicóloga Maria Cristina Gomes e o astrólogo Yub Miranda criaram uma aula sobre Plutão e trauma com exercício prático de liberação do trauma.
Nessa aula, você aprende quais são os desafios e as oportunidades de Plutão em cada Casa do Mapa Astral, seguido de um exercício inspirado na abordagem somática para trabalhar os seus traumas.
Além disso, você recebe o e-book "Plutão: da humilhação e impotência aos grandes feitos", aprofundando ainda mais o tema da transformação plutoniana.
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Yub Miranda (yubmiranda@yahoo.com.br)
- Um dos principais numerólogos em atividade no Brasil. Especialista Personare desde 2008, assina todas as interpretações de Numerologia do portal, entre elas o Mapa Numerológico e o Mapa do Ano. Realiza consultas virtuais de Numerologia e Astrologia no Personare.