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Miss Tattoo premia a personalidade e luta contra o preconceito

Com prêmio de R$ 500 e um troféu, o concurso coloca lado a lado mulheres de 20 e 60 anos

5 jan 2014 - 10h14
(atualizado às 10h20)
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Um concurso de miss que põe lado a lado uma senhora de 60 anos e jovens de 30 ou 20 pode parecer um pouco fora de propósito. Mas se esse concurso é o de Miss Tattoo, na Rio Tattoo Week, a história muda de figura e fica ótima de contar.

O prêmio é de apenas R$ 500 e um troféu, mas as candidatas, antes de exibirem uma beleza de revista de moda, buscam acima de tudo mostrar personalidade. “Aqui não vale modinha. Quem vem, vem para eternizar o que escolheu para si mesma,” explica Renata Cunha, organizadora do concurso e do evento que este ano cresceu: saiu do Pier Mauá no centro da cidade e ganhou um pavilhão inteiro do Riocentro, em Jacarepaguá.

Uma das candidatas é Marcela Alves, que diz que entrou no concurso mais por pressão dos amigos, que gostam das suas muitas tatuagens. Tantas que ela já perdeu as contas. “Não sei mais quantas tatuagens eu tenho. Entrei no concurso mais pelo ego de sentir que o que eu fiz tem valor", conta.

Renata Cunha diz que o prêmio pode parecer pouco, mas ser Miss Tattoo é o maior prêmio para quem adota este estilo de vida. “Eu mesma ganhei este ano um concurso em Guarulhos e isso me deixou muito feliz", diz.

Luciana Ferreira também é uma das participantes. Com temas sempre ligados à celebração da morte por parte dos mexicanos, ela espera impressionar os jurados e ganhar o prêmio principal. “Gosto de como os mexicanos encaram a morte: não é tristeza, mas com um significado de mudança,’ explica.

E como aqui idade não conta, a competição também conta com Maria de Fátima Costa, que começou a se tatuar aos 42 anos e mais de 20 anos depois segue disfrutando do prazer das agulhas. “Consegui me libertar da minha mãe e do meu marido. Fiz um gato, muito feio, a pedido da minha filha e nunca mais parei” conta Maria de Fátima, sempre acompanhada da filha. “Deve ser o primeiro caso de filha de miss”, brinca ao lado da filha Paula Costa.

Se vencer o concurso, Maria de Fátima vai dedicar o prêmio ao amigo Raul Seixas. “Eu trabalhava em um restaurante no Leblon e ele ia sempre lá. Ficamos tão amigos que até fumamos maconha juntos”, lembra às gargalhadas.

Preconceito

Se esse concurso é sem preconceito, essa é a situação que essas mulheres mais enfrentam no seu dia a dia. A filha de Maria de Fátima é o principal reflexo disso. Paula teve seu apelido 'Totolinha' lançado à fama no início do ano passado, quando foi barrada no programa da Fátima Bernardes, na tentativa de ver sua cantora predileta, Ana Carolina.

Com mais de 70% do corpo tatuado, ela não pôde entrar no estúdio naquele dia porque segundo a produção do programa as cadeiras estavam lotadas. Mas Totolinha alegou na época ter sido discriminada por ser muito tatuada. “Aquilo passou. Na semana seguinte a produção da Ana Carolina me ligou, quase enfartei, e ela me recebeu com toda a pompa em um show dela. Foi maravilhoso”, lembra.

Mas o caso de Totolinha foi simples perto do que já passaram Renata e Marcela. “Outro dia em um ônibus uma mulher se recusou a sentar do meu lado porque disse que eu não tinha Jesus no corpo,” conta. Já Marcela disse que foi gratuitamente chamada de horrorosa na rua por uma homem. “Trabalhei como recepcionista e enquanto não viam minhas tatuagens eu era ótima funcionária. Depois não prestava mais’, afirma Renata. 

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Fonte: Terra
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