Alicia Kuczman relembra começo na moda: "não era bonita"
A paranaense conversou com o Terra sobre o início da carreira e sua paixão pela passarela: "me sinto uma bailarina quando estou ali"
Idade: 22. Passaporte: carimbadíssimo. Residência fixa: difícil saber. Apelido de infância: palito de comida japonesa ambulante. Como foi descoberta: tomando sorvete no McDonalds aos 15 anos. Segundo Alicia Kuczman, ela se encaixa em todos os clichês de uma modelo, mas olhando mais de perto, a simpática e falante paranaense parece ter mais segurança, pé no chão e noção de moda do que grande parte das meninas que começam na carreira.
"Sempre quis ser modelo, mas nunca achei que era bonita o suficiente", contou ao Terra nos bastidores do Dragão Fashion Brasil, semana de moda que acontece em Fortaleza, no Ceará. Mesmo que naquela época a passarela parecesse um sonho distante, ela queria estar mais perto deste universo e o jeito foi fazer um curso de corte e costura aos 12 anos, ainda em Cascavel, onde nasceu, herança que hoje a faz reparar no caimento, acabamento e corte de tudo que usa. Além disso, Alicia encheu as paredes do quarto da casa dos pais com recortes de revistas. "É engraçado porque hoje trabalho com muita gente que ainda está lá naquelas fotos", diz.
Para ser mais exata, não só hoje, mas há seis anos a paranaense divide a rotina com grandes personagens do mercado fashion, no qual é uma das modelos brasileiras mais requisitadas de sua geração. Esta história começou após ela vencer a suposta falta de beleza que tinha na própria cabeça e participar de um workshop com várias agências em Florianópolis depois do primeiro contato com um profissional do setor naquele sorvete lá no McDonald’s, lembra? Passou no teste, logo chegou a São Paulo e, na temporada seguinte, já estava de malas prontas para passar alguns anos em Nova York. Por muito tempo, a cidade foi a casa de Alicia, mas hoje ela tem priorizado São Paulo por causa do namorado, o diretor Marcos Mello, com quem namora há três anos.
Aliás, foi nos Estados Unidos que ela fez o desfile que considera um dos principais da carreira. “É difícil escolher só um, mas acho que foi Marc Jacobs logo na minha primeira ida a Nova York. Eu era tão novinha e já fui exclusiva dele, isso dá muita visibilidade entre as modelos”, lembrou.
Mas não é só o badalado estilista americano que ficou na memória da top, mas todas as dezenas de desfiles que fez nos últimos anos. Para ela, a passarela é seu lugar no mundo. “Minha primeira paixão é a passarela, me sinto a bailarina naquela caixinha rodando quando estou ali. O que eu faço me faz sorrir de dentro, nós representamos o trabalho de muita gente, somos o final de um processo longo”, diz com um sorrisão no rosto.
Quem sabe seja todo esse amor investido na carreira, no encanto pela produção dos produtos que ela empresta o rosto e o corpo para apresentar que faz Alicia se manter equilibrada e, segundo ela, longe do deslumbramento, do excesso de glamour e holofotes comuns no mundo fashionista. Por que como uma menina de 15 anos, que até outro dia não se achava bonita o suficiente, consegue lidar com o fato de ir morar sozinha em outro país e, da noite para o dia, ser considerada um modelo de beleza? “Isso é muito louco porque às vezes olham para gente como uma imagem, mas somos pessoas normais. São muitos “nãos” e, para aguentar, tem que criar uma blindagem para entender que não é com você, mas é só o perfil do cliente. Quando entende isso, fica mais leve, se torna natural”, diz.
E, no caso de Alicia, uma das formas encontradas para criar esta blindagem são as práticas de meditação, ioga, terapia holística e dança. Ela fez aulas de balé até a adolescência, já praticou dança do ventre e pole dance e hoje é adepta do muay thai e dança contemporânea.
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