Como descobrir o daltonismo no seu filho? Confira os principais sinais
O daltonismo infantil pode ser identificado já nos primeiros anos de vida e, com o diagnóstico precoce, é possível garantir aprendizado e adaptação sem prejuízos
Distinguir as cores pode parecer simples para a maioria das pessoas. Mas para algumas crianças, essa tarefa representa um desafio diário. O daltonismo infantil é uma alteração visual que dificulta ou impede o reconhecimento de certas tonalidades - especialmente o vermelho e o verde - e costuma ter origem genética. Identificar o problema cedo faz toda a diferença para que a criança possa aprender e se desenvolver sem limitações.
O que é o daltonismo?
O daltonismo, ou discromatopsia, foi descrito pela primeira vez em 1789 pelo cientista John Dalton - e daí veio o nome popular. A condição ocorre por alterações nas células da retina chamadas cones, responsáveis pela percepção das cores.
Embora possa surgir após traumas oculares, a maioria dos casos é hereditária. Por estar ligada a um gene recessivo do cromossomo X, ela afeta muito mais os meninos: estima-se que um em cada 12 homens e uma em cada 200 mulheres tenha o distúrbio. Em muitas famílias, há mais de um caso registrado.
Os primeiros sinais geralmente aparecem a partir dos três anos, fase em que as crianças começam a aprender o nome e o significado das cores. É comum que pais e educadores notem algo diferente quando a criança pinta árvores roxas ou céus cor-de-rosa, ou demonstra pouco interesse por brincadeiras que envolvem cores.
Os principais testes para detectar o daltonismo infantil
Diagnosticar o daltonismo é simples e indolor. Alguns testes podem ser feitos a partir dos 4 anos de idade:
- Teste de Ishihara: o mais conhecido, utiliza cartões com círculos coloridos que formam números ou figuras. É indicado para crianças a partir dos 7 anos, mas versões adaptadas podem ser aplicadas antes;
- Teste de tonalidades Farnsworth-Munsell 100: a criança precisa organizar discos coloridos conforme a sequência das cores. Pode ser feito a partir dos 5 anos;
- Teste de lãs de Holmgren: envolve a combinação de mechas de lã em diferentes tons;
- Eletroretinografia: exame mais detalhado que avalia a resposta do olho à luz, usado em casos específicos.
Embora existam testes online inspirados no método de Ishihara, eles servem apenas como triagem. O diagnóstico definitivo deve ser feito por um oftalmologista, capaz de avaliar a visão em profundidade e orientar os próximos passos.
O papel da escola e da família
Quando há suspeita de daltonismo, vale conversar com o pediatra ou o oftalmologista. Confirmada a condição, é fundamental avisar a escola, para que professores possam adaptar as atividades. Pequenas mudanças fazem grande diferença: identificar lápis e canetinhas por escrito, usar texturas ou símbolos, e evitar tarefas que dependam exclusivamente da percepção das cores.
Hoje, existem óculos que aumentam o contraste das cores, ajudando a percepção visual, embora não curem o daltonismo. Com apoio familiar, acompanhamento médico e pequenas adaptações no dia a dia, a criança pode levar uma vida absolutamente normal. Reconhecer o problema cedo é o primeiro passo para garantir que o aprendizado continue colorido, ainda que as cores sejam vistas de um jeito só dela.