Petrobras recebe licença do Ibama para explorar petróleo na Foz do Amazonas
Segundo a empresa, perfuração começará imediatamente
Petrobras recebeu licença do Ibama para perfurar poço na Foz do Amazonas, iniciando exploração imediata após cinco anos de espera, com foco em segurança ambiental e desenvolvimento energético.
A Petrobras informou nesta segunda-feira, 20, que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de operação para perfuração do poço exploratório Morpho, na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.
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Segundo a estatal, já há uma sonda no local e a perfuração será iniciada imediatamente.Na semana passada, o Estadão/Broadcast havia antecipado que o Ibama daria a concessão da licença à estatal até esta segunda-feira, 20.
"Por meio desta pesquisa exploratória, a companhia busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica. Não há produção de petróleo nessa fase", disse a Petrobras, em nota.
Na mesma nota, a presidente da companhia, Magda Chambriard, afirmou que a conclusão do processo "é uma conquista da sociedade brasileira e revela o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e com a viabilização de projetos que possam representar o desenvolvimento do País".
A executiva destacou que foram quase cinco anos à espera da licença, nos quais a Petrobras teve como interlocutores governos e órgãos ambientais municipais, estaduais e federais.
"Nesse processo, a companhia pôde comprovar a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente que estará disponível durante a perfuração em águas profundas do Amapá", afirmou Magda. "Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica. Esperamos obter excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial."
Disputa
A exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma longa região costeira situada entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, tem colocado ambientalistas brasileiros e o setor de óleo e gás de lados opostos. A disputa também vinha ocorrendo dentro do próprio governo, mas o presidente Lula já tinha deixado claro que era a favor do início da exploração.
Lula chegou a criticar o Ibama e chamou a atuação do órgão de "lenga-lenga", pela demora na aprovação do projeto. Técnicos do instituto recomendaram a rejeição do projeto da Petrobras no ano passado.