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Por que presente chinês na COP-30 revolta evangélicos: 'Sinais do fim dos tempos'

Escultura de artista asiática representa dois símbolos de grande força: o dragão e a onça-pintada

19 nov 2025 - 19h26
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Um presente dado pela China ao Brasil durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), realizada em Belém, causou reação de parte de evangélicos. A escultura "Espírito Guardião Dragão-Onça", da artista Huang Jian, mostra um dragão chinês, com chifres e dentes pontiagudos como os da onça-pintada brasileira, abraçando um globo terrestre onde se lê COP-30. Alguns evangélicos viram na escultura um símbolo do mal.

Em nota, a prefeitura de Belém disse que a escultura "une dois símbolos de grande força: o dragão, elemento tradicional da cultura chinesa, e a onça-pintada, ícone da biodiversidade amazônica".

A reportagem entrou em contato com o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs no Brasil (Conic) e aguarda retorno.

Obra "Espírito Guardião Dragão-Onça", da artista chinesa Huang Jian, foi presente da China para o Brasil e ficará em Belém.
Obra "Espírito Guardião Dragão-Onça", da artista chinesa Huang Jian, foi presente da China para o Brasil e ficará em Belém.
Foto: Paula Lourinho/Divulgação / Estadão

A estátua de bronze foi instalada no último dia 16 na Freezone Cultural Action, evento paralelo e complementar à COP e, segundo a prefeitura de Belém, a obra ficará definitivamente no Brasil. O plano é instalar a escultura em alguma área pública da capital paraense. O dragão-onça foi concebido pela artista como um guardião da floresta tropical, segundo a informação do governo chinês à prefeitura.

Conforme a exposição feita pelos doadores, a fusão da onça-pintada, símbolo do Brasil, e do dragão, representando a China, simboliza a união entre as duas nações na agenda climática global e na proteção das florestas tropicais.

O dragão é uma das figuras mais reverenciadas da mitologia chinesa, associado à sabedoria, à força, à sorte e à prosperidade. Ele simboliza o poder e a identidade cultural da nação asiática, sendo um ícone reconhecido globalmente como representante da China. Já a onça-pintada, o maior felino das Américas, é um dos animais mais emblemáticos da fauna brasileira, representando a força da natureza e a riqueza da biodiversidade do Brasil.

Nas redes sociais, as páginas que publicaram imagens da obra receberam comentários de evangélicos, repudiando o presente. Alguns internautas evangélicos referiram-se ao "aspecto demoníaco" da escultura.

O apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, comentou no Instagram, sob o título "Sinais do Fim dos Tempos", que a escultura foi divulgada como símbolo de cooperação, "mas o uso do dragão com chifres, símbolo bíblico de engano e poder contrário a Deus, levanta alerta." A postagem prossegue, afirmando que "ao ser unido à onça, símbolo do Brasil, a obra sugere uma aliança que pode representar a fusão da identidade nacional com valores que não refletem a nossa tradição cristã".

A postagem do apóstolo tinha 722 comentários, 1.123 compartilhamentos e 1.423 curtidas na tarde desta quarta-feira, 19. Quase uma centena de comentários tinham o mesmo teor: "Está repreendido em nome de Jesus", enquanto que dezenas afirmavam que "o Brasil é do Senhor", ou "Jesus Cristo é o Senhor do Brasil".

Outros internautas questionavam por que a estátua não havia sido devolvida, havendo ainda quem sugerisse que fosse queimada.

O pastor Wagner Malagues Santos, também reproduziu a escultura em sua rede social, com a frase: "O mundo está vendo o dragão surgir como um futuro e único governo, enquanto o Ocidente dorme. Desperta, igreja!" A postagem recebeu 12,8 mil comentários, muitos com referências ao apocalipse e a "chegada da besta".

Estadão
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