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'Maré vermelha' põe litoral norte de SP em alerta: por que fenômeno traz risco para vida aquática

Mancha é produzida pela alta concentração de micro-organismo que serve de alimento para plânctons; Cetesb diz que grande mancha já se dissipou e Inpe monitora regiões da Ilhabela e de São Sebastião desde janeiro

11 fev 2025 - 09h40
(atualizado em 12/2/2025 às 12h28)
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Imagens de satélite analisadas pelo Inpe mostram a progressão da 'maré vermelha' próximo a São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de São Paulo.
Imagens de satélite analisadas pelo Inpe mostram a progressão da 'maré vermelha' próximo a São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de São Paulo.
Foto: Inpe/Divulgação / Estadão

Um fenômeno conhecido como 'maré vermelha' tem sido observado nas regiões de São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, desde meados de janeiro. O deslocamento da mancha vermelha produzida pela alta concentração de Mesodinium rubrum, um micro-organismo capaz de impactar o ecossistema marinho, é acompanhado por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Conforme o Inpe, em grande quantidade, a alga pode causar a falta de oxigênio na água, o que é um risco para a vida aquática.

O governo de São Paulo também acompanha o fenômeno por meio de um grupo de trabalho intersecretarial que inclui a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Segundo a Companhia, a grande mancha já se dissipou, mas o monitoramento continua. Não há, até o momento, restrição ao consumo de mexilhões e outros frutos do mar no Estado e alerta de floração de microalgas no litoral.

Navegando pelas proximidades de Ilhabela, o ambientalista Júlio Cardoso, do projeto Baleia à Vista, observou que a 'maré vermelha' atrai também peixes e cetáceos. "Observamos algumas orcas, raias e até um tubarão-baleia que foram atraídos pela grande oferta de alimentos que essa ressurgência trouxe. A cadeia alimentar toda foi influenciada. A corrente que faz surgir o fenômeno é rica em matéria orgânica e nutrientes depositados no fundo do mar", disse.

A prefeitura de São Sebastião diz ter participado, no último dia 4, de uma coleta de mexilhões na Praia de Toque-Toque Grande e na Praia da Cigarra, em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, do governo estadual, com a finalidade de manter o controle higiênico-sanitário dos mexilhões destinados ao consumo humano.

O controle foi reforçado diante da recente observação do fenômeno da 'maré vermelha', registrado em janeiro no Canal de São Sebastião e Ilhabela. A análise confirmou a predominância do Mesodinium rubrum, que não é tóxico, "mas reforça a necessidade de monitoramento contínuo para prevenir impactos ambientais e riscos à saúde pública".

A prefeitura de Ilhabela informou que acompanha o deslocamento da mancha e que, de acordo com o grupo de trabalho intersecretarial, até agora não foram identificadas algas tóxicas nos materiais coletados. Ainda assim, o município reforça a recomendação de evitar nadar ou praticar esportes náuticos em locais com manchas de coloração suspeita.

Recomendação no litoral sul de Santa Catarina

Na última sexta-feira, 7, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) manteve a recomendação de não consumo de mexilhões procedentes do município de Imbituba, no litoral sul do Estado. Amostras enviadas para análise em laboratório do Ministério da Agricultura e Pecuária apontaram a presença de toxinas em índice acima do permitido pela legislação em espécimes recolhidos nos costões do município.

Amostras também foram colhidas no litoral de Laguna, mas os resultados foram negativos. Nas outras áreas de cultivo de ostras e mexilhões monitorados semanalmente pela companhia não foram detectados níveis de toxinas que levassem à suspensão destas áreas. Em janeiro, uma extensa faixa do litoral apresentou manchas causadas pela 'maré vermelha'.

Estadão
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