ANM aponta falta de estabilidade e interdita estrutura da Vale em Mariana; órgão estuda evacuação
Em nota ao Terra, a Vale afirma que 'não há risco risco iminente, assim como não há necessidade de remoção das famílias'
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A Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou e suspendeu as atividades em três Pilhas de Estéril (PDE), onde são acumulados rejeitos de mineração, na Mina de Fábrica Nova, da Vale, em Mariana (MG). O órgão federal iniciou, nesta segunda-feira, 13, uma vistoria para determinar a estabilidade das estruturas e a necessidade de uma possível evacuação do povoado de Santa Rita Durão, distrito do município mineiro.
A ANM determinou a interdição após a Vale não comprovar a estabilidade das estruturas PDE Permanente I, PDE Permanente II e a PDE União Vertente Santa Rita. O caso é acompanhado pela Defesa Civil de Mariana, que participa da vistoria para determinar o plano de ação da empresa.
As pilhas são localizadas sobre uma barragem de rejeitos que, no caso de rompimento, poderia atingir o Rio Piracicaba em questão de minutos, divulgou a ANM. Uma onda se propragaria em direção ao distrito, atingindo áreas urbanas, estradas, pontes e regiões de vegetação densa.
O Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da mina, obtido pelo jornal O Tempo, aponta que 123 moradores de Santa Rita Durão teriam de sair de suas casas em menos de 30 minutos, antes que o vilarejo fosse atingido pelos rejeitos. Ao todo, 295 pessoas poderão ser evacuadas no distrito.
O Ministério Público de Minas Gerais também acompanha o caso e instaurou, nesta segunda-feira, um inquérito para apurar as circunstâncias das interdições. Segundo a promotoria, um relatório elaborado pela Vale em 2020 já apontava as instabilidades no local. O documento, no entanto, só foi divulgado à ANM em 2023.
O Terra questionou a Defesa Civil e a Prefeitura de Mariana sobre a evacuação dos moradores, mas não obteve resposta até a última atualização. O espaço segue aberto para manifestação.
Vale afirma não existir 'risco iminente'
Em nota ao Terra, a Vale afirma que não há risco iminente envolvendo as PDEs, assim como não há necessidade de evacuação do povoado. Segundo a empresa, a estrutura de aterro é constituída de material compacto, diferente de uma barragem, e não está sujeita à liquefação. Confira a nota completa:
"A Vale esclarece que não há risco iminente atrelado às pilhas de estéril da mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG), assim como não há a necessidade da remoção de famílias. Diferentemente do que foi veiculado por alguns veículos de imprensa, a pilha de estéril é uma estrutura de aterro constituída de material compactado, diferente de uma barragem e não sujeita à liquefação.
Importante também esclarecer que o dique de pequeno porte localizado à jusante de uma das pilhas tem declaração de condição de estabilidade positiva. A Vale reitera que a segurança é um valor inegociável e que cumpre todas as obrigações legais. A Vale continuará colaborando com as autoridades e fornecendo todas as informações solicitadas"
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