Afastamentos por transtornos mentais no trabalho atingem recorde no Brasil
Com mais de 440 mil trabalhadores afastados por transtornos mentais em 2024, empresas reforçam a necessidade de ações preventivas
O Brasil enfrenta um aumento significativo nos afastamentos de trabalhadores por transtornos mentais e comportamentais. Em 2024, mais de 440 mil profissionais precisaram se ausentar de suas funções, um crescimento de 67% em relação ao ano anterior, segundo dados do Ministério da Previdência Social. Entre os diagnósticos mais frequentes estão os transtornos mentais: ansiedade, episódios depressivos, depressão recorrente, transtorno bipolar e dependência de substâncias.
Transtornos mentais: motivos cada vez maiores para afastamentos no trabalho
O crescimento dos casos reforça a importância da prevenção e do acompanhamento da saúde mental no ambiente corporativo. Desde o início de 2025, o burnout passou a ser oficialmente reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença ocupacional, o que reforça o papel da Medicina do Trabalho na proteção e promoção da saúde dos colaboradores.
Conscientização sobre os transtornos mentais ajudam a melhorar o cenário
Para Isabela Dupin, médica especialista em saúde ocupacional e coordenadora da pós-graduação em Medicina do Trabalho da Afya Educação Médica em São Paulo, o momento é de atenção e ação. "O Setembro Amarelo nos lembra da importância de cuidar da saúde mental. A Medicina do Trabalho deve atuar como parceira das empresas, orientando gestores, implementando programas de prevenção e garantindo apoio aos colaboradores que apresentem sinais de esgotamento", explica.
Atente-se aos sinais de alerta
Entre os sinais de alerta para os transtornos mentais estão fadiga constante, irritabilidade, queda de desempenho e dificuldades de concentração. "Pequenas medidas já ajudam: oferecer pausas regulares, criar canais de diálogo abertos, treinar lideranças para identificar sintomas precoces e disponibilizar apoio psicológico", orienta Isabela.
Além das iniciativas empresariais, o cuidado individual também é essencial. "Reconhecer limites, buscar ajuda profissional quando necessário e manter hábitos de sono, alimentação e atividade física saudáveis são passos fundamentais para reduzir o risco de burnout e outros transtornos ocupacionais", conclui a especialista.