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Bruxa diz que Halloween é dia de encontro com duendes: 'Bruxaria é uma filosofia de vida'

Tânia Gori conta como vive quem troca a vassoura de contos de fadas por cristais, ervas e rituais diários de autoconhecimento

31 out 2025 - 04h59
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Bruxa critica estereótipos de Halloween: ‘Bruxaria é sabedoria ancestral’:

Ser bruxa no século XXI já não significa mais se esconder nas sombras ou temer fogueiras. Longe dos estereótipos populares e fantasiosos que englobam nariz pontudo, chapéu e vassoura, mulheres e homens que se identificam com a bruxaria usam da espiritualidade, conexão com a natureza e saberes ancestrais em busca de equilíbrio para a vida. 

No Dia das Bruxas, celebrado nesta sexta-feira, 31, o Terra trouxe a teóloga, escritora e, claro, bruxa, Tânia Gori para contar como é o dia-a-dia de quem vive entre ervas, cristais e rituais de autoconhecimento. Ela garante que ser bruxa é, sobretudo, um modo de existir no mundo.

Tânia Gori é bruxa e diz não se importar com o estereótipo
Tânia Gori é bruxa e diz não se importar com o estereótipo
Foto: Arquivo pessoal

A história da caça às bruxas

Durante a Idade Média, mulheres que se rebelavam contra as normas sociais impostas a elas naquele período – e que vigoram até hoje – passaram a sofrer perseguições lideradas pela Igreja Católica. Por terem alguma familiaridade com ervas medicinais, eram julgadas pecadoras, pois sob o olhar cristão, tentavam enganar as leis divinas com seus rituais.

“As bruxas sempre foram mulheres que sabiam da potência da natureza. Eram muito empoderadas, sabiam o que queriam, para onde iam. E essas mulheres que trabalhavam com a linha de ervas, as curandeiras, as parteiras não eram interessantes na sociedade quando se começou a ter um domínio religioso muito grande, porque a bruxa é uma mulher livre, não ligada a nenhuma religião”, afirma Tânia. 

Elas utilizavam seus dons para tratar, sobretudo as camponesas de classes sociais mais baixas. Como Tânia descreve, apesar de elas acreditarem em algo maior, não dependiam de um guia para seguir suas vidas. Por isso, criou-se esse arquétipo de serem mulheres feias, com verrugas, vassouras e um caldeirão, numa tentativa de dominá-las. Como nem assim foi possível, elas passaram a ser caçadas e queimadas.  

Tânia trabalha há 30 anos com bruxaria
Tânia trabalha há 30 anos com bruxaria
Foto: Arquivo pessoal

Questionada se esse estereótipo a incomoda, ela afirma que não mais. “Já me incomodou muito, quando eu tinha lá os meus 30 anos, tanto que eu lutava muito para que as pessoas vissem a bruxa como uma mulher empoderada, que sabe o que quer, que busca a natureza como parceira na sua vida. Hoje em dia, depois dos 50, você começa a achar graça da visão que as pessoas têm. Hoje em dia, não me incomoda, acho até divertido”, confessa. 

Como e onde vive uma bruxa

Talvez, você tenha respondido automaticamente Salém, conhecida como cidade das bruxas. Mas não, Tânia vive mesmo em Santo André, região metropolitana de São Paulo. Todos os dias, ela dá aulas na Casa de Bruxa - Universidade Livre Holística, fundada por ela em 1997. 

Ela conta que assumiu essa posição um pouco antes, em 1993, quando passou a levar a bruxaria para o conhecimento popular, por meio de vários grupos. Seu objetivo, para além de fazer a magia acontecer, é diminuir a intolerância acerca do assunto e fazer as pessoas desabrocharem seus poderes. 

"A bruxaria é uma filosofia de vida que busca o equilíbrio pessoal por meio da natureza e dos quatro elementos: terra, água, ar e fogo”, explica.

A partir desses elementos, segundo a bruxa, é possível fazer magia. Bisneta de ciganos, ela conta que dentro de sua casa, desde muito nova, já se utilizava ervas na comida e nos banhos. Os cristais e o tarô também estavam presentes, ela só não sabia que isso era bruxaria. Foi quando conheceu seu marido, Alexandre Gori, aos 19 anos, que era primo de uma bruxa e foi ela quem deu o nome a tudo isso que Tânia já fazia. 

Tânia Gori e o marido, Alexandre
Tânia Gori e o marido, Alexandre
Foto: Arquivo pessoal

Caso você tenha pensado que isso é de outro mundo, Tânia garante, não, não é. É mais simples do que parece. A bruxaria até pode ser algo mais elaborado, mas também está presente nos momentos simples do dia-a-dia, como no banho, que pode ser feito com ervas que ajudam a energizar. Ou então, em chás, escalda-pés e até mesmo na alimentação, com especiarias. 

Os rituais estão presentes também na escolha de roupas e acessórios, que podem ajudar na energia daquele dia. “A bruxaria faz parte da sua vida. O fato de você acordar e abrir os olhos é uma oportunidade de fazer algo bom, ter algum sucesso, alguma realização. A magia começa ao abrir os olhos”, reflete. 

Ano novo bruxo

Diferente da tradição estadunidense, o dia 31 de outubro simboliza o ano novo para os bruxos, ou seja, assim como o nosso Réveillon, é um período de renovação de energias. Ele é importante porque marca o encontro do mundo dos visíveis com o dos invisíveis. 

“Então, temos os encontros com nossos ancestrais, fadas, gnomos, duendes, salamandras e todos esses seres mágicos que se aproximam de nós. É mais fácil de você fazer um agradecimento do que fazer um pedido”, finaliza.

Tânia pondera que, apesar das pessoas terem medo de rituais e magias, essas práticas estão no nosso cotidiano, nas intenções que nós damos para as ações que fazemos no dia- a-dia. 

“Ritual é toda a prática que você coloca uma ideia uma intenção. Então, por exemplo, quando você vai para a sua cozinha, faz a sua comida e deseja que ela alimente as pessoas que você ama, que sacie a fome das pessoas que são importantes para você, isso é um ritual. Você é uma bruxa quando toma consciência disso”, finaliza.

Fonte: Portal Terra
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