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Submarino chinês encontra ecossistema inédito a 11 km de profundidade

Um submarino chinês enviado à Fossa das Marianas, a região mais profunda dos oceanos, permitiu observar um ambiente extremo que ainda intriga pesquisadores. Saiba os detalhes da expedição.

11 dez 2025 - 10h03
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Um submarino chinês enviado à Fossa das Marianas, a região mais profunda dos oceanos, permitiu observar um ambiente extremo que ainda intriga pesquisadores. A expedição, ocorrida em 2020 com o submarino tripulado Fendouzhe ("Esforço"), atingiu pela primeira vez para a China a região mais profunda da fossa, consolidando o país entre as nações capazes de explorar o chamado "hadal". A missão reuniu dados sobre criaturas que vivem sob alta pressão, ausência quase total de luz e temperaturas muito baixas. Com isso, cientistas puderam comparar o fundo do mar com outros ambientes da Terra e avaliar até que ponto a vida consegue se adaptar a condições consideradas limites.

Ao mesmo tempo, a missão trouxe informações relevantes sobre a presença de poluição em grandes profundidades. Afinal, houve identificação de fragmentos de plásticos, restos de equipamentos de pesca e até sinais de compostos químicos derivados de atividades humanas nas amostras do solo marinho. Assim, esse cenário reforçou a percepção de que o impacto humano alcança mesmo as zonas mais remotas do planeta, o que chamou a atenção de pesquisadores em diversos países.

A expedição, ocorrida em 2020 com o submarino tripulado Fendouzhe (“Esforço”), atingiu pela primeira vez para a China a região mais profunda da fossa, consolidando o país entre as nações capazes de explorar o chamado “hadal” – Reprodução/Youtube
A expedição, ocorrida em 2020 com o submarino tripulado Fendouzhe (“Esforço”), atingiu pela primeira vez para a China a região mais profunda da fossa, consolidando o país entre as nações capazes de explorar o chamado “hadal” – Reprodução/Youtube
Foto: Giro 10

O que o submarino chinês encontrou na Fossa das Marianas?

A palavra-chave central desse tema é submarino chinês, pois foi esse veículo que tornou possível registrar imagens e coletar material na Fossa das Marianas. Durante a missão, o equipamento registrou formas de vida como peixes abissais, crustáceos minúsculos e organismos gelatinosos que flutuam lentamente na coluna d'água. Muitos desses seres apresentam características adaptadas à escuridão, como olhos reduzidos, órgãos bioluminescentes e estruturas corporais flexíveis para resistir à pressão.

O submarino de pesquisa da China também recolheu sedimentos do fundo marinho, inclusive da região do Challenger Deep, considerada o ponto mais profundo já medido, com cerca de 11 mil metros de profundidade. Esses sedimentos foram levados para análise em laboratório, onde foram identificados microrganismos que sobrevivem com pouquíssima energia disponível. Além disso, instrumentos instalados a bordo mediram temperatura, salinidade e composição química da água, ajudando a traçar um retrato mais detalhado da fossa.

Como o submarino chinês registrou a vida nas profundezas?

Para documentar esses ambientes, o submarino tripulado chinês utilizou câmeras de alta sensibilidade e refletores especiais, capazes de funcionar no escuro absoluto sem assustar por completo os animais marinhos. O veículo desceu lentamente, parando em diferentes profundidades para gravar vídeos e tirar fotografias de espécies que dificilmente seriam vistas de outra forma. Muitos desses registros foram comparados com dados de missões anteriores de outros países, o que ajuda a montar um panorama global dos ecossistemas de grande profundidade.

Além das imagens, braços mecânicos controlados pela tripulação coletaram amostras de rochas, lamas e pequenos organismos. Em algumas regiões, o submarino chinês se aproximou do fundo para observar trilhas e marcas na lama, possíveis indícios de deslocamento de animais bentônicos. Também foram identificados pequenos pedaços de plástico presos no sedimento, um sinal da presença de lixo marinho mesmo a milhares de metros de profundidade.

