Meu Xaveco Inesquecível
O caçador de taxistas
Bom, primeiro faço questão de dizer que isso que vou contar aqui faz realmente muito tempo, eu era menino ainda, com um fôlego pra galinhar que nem se eu estivesse solteiro hoje teria.
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Eu sempre peguei muito táxi. E usava um xaveco para pegar os taxistas mais bonitinhos que, olha, era quase infalível. Quando eu entrava no táxi eu já dizia: "Nossa, hoje é meu dia de sorte! Além de encontrar um taxi rápido, ainda por cima pego um motorista gato desse jeito!" Era isso, esse era o xaveco, dizer essa frase sempre que um taxista me interessava. Isso porque, depois de dito isso, se ele desse uma risada e puxasse assunto eu já sabia que tinha fisgado. Mas, se ele fechasse a cara, ok, não deu.
O lance é que o elogio que eu fazia quase sempre agradava, eles respondiam "você acha isso mesmo?", aí eu começava a inflar o ego deles mais e mais e, pronto, rolava. Peguei muito motorista assim. Esse xaveco deu tão certo que lembro que, às vezes, eu ficava fazendo hora, perto do ponto de táxi, esperando a vez dos taxistas mais bonitos. Com um deles cheguei a ter um casinho mais sério, a gente até transou dentro do carro uma vez.
Acho que encontrei o ponto certo, elogiava, ao mesmo tempo em que ia devagarzinho, sentindo o território. Deu pra aproveitar muito!
DICA DO RAMPA
Xaveco em balada, dentro do ônibus, do táxi, para uma noite, para uma vida, hétero, gay, xaveco é xaveco em qualquer lugar, meu preto. E o carismático Leão Lobo nos deu, em sua fantástica história, uma preciosa dica que podemos - e devemos - trazer para nosso dia a dia: jogue o anzol, parceiro. Se ela morder, é rede.
O que o Leão fazia em sua caça aos taxistas? Jogava o anzolzinho e esperava. Se desse, ok. Se não desse, ele também não perdia nada. Vamos falar de nossa realidade agora? A delícia do seu trampo, a balconista da padaria, a secretária do seu dentista, para todas experimente jogar o anzol, criança! "Nossa, você tá diferente hoje. Mais bonita. Posso saber por quê?" Diga isso, apenas isso, e sinta a reação da moça. Veja, você não se comprometeu, não se expôs (muito), na pior das hipóteses foi apenas um cara gentil. E, se ela morder, pimba! Siga na mesma linha, convide-a pro banco de trás de um táxi e seja feliz, meu brother.
Todas as segundas-feiras a coluna Meu Xaveco Inesquecível revela cantadas verídicas de famosos e dá dicas quentes para quem pretende se tornar um expert na arte (ou apenas pisar menos na bola).
Fabiano Rampazzo, 34 anos, é jornalista e escritor com quatro livros publicados sobre relacionamento. Para Manual do Xavequeiro (Editora Matrix) o autor entrevistou mais de 200 homens e mulheres de diferentes faixas etárias, tornando-se um "conhecedor" da arte da conquista.