Sofisticação e grunge se misturam em NY
- Rosângela Espinossi
Nem bem começou e ainda sem suas estrelas principais pisando a passarela, a semana de moda de Nova York já começa a mostrar alguns caminhos para a temporada de inverno 2011 no Hemisfério Norte. E esses caminhos parecem seguir em direção à elegância chique para a mulher, com pegadas dos anos 90, misturando o grunge com o minimalismo, além de perfumes dos anos 40 e 70.
Os desfiles até aqui trouxeram sofisticadíssimas roupas de festas, com drapeados e decotes sensuais e cores lisas realçadas pelo brilho dos tecidos, a uma moda mais solta, despojada, em que as sobreposições em cores sóbrias, como o cinza, são o ponto alto.
Coincidência ou não, algumas tendências apresentadas nas semanas brasileiras também aparecem em Nova York, como as peças rearranjadas, coletes usados como saias e a cintura marcada com cintos, mas cintos fininhos, bem ao estilo dos anos 40. Fora isso, máscaras e véu de renda foram usados em alguns desfiles, como de Farah Angsana e Jason Wu, conferindo um ar de mistério à mulher, recurso visto por aqui pela Huis Clos.
Tecidos leves com movimento - como cetins, malhas e rendas - caminham ao lado de materiais mais pesados, únicos ou em sobreposições, cujas silhuetas podem ser mais larguinhas ou não, mas nunca com exagero. Jason Wu, um dos estilistas que já vestiram a primeira-dama Michelle Obama, trouxe uma mulher com saia-lápis ou mais arredondadinha, camisas, calças e paletós no lugar, delineando com delicadeza o corpo da mulher sofisticada na medida certa. Os ombros ganham evidência com peças mais arredondadas, aumentando a região.
Nos materiais, são vistas também sobreposições de tecidos mais leves com mais pesados, tricô (presença forte na estação), além de peles principalmente usadas na parte de cima - substituindo golas ou echarpes. Pantalonas meio esvoçantes, com ou sem estampas de animais, lembram os anos 70. Os cabelos soltões também fazem referência àquela década ou vêm com aspecto mais sujinho, no estilo grunge dos 90. Já para justificar a tal da elegância forte, valem também coques de várias formas ou rabos com cabelos bem presos.
Homens
O segundo dia em Nova York teve também vários desfiles masculinos, mostrando uma moda jovem, colorida e despojada, se desprendendo das amarras do certinho costume. Para isso, muito tricô, paletós mais justinhos, cores fortes - como bordos e azuis - e sobreposições. E saias masculinas, peça que os estilistas de moda masculina despojada insistem em colocar na passarela. Será que os homens um dia vão ceder e aderir a essa ideia? É esperar para ver.