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Alimentação natural para cães: o que pode e o que não pode ser feito?

Veterinário explica quais cuidados precisam ser tomados na hora de mudar a alimentação do seu pet

24 mar 2022 - 21h10
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Pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável acabam fugindo de alimentos industrializados e ultraprocessados. E é comum que esse tipo de pensamento acabe refletindo também na forma de cuidar dos animais de estimação.

Para melhorar a qualidade de vida dos seus pets, muitos tutores optam por uma alimentação natural, trocando as tradicionais rações por carnes, frutos e vegetais frescos. Mas será que existem restrições?

Segundo Raphael Clímaco, diretor médico veterinário da Plamev Pet, os cães possuem necessidades biológicas diferentes do ser humano e, por isso, alguns cuidados precisam ser tomados.

"Nem todas as frutas e ingredientes são permitidos para o cão. Por exemplo, a uva é proibida, pois tem um componente que, se dado em excesso, pode gerar insuficiência renal."

Outro ponto de atenção é em relação a dar restos de comida ou colocar no pote do animal aquilo que foi cozinhado para o almoço dos donos. E o especialista explica que isso não é adequado.

"O cão tem uma necessidade sódica bem menor do que o humano". Ou seja, o sal utilizado para temperar o alimento de acordo com o paladar dos tutures pode ser excessivo para o animal.

Como começar a alimentar meu pet de forma natural?

Assim como feito com humanos, para montar uma dieta para os animais é importante ir a um médico veterinário especializado em nutrição.

"Existe uma série de exames para dosar vitaminas, hormônios e identificar quais são as necessidades daquele animal para, depois, manipular uma dieta específica pra ele."

Além da uva, ela dá exemplos de outros alimentos que podem fazer mal, como o cacau (chocolate), produtos em conserva e até cebola e feijão, se dados em grande quantidade.

"A alimentação natural não é compartilhar uma alimentação do homem com o animal. Muito pelo contrário. Você precisa manipular uma alimentação específica pra ele, respeitando as suas necessidades fisiológicas e alimentares."

Uma das motivações para a inserção da alimentação natural na vida dos pets é substituir as rações, que, apesar de mais práticas, acabam tendo mais conservantes.

Por outro lado, as rações são pensadas para as diferentes necessidades ao longo da vida dos cães. Então, essa mudança alimentar, segundo Raphael, precisa ser acompanhada constantemente por profissionais.

"A cada seis meses, é preciso checar se as taxas de vitaminas continuam iguais, se a dieta alterou de alguma forma ou se precisa ajustar. Até porque a necessidade de um filhote é diferente de um adulto ou idoso."

É comum também que quando os tutores são veganos eles queiram tirar as proteínas de origem animal da dieta dos cães. No entanto, o especialista não recomenda.

"Eu costumo sempre olhar para a origem natural daquela espécie. Na natureza, o cão não come frutas e verduras". Segundo ele, a falta desses nutrientes pode acabar prejudicando a saúde do animal em médio ou longo prazo.

O veterinário conta que existem suplementos no mercado, que podem ser usados quando o dono, por algum motivo, não queira ter um pedaço de carne em casa.

Estadão
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