5 dicas para mulheres que desejam se reinventar na carreira
Maria Eduarda Guerra, CFO da Banlek, compartilha aprendizados e encorajamentos para quem deseja (ou precisa) começar do zero
De acordo com o estudo Empreendedorismo Feminino - Sob a Ótica da PNAD Contínua, realizado pelo Sebrae com base em dados do IBGE, o número de mulheres empreendedoras no Brasil atingiu 10,4 milhões em 2024, representando 34,1% do total de empreendedores no país. Apesar de mais escolarizadas que os homens, elas enfrentam maiores obstáculos para acesso a crédito, capital e redes de apoio - e a maioria empreende por necessidade, conciliando essa jornada com múltiplas responsabilidades domésticas e familiares.
Mudança de rota
Para Maria Eduarda Guerra, CFO da Banlek, maior plataforma de fotógrafos da América Latina, recomeçar não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Ela fala com propriedade: formada em Fisioterapia e atuante na linha de frente da Covid-19, decidiu mudar completamente de rota e hoje lidera o setor financeiro de uma startup em crescimento acelerado.
"Foi um salto no escuro, mas não no improviso. Mesmo sem todas as respostas, eu tinha clareza de uma coisa: queria evoluir. E, numa transição, isso pesa mais que qualquer certeza técnica. O que me moveu foi a confiança de que, com disciplina e acesso ao conhecimento certo, eu aprenderia o que fosse preciso", conta.
Dicas infalíveis
A seguir, a especialista compartilha dicas sinceras para mulheres que estão prestes a começar um novo capítulo profissional:
1. Desaprenda o que te ensinaram sobre segurança:
"Existe um apego cultural à ideia de estabilidade, como se seguir uma mesma profissão por décadas fosse sinônimo de sucesso. Mas, no mundo atual, onde as habilidades mudam com rapidez, a segurança está muito mais em ser adaptável do que em estar há anos no mesmo cargo. Quando se entende isso, fica claro que recomeçar não é um retrocesso, mas sim uma atualização necessária", compartilha.
2. Faça amizade com a curiosidade, não com a perfeição
"A busca pela perfeição paralisa. Já a curiosidade, movimenta. Em transições de carreira, é comum travar por medo de errar. Mas quem chega mais longe não é quem sabe tudo de início, mas sobre quem sabe fazer as perguntas certas. Curiosidade ativa, combinada com repertório e humildade intelectual, é o que diferencia quem cresce de quem apenas executa", incentiva.
3. Saiba a diferença entre desistir e recalcular a rota
"Persistência é uma qualidade, mas insistência cega pode ser sabotagem. Tem horas em que mudar de caminho não é desistir, é responder aos sinais com maturidade. O mercado muda, a gente muda, e segurar um plano antigo só porque ele parece 'coerente' pode atrasar seu potencial. A pergunta não é 'estou desistindo?', mas sim 'isso ainda faz sentido pra mim, hoje?'", lembra.
4. Use seus outros papéis como combustível, não como freio
"A maternidade é frequentemente vista como um obstáculo à carreira, quando na verdade pode ser uma alavanca de desenvolvimento profissional. Ela exige foco, gestão de tempo, resiliência - habilidades essenciais em qualquer ambiente de liderança. Em vez de ser um fator limitante, pode ampliar a capacidade de tomada de decisão e trazer mais intencionalidade às escolhas profissionais", reforça.
5. Seja iniciante com orgulho
"A vergonha de parecer 'iniciante' impede muitas mulheres de se jogarem em áreas novas. Mas ninguém espera isso dos homens - e essa cobrança de chegar já sabendo tudo é desigual. Hoje, o diferencial é ser aprendente: saber como aprender, como se atualizar, como construir novas competências. Ter repertório e humildade para recomeçar é mais valioso do que um currículo impecável", finaliza.
*Texto escrito em parceria com Maria Eduarda Guerra e Comunica PR
