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'Decepcionados', 'traição à ciência', 'inaceitável': as reações ao rascunho do texto final da COP-30

'Mapa do caminho' para a transição energética não foi sequer citado na proposta, o que motivou uma onda de manifestações

21 nov 2025 - 12h16
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ENVIADAS ESPECIAIS A BELÉM - O rascunho do texto final da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30) divulgado na madrugada desta sexta-feira, 21 pela presidência da cúpula provocou reações de decepção dos mais diversos setores. A nova versão não faz menção à necessidade de se criar um "mapa do caminho" para a transição energética.

O "mapa do caminho" havia ganhado apoio de cerca de 80 países, segundo organizações da sociedade civil, e foi uma das demandas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Cúpula de Líderes, que antecedeu a COP-30. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também defendeu a medida.

Parte dos países (especialmente os produtores de petróleo), porém, se opõe à medida. Novas rodadas de negociação são realizada nesta sexta, e a expectativa é de que a conferência se estenda pelo fim de semana. Cientistas alertam sobre a necessidade de buscar mais ambição nas metas climáticas, uma vez que o aquecimento do planeta tem se acelerado.

A Oxfam Internacional protestou contra a demora dos países de se comprometerem com metas mais ambiciosas para deter o aquecimento global
A Oxfam Internacional protestou contra a demora dos países de se comprometerem com metas mais ambiciosas para deter o aquecimento global
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Veja algumas das reações:

  • André Correa do Lago, embaixador brasileiro presidente da COP-30, sobre críticas à proposta: "Frustração é natural. É o momento do realismo"
  • Colômbia, Alemanha, Ilhas Marshall e Vanuatu estão entre os signatários de uma carta à Presidência da COP-30: "Não podemos apoiar um resultado que não inclua o roteiro de implementação de uma transição para longe dos combustíveis fósseis justa, ordenada e equitativa".
  • Ministra do Meio Ambiente da França, Dominique Barbut disse que o país está está "extremamente decepcionado" com o texto, sobretudo pela ausência de menção ao abandono dos combustíveis fósseis. "No estado atual, (o texto) é simplesmente inaceitável. Não podemos aceitar que a Europa seja o único continente a fazer esforço (de mitigação)."
  • Comissário europeu para o clima, Wopke Hoekstra: "Estamos dispostos a ser ambiciosos em adaptação, mas gostaríamos de deixar claro que qualquer linguagem sobre financiamento deve estar estritamente alinhada com o compromisso alcançado no ano passado sobre o NCQG (as metas de financiamento previstas na COP passada, ou seja, indica baixa disposição de ampliar a verba)."
  • Carlos Nobre e outros cientistas em carta à Presidência da COP-30: Os especialistas dizem que o e o texto é incoerente diante da demanda urgente de frear a crise climática. "Isso é uma traição à ciência e às pessoas, especialmente as mais vulneráveis", escreveram.
  • Diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali: "A COP-30 demonstrou apoio crescente a um roteiro para o abandono dos combustíveis fósseis, portanto, o resultado de Belém deve incluí-lo para garantir que acabemos com a queima de petróleo, gás e carvão o mais rápido possível. Relatórios e mais negociações não são suficientes. Precisamos de um plano de resposta global."
  • Observatório do Clima: A rede de entidades ambientalistas classificou como "fracos" os textos. "Os roteiros (roadmaps) para combustíveis fósseis e desmatamento sucumbiram à pressão de alguns países petroleiros. E a resposta à lacuna de ambição, fundamental para países insulares que estão afundando sob o oceano em elevação, virou um relatório a ser produzido em três anos e sem nenhuma perspectiva de encaminhamento concreto."
Estadão
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