Submarino chinês na Fossa das Marianas: por que a expedição é importante?

A expedição do submarino chinês na Fossa das Marianas tem relevância em diferentes frentes científicas. Em primeiro lugar, amplia o conhecimento sobre biodiversidade em regiões abissais. Ao identificar novas espécies de microrganismos e invertebrados, pesquisadores conseguem entender melhor cadeias alimentares ocultas, ciclos de nutrientes e relações ecológicas que influenciam o equilíbrio dos oceanos como um todo.

Outro ponto central está na compreensão da adaptação biológica. Estudar como proteínas, membranas celulares e estruturas ósseas resistem à pressão extrema pode abrir caminho para aplicações em biotecnologia, medicina e indústria. Compostos produzidos por bactérias de grande profundidade, por exemplo, podem ser analisados em busca de enzimas estáveis, úteis em processos industriais que exigem alta pressão ou baixa temperatura.

As descobertas indicam que a poluição chega ao ponto mais profundo?

Os resultados da missão também reforçaram evidências de que a poluição marinha profunda é uma realidade. Microplásticos foram encontrados misturados ao sedimento, e substâncias químicas associadas a produtos industriais apareceram em análises de tecidos de animais coletados. Isso sugere que correntes oceânicas e processos de deposição transportam resíduos produzidos na superfície até o fundo do mar, onde se acumulam ao longo do tempo.

Essa constatação tem implicações diretas para debates sobre gestão ambiental. Se o lixo chega à Fossa das Marianas, significa que praticamente não há áreas dos oceanos totalmente livres de contaminação. A expedição do submarino chinês fornece dados concretos para estudos sobre circulação de poluentes, ajudando autoridades e pesquisadores a avaliar políticas de redução de plástico, de descarte de resíduos e de monitoramento da vida marinha em grandes profundidades.

cientistas puderam comparar o fundo do mar com outros ambientes da Terra e avaliar até que ponto a vida consegue se adaptar a condições consideradas limites – Domínio Público/Wikimedia Commons
cientistas puderam comparar o fundo do mar com outros ambientes da Terra e avaliar até que ponto a vida consegue se adaptar a condições consideradas limites – Domínio Público/Wikimedia Commons
Foto: Giro 10

Quais caminhos de pesquisa se abrem após a missão chinesa?

Com as informações coletadas, abre-se espaço para novas linhas de estudo em oceanografia, geologia marinha e biologia de profundidade. Amostras da Fossa das Marianas podem ser usadas para investigar como o carbono é armazenado em camadas profundas de sedimento, tema importante para entender o clima global. Ao mesmo tempo, o mapeamento do relevo submarino realizado pelo submarino chinês melhora modelos de terremotos e tsunamis, já que essa região está associada a zonas de subducção ativas.

Em paralelo, a tecnologia desenvolvida para o submarino chinês contribui para futuras missões, tanto no Pacífico quanto em outros oceanos. Sistemas de navegação, materiais resistentes à pressão e sensores de alta precisão podem ser adaptados para veículos não tripulados ou para plataformas de monitoramento contínuo. Assim, a expedição não se limita ao registro de imagens e dados pontuais, mas funciona como ponto de partida para uma presença científica mais constante nas áreas mais profundas do planeta.

  • Exploração biológica: identificação de novas espécies e estudo de adaptações à alta pressão.
  • Monitoramento ambiental: avaliação da presença de lixo e substâncias químicas em zonas abissais.
  • Desenvolvimento tecnológico: aprimoramento de veículos submersíveis e sensores de grande profundidade.
  • Pesquisa climática: análise de sedimentos profundos relacionados ao ciclo do carbono.
  • Estudos geológicos: melhor compreensão de placas tectônicas e riscos de tsunamis.
Giro 10
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